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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Cruzeiro agora se concentra no que realmente importa: futebol

As pistas iniciais são de que a diretoria parece ter abandonado a tática do 'pão e circo', presente no desastre de 2020


03/03/2021 04:00

Na abertura do Mineiro, empate com o Uberlândia fora de casa: aos poucos, tendência é a equipe se acertar(foto: GUSTAVO ALEIXO/CRUZEIRO)
Na abertura do Mineiro, empate com o Uberlândia fora de casa: aos poucos, tendência é a equipe se acertar (foto: GUSTAVO ALEIXO/CRUZEIRO)


Há 50 anos, a Country Cup tem sido a arena para a crônica esportiva elitista mineira tentar alimentar com “pão e circo” os consumidores do mercado da bola e, ao mesmo tempo, justificar um ilusório equilíbrio de forças entre as histórias dos grandes clubes de Minas Gerais. Não por menos, muitas #GeraçõesSemBrasileiro da Turma do Sapatênis passaram os inícios de temporadas ávidas pelo momento de enfrentar o Cruzeiro pelo torneio regional, na esperança de um parco sucesso capaz de aliviá-los do jejum interminável na esfera nacional.
 
Mas esqueçamos essa obsessão conosco e nos concentremos em não repetir o ano desastroso de 2020. O primeiro passo para isso é voltar a tratar a Country Cup com a seriedade do laboratório que ela sempre foi ante missões maiores. Mesmo sendo elas dolorosas e nada engrandecedoras, como a retomada da condição de conquistar pela quinta vez o Campeonato Brasileiro. Em outras palavras, voltarmos à Série A.
 
O primeiro indicativo do quanto o nosso clube está centrado em seguir nessa toada não veio de dentro do campo, na peleja inaugural contra o Uberlândia. O sinal mais forte estava no entorno e nos dias anteriores a essa estreia.
 
A (falta de) estratégia do “pão e circo” na temporada passada, desde a paralisação total do futebol entre março/julho, e sustentada durante a vexatória campanha na Série B, aparentemente, não se repete nesse início de 2021 (obrigado, Pai Celestial!) nos bastidores do Cruzeiro. Até mesmo a passagem de nosso centenário vem sendo tratada com a sobriedade adequada ao momento delicado da história do clube.
 
Nesse sentido, gosto do perfil do nosso treinador, Felipe Conceição, de poucos sorrisos e avesso às fanfarronices “marketianas”. Já está clara a sua total inaptidão para se prestar ao papel de vendedor de salsichas, de isca para likes de “tik toks” ou de coach de startup.
 
Para sorte do torcedor de arquibancada, a diretoria dedicou-se menos ao “circo” virtual e mais em trazer um profissional preparado para cumprir com a missão da instituição, ou seja, praticar o futebol-arte e conquistar os resultados no gramado.
 
Se a Country Cup volta a ser um bom laboratório para ajustarmos o escrete, a partir da próxima semana teremos também a Copa “Cruzeiro” do Brasil. Como em 2020, abriremos nossa participação contra o São Raimundo, de Roraima. Do time daquele sofrido 2 a 2 só restaram Fábio e o garoto Adriano (ufa!).
 
No confronto, marcado para 10 de março, em Boa Vista, certamente Felipe Conceição ainda estará longe de ter um time entrosado, adaptado à sua filosofia de jogo ou livre de oscilações durante a peleja. Porém, só o fato de já encarar uma partida de “vida ou morte” (se perder, o Cruzeiro estará eliminado) é extremamente positivo dentro da estratégia de criar uma sinergia verdadeira entre time e torcida.
 
Portanto, nos próximos meses, enquanto a crônica elitista mineira estará dedicada a cumprir com afinco seu papel de ninar as milionárias viúvas e os maridos traídos do Sampaoli – pela quinquagésima vez –, caberá ao Gigante Celeste aproveitar as sombras do campeonato regional e o retorno à competição mais cruzeirense do Brasil para não repetir os erros desastrosos de 2020.
 
Que esse início com menos “pão e circo” siga sendo o norte da diretoria, da comissão técnica e da estrutura do Cruzeiro ao longo de toda a temporada. Dando aos jogadores um exemplo de retidão para com a responsabilidade em vestir o manto sagrado do único gigante de Minas Gerais.

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