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Brasil tem, com certeza, expertise internacional em vacinação

Cobertura vacinal contra a poliomielite e o sarampo está baixa. Com risco alto de novos casos. As vacinas são eficazes e salvam vidas


19/02/2023 04:00

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Imunização obrigatória coordenada pelo cientista Oswaldo Cruz provocou a Revolta da Vacina, em 1904 (foto: ACERVO/EM)


aO Brasil é reconhecido mundialmente como o país exemplo de vacinação. Mas, nos últimos anos, vem sofrendo uma queda brusca na cobertura vacinal. Muito tem a ver com o sucesso dessa imunização, pois os mais novos, principalmente os brasileiros entre 30 e 50 anos, com ressalvas, não vivenciaram um avanço, por exemplo, da poliomielite – a paralisia infantil – e o sarampo. E o conhecimento de doenças graves como essas, onde há uma simples prevenção, parte dos nossos governantes. Porém, infelizmente, muitos preferem negar a eficácia das vacinas, e, principalmente, podem ter mentido em prol de uma ideologia. Infelizmente, muitos acreditam.
 
Na pandemia de COVID-19, o tema voltou a ser discutido, e com muita razão. O tempo para a produção da vacina contra a doença que assolou, e ainda deixa muitos mortos no mundo, provocou uma onda de desinformação e desconfiança, principalmente dos mais conservadores. E, também, neste período, você também deve ter lembrado de parte de nossa história. Quando um novo imunizante também chegou no país e provocou muita revolta.
 
Esse capítulo do nosso Brasil ficou conhecido como a Revolta da Vacina. Era 1904, mais precisamente em novembro, quando o Brasil foi atingido pelo avanço da varíola, tendo a capital, naquela época o Rio de Janeiro, como o epicentro da doença no país. Foram registradas, naqueles 12 meses, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 3,5 mil mortes.  E olha que interessante. Uma vacina já existia contra a doença. Ela foi desenvolvida em 1796, pelo médico Edward Jenner, da Inglaterra, mas sofria ainda uma resistência por parte da população brasileira.
 
No Rio de Janeiro, crianças e adultos já tinham a vacinação obrigatória determinada pelo Código de Posturas do Município. Mesmo assim, muitos se negaram a receber o imunizante que salvava vidas. O motivo principal: as notícias falsas. Os moradores foram ludibriados por informações inverídicas de que iriam ficar com feições de bovinos se inoculados com o imunizante.
 
A Revolta da Vacina, como ficou conhecida a negativa de parte da população, teve o estopim com a determinação de Oswaldo Cruz que tornava obrigatória a apresentação de comprovante de vacinação para alguns serviços. Entre eles, a matrícula em escolas e a obtenção de novos empregos. A indignação de parte da população durou cinco anos. E o Rio de Janeiro acabou atingido por uma nova epidemia em 1908. E, por ironia do destino, a população buscou, voluntariamente, a vacina para a proteção.
 
De lá pra cá, a vacinação contra todas as doenças avançou pelo país, levando o Brasil a um patamar de exemplo mundial por causa da alta cobertura vacinal. Mas o posto vem perdendo força. Primeiro, porque as doenças, devido a esse sucesso, desapareceram, ou, no termo científico, foram erradicadas. E isso vem trazendo um “relaxamento” dos brasileiros, principalmente os mais jovens. Além, disso, temos os antivacinas que vinham ganhando força antes mesmo da pandemia de COVID-19, e tiveram muitos adeptos nesses últimos dois anos.
 
E por falar no Sars-CoV-2, o Brasil teve um porta-voz contra a vacinação. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desde o início, se pronunciou contra a vacinação, ou, para muitos, era desfavorável à obrigatoriedade da imunização contra a doença. Chegou até a citar feições animais, como feito em outras ocasiões no país, dizendo que quem tomasse as doses poderia virar jacaré. Absurdo maior ainda foi fazer ligação das vacinas com a Aids.
 
Enfim, todo esse discurso antivacina pode ter servido apenas para quem o segue. Mas os dados do cartão de vacinação do ex-presidente podem mostrar uma situação diferente. A Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou que no documento de Bolsonaro há o registro de uma dose da Janssen aplicada em 19 de julho de 2021. Jair nega e o caso ainda segue em investigação.
 
Mas, para além desse fato, a população tem que ter consciência de que a vacina é eficaz. Basta vez os números da COVID-19, que vêm em queda vertiginosa, tanto em número de mortes quanto de infectados. O alerta ainda segue, não apenas pela doença. A cobertura vacinal contra a poliomielite e o sarampo está baixa. E o risco é alto de surgimento de novos casos. Então, pode acreditar. As vacinas são eficazes e salvam vidas.


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