Depois de muito choro e ranger de dentes, estamos de volta para a nova temporada do Direito Simples Assim no glorioso Estado de Minas (nos dois sentidos da expressão). Agora, na versão 2.0, saímos do blog do jornal e fomos parar na coluna.
Como diria o incompreendido Capitão Nascimento, para quem achou que a gente tinha caído, a gente caiu para cima! Em razão disso, semanalmente estaremos aqui compartilhando o mundo do Direito com os leitores do Estado de Minas, em uma visão única. Confia em mim que no caminho a gente explica!
Neste novo formato, a coluna será dividida entre este que vos escreve e a queridíssima manda-chuva Rosane Alves Ferreira. Seremos nós dois intercalados pelos demais membros da equipe do Direito Simples Assim e eventualmente por um convidado ou outro. A gente vai jogando o confete e dando os créditos. A ideia será sempre a da troca de ideias, alargamento das visões de mundo, convivência com a diferença e a diversidade e, obviamente, fogo no parquinho. Afinal, sem emoção e adrenalina qual a vantagem a gente tem em fingir que fala sério?
A intenção, como sempre, é fazer pensar, superar o óbvio, saltar das análises e conclusões clichês e manter a tradição de criar confusão com absolutamente todo mundo. Confusão no sentido positivo do termo, ou seja: aquela desordem boa, aquela que gera debate saudável, que faz a gente aprender (ou desaprender), pensar em algo que não pensou e entender um pouquinho mais que a realidade, a vida, a política e o Direito não são tão simples como um jogo binário de “certo” e “errado”.
Em outras palavras, o Direito Simples Assim volta com a evolução da proposta original de mostrar que todo mundo pode entender o Direito de forma simples, mas isso não significa que ele seja simplório. É preciso queimar fosfato, superar mitos (sim, com todos os trocadilhos que você puder imaginar), admitir que seu time não é necessariamente melhor porque você gosta dele e que aquele salvador da paz e do amor pode fazer muita bobagem montado nesse discurso fajuto.
Como dizia sabiamente a minha avó: de boas intenções o inferno está cheio. Superar o gosto pela cara do freguês para entender o que o freguês está realmente pedindo é um exercício que faz bem ao cérebro. Até porque sem isso não dá para entender o mundo do Direito e o mundo da vida, dado que estes são criados a partir do mundo da política e dos políticos – ao sabor dos acontecimentos, tragédias e circos criados e desmontados diariamente.
Neste cenário, a ironia é o melhor caminho, dado que é um rasgo de lucidez e um grito de resistência em um mundo cheio de complexidades e inimigos de tudo. A capacidade de rir de algo (principalmente de si mesmo) é a capacidade de se distanciar sabiamente de um fato a um ponto que ele não mais te atinja.
Talvez o humor seja a mais séria e mais sábia das manifestações; talvez a ironia seja o mais sagaz mecanismo de protesto contra a hipocrisia nossa de cada dia. Olhar o Direito por uma perspectiva honesta dá vontade de rir em inúmeras oportunidades.
A gente se finge de sério, finge que faz coisas sérias, acredita que fala coisas sérias e que temos exata noção do que estamos fazendo com a vida alheia! E o mais legal é que tem uma galera que acredita mesmo nisso! Senhor! A gente realmente engana bem, considerando que, definitivamente, isso não é nem de longe uma sólida verdade.
E é nesse buraco que o Direito Simples Assim entra. Estaremos aqui periodicamente na tentativa de rir da gente mesmo e baratear algumas informações para mostrar que são muito menos do que parecem ser e desglamourizar esse negócio de Supremas Cortes e Magnas Cartas. Com isso, o objetivo será sempre pluralizar o discurso, trazer a análise para a realidade, debater com quem fala bobagem, pensar de forma pragmática e prognóstica e, quem sabe, criar conhecimento novo.
Nessa nova versão estaremos diariamente de orelhas em pé em tudo que acontece para dar muito mais do que informação, mas fundamentos para que você possa pensar por si só e tirar as suas conclusões de tudo que a gente disser. Tem ninguém aqui querendo pagar de inteligentinho e sair te entubando goela abaixo o que a gente quer.
Melhor do que isso é chacoalhar as ideias e pagar para ver que bicho dá, o que é muito mais interessante, muito menos limitante e não menospreza a inteligência do interlocutor. Se você gosta da ideia, vai acompanhando a gente, indica para os amigos e entre em contato com a gente e dê ideias do que vocês querem ver discutidos por aqui.
Que seja o primeiro de muitos textos e que essa parceria renda frutos pensantes como é da tradição do Estado de Minas (tanto o jornal quanto o Estado mesmo, rs).