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Para Ferreira Gullar, o melhor movimento feminista é o dos dois aa

Trata-se de um caso de amor. Um a encontra outro a. Olham-se. Sorriem. E caem de paixão. Decidem, então, juntar os trapinhos. Viram a crase, que, vale frisar, não foi feita pra humilhar ninguém


postado em 08/03/2020 04:00

Recado %u201CAgradeça-me, senhora, pelo enorme tempo gasto para fazer curta minha mensagem.%u201D

Gaspar Nogueira


 
Dia da Mulher? Eis a questão
Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Trata-se de homenagem justa. Tão justa que se torna desnecessária. A mitologia explica. Ela é a origem de tudo. Sem princípio masculino, criou o céu, as montanhas e o mar. Uniu-se ao céu e teve descendentes. Símbolo da fecundidade, é a mãe do universo e dos deuses. Engloba as qualidades e defeitos humanos e divinos. Daí ser conhecida como a Grande Mãe. Os gregos a chamam de Gaia. Os romanos, de Terra.

Com certeza
“As mulheres são seres humanos exatamente como os homens – iguais na capacidade de julgar e de cometer erros se lhes derdes a mesma experiência do mundo e os mesmos contatos com ele; na capacidade de realizar trabalho eficaz, de conservar a cabeça fresca se lhes derdes o mesmo treino nos negócios; no descortino social, se não as trancardes em casa; e, finalmente, na capacidade de governar, pois, se as mulheres governassem o mundo, não poderiam talvez estabelecer maior confusão nele do que o fizeram os homens na Europa atual.”
Lin Yutang

Sofisticado
Mulher tem plural. É mulheres. Tem diminutivo. É mulherzinha. E tem requintes. É o plural do diminutivo. Pra chegar a ele, temos de vencer três etapas. Uma: pôr o nome no plural. A outra: apagar o s. A última: acrescentar o sufixo – zinhas. Assim: mulher – mulhere(s) – mulherezinhas

Mesmo requinte
O requinte contagia outros diminutivos. Além das palavras terminadas em r como mulher, entram na roda os terminados em l, ão, m:
colher – colhere(s) – colherezinhas
flor – flore(s) – florezinhas
botão – botõe(s) – botõezinhos
animal – animai(s) – animaizinhos
pão – pãe(s) – pãezinhos
professor – professore(s) – professo-       rezinhos
papel – papéi(s) – papeizinhos
homem – homen(s) – homenzinhos

Duas delícias
Feminino ou masculino? Há palavras que têm o gênero bem definido. Mas nem todos o conhecem. Na dúvida, chutam. Têm 50% de possibilidade de acertar e 50% de cair numa esparrela. Em geral, a Lei de Murphy pede passagem. O que pode dar errado dá. Pra não dar chance ao azar, guarde esta dica. Ela se refere a duas delícias. Alface e musse são femininas sim, senhores – a alface e a musse. Mudar-lhes o gênero tem consequência. É indigestão.
(foto: Curta!/Divulgação)
(foto: Curta!/Divulgação)

Feminista
“O melhor movimento feminista é o dos quadris”, repetia Millôr Fernandes. Ferreira Gullar discordava. Pra ele, o melhor movimento feminista é o dos dois aa. Trata-se de um caso de amor. Um a encontra outro a. Olham-se. Sorriem. E caem de paixão. Decidem, então, juntar os trapinhos. Viram a crase, que, vale frisar, não foi feita pra humilhar ninguém. O casório ocorre quando a preposição a encontra o artigo feminino a ou o a inicial dos demonstrativos, aquele, aquela, aquilo. O acento indica que a dupla pôs a aliança no anular esquerdo: O êxito é obstáculo à liberdade. Entreguei o relatório àquele homem.

Troca-troca
A dúvida pintou? Apele para o troca-troca. Substitua a palavra feminina por uma masculina (não precisa ser sinônima). Apareceu ao? Sinal de crase. Não apareceu? Deixe o acento grave pra lá:

Maria vai à escola. (Maria vai ao clube.)

Estudar vale a pena. (Estudar vale o  sacrifício.)

Fruta faz bem à saúde. (Fruta faz bem ao  coração.)

A crase muda tudo
O amor bate à porta
E tudo é festa.
O amor bate a porta
E nada resta.
(Cineas Santos)

Leitor pergunta
Costumo dizer “entre mim e Deus”. Por questão de respeito, posso dizer “entre Deus e mim”? 

Abdias Souza, Porto Alegre

As pessoas do discurso são três. A primeira fala (eu, nós). A segunda escuta (tu, vós, você). A terceira serve de assunto (ele, ela). Qual a mais importante? A primeira. Por isso o mim, pronome de 1ª pessoa, tem prioridade sobre as demais pessoas: acordo firmado entre mim e Deus, acordo firmado entre mim e ti, acordo firmado entre mim e eles, acordo firmado entre mim, ti e eles. Antigamente, os professores diziam “o burrinho vai sempre na frente”. Jeito deles de ajudar na fixação da prioridade das pessoas.

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