(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas PADECENDO NO PARAÍSO

Ninguém é ilha: iniciativas pelo bem comum

Mesmo quem não perdeu renda não quer, neste momento, gastar com itens que não sejam de primeira necessidade. A forma de consumo mudou'


postado em 26/04/2020 04:00 / atualizado em 02/05/2020 08:19




(foto: Depositphotos)
(foto: Depositphotos)


Minha amiga Tetê sempre me lembra disso: ninguém é ilha!

Nas últimas semanas, tenho visto uma movimentação diferente, ações solidárias de pessoas preocupadas com o outro. Preocupação com o social que vai muito além do dilema entre salvar vidas ou salvar a economia. Afinal, sem vidas não há economia, mas é preciso manter a economia para evitar a fome. E para isso são importantes ações do governo, e uma delas é o auxílio emergencial. Algumas pessoas já começaram a receber, outras ainda estão em análise. E enquanto esses processos não são analisados elas não têm dinheiro para o básico.

Ontem, uma pessoa me pediu ajuda, ela e o marido estão usando os últimos recursos que têm para comprar comida, mas já estão com contas atrasadas e não têm de onde tirar. Ambos são trabalhadores informais, ele é motorista de aplicativo, ela trabalha com eventos, duas áreas que foram muito afetadas nesse momentos. Estão se reinventando, criaram a Maria Macarrão e estão fazendo comida para entregar na casa das pessoas na região do Barreiro. Mas os pedidos não estão chegando na quantidade que eles precisavam para equilibrar as contas.

Não são só os autônomos que estão passando por dificuldades, os pequenos empresários têm sofrido para manter as contas em dia, além da folha de pagamento. Eles também precisam de ajuda do governo. Reabrir o comércio em meio a uma pandemia não vai fazer as pessoas voltarem a consumir como antes.

Essa situação se repete em muitas casas do país e não se dá por causa do isolamento, e sim por causa do medo do vírus. Mesmo quem não perdeu renda não quer, neste momento, gastar com itens que não sejam de primeira necessidade. A forma de consumo mudou. Quem pode gastar não está comprando roupas, sapatos, salão de beleza, está gastando com produtos que facilitam a vida e as tarefas dentro de casa. Sonho de consumo hoje é robô que limpa o chão e lava-louça.

Ficar em casa para achatar a curva é fácil para um percentual pequeno da população, sabemos disso. Esse é o preço da enorme desigualdade social que existe no Brasil.

Em meio ao caos, pessoas se unem para ajudar os mais vulneráveis. Um grupo de mulheres (Ruas sem Fome) cozinha e leva marmitas para moradores de rua que não têm a quem recorrer. Outro grupo cria o Mercado Solidário para divulgar os produtos e serviços de pequenos empreendedores. Mulheres dedicam seu tempo para fazer máscaras de tecido para doação. Terapeutas abrem horários gratuitos para profissionais da saúde.

Uma força-tarefa, Periferia Viva, é criada para conectar iniciativas, campanhas e demandas da sociedade civil a quem pode contribuir e fortalecer essa rede de solidariedade.

Minha amiga, a psicóloga Daniela Salum criou a campanha Pano Rosa na Janela, para identificar quem precisa de ajuda com alimentos. Muitas pessoas querem e podem doar, mas não sabem a quem doar. A ação vale para a periferia, onde as condições são mais precárias e as pessoas mais vulneráveis, mas vale também para aquele profissional liberal que mora em um apartamento, mas que perdeu sua renda e não está conseguindo comprar comida. Na Colômbia, bandeiras vermelhas nas janelas sinalizam necessidade de ajuda. Essa campanha não tem o objetivo de centralizar as doações, mas de espalhar o amor mostrando o que podemos fazer uns pelos outros.

Esses são apenas alguns exemplos de ações que vêm acontecendo e podem se multiplicar.

Além de iniciativas da sociedade civil, precisamos agradecer por ter um Sistema Único de Saúde, que não é perfeito, mas possibilita que grande parte da população tenha acesso a tratamentos de saúde.

Ninguém é uma ilha, estamos todos conectados. Ainda há muita gente negando a pandemia, essas pessoas não querem diálogo, não acreditam na ciência. A única forma de manter nossa saúde mental é focar no que podemos fazer pelos outros e ignorar o que não pode ser feito.

Tem um meme que cabe muito bem nesse momento:
“– Mestre, qual o segredo da felicidade?
– Não discutir com idiotas.
– Não concordo que esse seja o segredo.
– Você tem razão.”

Se você conhece mais alguma iniciativa pelo bem comum, conte para a gente, vamos compartilhar o que é bom. Vamos ajudar as pessoas a manter o isolamento. Não somos ilha.
#oamoréoquenosune


*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)