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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

A magia das amizades criadas em torno da paixão pelo Cruzeiro

Celebrar as amizades construídas em torno do Palestra/Cruzeiro sempre foi tradição ao longo da história desse clube capaz de gerar tantos amigos e amigas


22/07/2020 04:00 - atualizado 21/07/2020 21:59

A cada jogo no Mineirão novas amizades são feitas, seja para comemorar um gol ou mais um título(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press %u2013 1/10/17)
A cada jogo no Mineirão novas amizades são feitas, seja para comemorar um gol ou mais um título (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press %u2013 1/10/17)


A menina Gilda brincava com os irmãos Benito e Fernando e os primos no alpendre da casa do avô Fúlvio Fantoni, no bairro Floresta. Da cozinha, vinha o cheiro dos tomates frescos se derretendo em molho, o pó da farinha de trigo saindo pelas janelas e o som da algazarra dos adultos, ora em português, ora em italiano. A avó Rosa chegava à porta, gritando para montarem a mesa, enorme, com dezenas de cadeiras. Ia se enchendo de pratos, copos, talheres e pães. Era só esperar o fim da partida do Cruzeiro para servir a tradicional macarronada do pós-jogo. Logo chegava o patriarca com os filhos Ninão, Niginho, Orlando e Renato.

Não era um jantar só dos Fantoni. Junto deles, dezenas de convidados: Rigottos, Brandis, Lodis, Furlettis, os Savassi, os Magnavacca. Celebrar as amizades construídas em torno do Palestra/Cruzeiro sempre foi tradição ao longo da história desse clube capaz de gerar tantos amigos e amigas.

Vem dos tempos do Palestra Itália. Assim que havia a definição do local da próxima partida, a diretoria recebia o macarrão da fábrica de Agostino Martini e escolhia a casa mais perto do estádio para reunir os amigos para a macarronada pré-peleja.

Até hoje, o Cruzeiro é motivo de aproximação, de afetividade, do querer estar junto, seja para comemorar títulos ou só para trocar confidências sobre as cinco estrelas. Quem de nós é capaz de contar suas histórias de paixão pela Academia Celeste sem que nelas estejam os amigos?

Plínio Barreto, o maior historiador e cronista dos 100 anos de Cruzeiro, era festejado por uma legião deles. Tinha os seus mais próximos, como os ex-jogadores Niginho, Pampolini, Procópio e o ex-técnicos Duque e Gérson dos Santos. Na sua paixão por prosear, cabia outros milhares, até mesmo os atleticanos do Bairro de Lourdes, como o ex-atacante Lucas Miranda.

Dentro do estadinho JK, no Barro Preto, surgiram outras tantas amizades de vida inteira. O zagueiro Azevedo e o goleiro/pedreiro Geraldo II representavam uma delas. Dividiam as camisas de Palestra e Cruzeiro, e fora do campo, moravam com suas famílias lado a lado, no Bairro Nova Suíça.

Nos anos 1950, apesar de pouco tempo atuando juntos com a estrelada ao peito, o médio volante Pampolini e o ponta esquerda Raimundinho construíram uma amizade para a vida toda. O mesmo aconteceu com os zagueiros de 1966, Procópio e William. Não dividiram apenas a grande área da meta de Raul. Eles formaram uma família. Dirceu Lopes, o Mestre da Gentileza, coleciona amizades nascidas pelo Cruzeiro. Dos mais velhos, como Joãozinho, aos mais novos, como o escritor Pedro Blank, seu biógrafo e grande amigo.

O tempo seguiu fazendo do Cruzeiro porto seguro para outras amizades. Os irmãos gêmeos Livio e Luiz Cosme, nos difíceis anos de 1980. Os ídolos e inseparáveis Balu e Careca, na mesma década. Nos anos 1990, Ricardinho e Marcos Paulo, assim como Marcelo Ramos e Roberto Gaúcho. No elenco de 2013/2014, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Pouco tempo depois, Paulo André e William Bigode, e os garotos Élber e Alisson. Nos dias de hoje, a trinca de amigos, Fábio, Leo e Henrique, carrega a missão de reerguer o clube.

Conosco, nas arquibancadas, não é diferente. Novas amizades surgem todos os dias. Basta iniciar um jogo, no Mineirão, comentando com um desconhecido ao lado. Se sai um gol, vem o abraço. E se é goleada, meu amigo, saímos de lá combinando a próxima partida.

O Cruzeiro traz o presente de nos unir por essa camisa. No próximo domingo, ele retornará ao campo, logo cedo, contra a URT. Seja com macarronada, feijoada, churrasco ou só uma troca de mensagens, desejo que o pós-jogo se torne um instante para voltarmos a celebrar esse clube capaz de reunir uma Nação Azul com 9 milhões de amigos a lhe querer por perto.


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