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Estado de Minas SAÚDE

Pesquisa traz novidades sobre a redução da capacidade funcional do idoso

Medição da velocidade da caminhada do paciente permite prever e prevenir problemas que levam a quedas, hospitalização e até à morte


14/02/2022 04:00 - atualizado 15/02/2022 08:42

Ilustração mostra mulher caminhando lentamente, bem atrás de multidão
(foto: CB/D.A press)

 
Estou com uma predileção especial por novidades e facilidades para quem é mais velho. A última informação que chega a esta coluna é bem notada por todos: pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e do University College London descobriram uma forma eficiente, simples e barata de prever o risco de perda da capacidade funcional em idosos.
 
A partir da análise de um banco de dados com mais de 3 mil idosos britânicos, identificou-se que a lentidão da marcha pode ser considerada, isoladamente, indicador de risco aumentado para a perda da capacidade de realizar atividades cotidianas – das mais básicas, como levantar da cama, tomar banho e trocar de roupa, às chamadas atividades instrumentais, como fazer compras, administrar o próprio dinheiro, ir ao banco e usar transporte público.
 
“Nosso estudo mostrou que medir apenas a velocidade da caminhada já é suficiente para ter um preditor eficiente de perda de capacidade funcional em idosos. Os dados da pesquisa mostram que a lentidão da marcha precede em alguns anos essa perda. É uma constatação importante, pois facilita o monitoramento do problema. A descoberta possibilita que qualquer profissional de saúde possa detectar o risco”, diz Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e orientador da pesquisa.
 
Publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, o estudo analisou dados sobre condições físicas e velocidade da marcha de 3 mil indivíduos com mais de 60 anos. Geralmente, a perda da capacidade de executar atividades básicas e instrumentais pode ser simultânea ou anteceder a chamada síndrome da fragilidade – condição que acomete grande parte da população idosa e pode trazer incapacidade para a realização das atividades cotidianas, aumentando o risco de queda, hospitalização e morte.
 
Para diagnosticar o problema, profissionais de saúde costumam realizar avaliações para medir diferentes parâmetros, como a velocidade da caminhada, a força da mão, nível de atividade física, a exaustão e a perda de peso nos últimos seis meses. A fragilidade é fator de risco para a incapacidade, mas não é sinônimo.
 
“Cinco elementos medem a síndrome. Se a pessoa tem um ou dois, ela é pré-frágil. Se tem três ou mais, é frágil. O problema dessa avaliação é que por ser mais complexa, precisa de equipamento e de questionários. Não é em todo lugar que se consegue fazê-la”, explica o pesquisador.
 
Comparou-se a fragilidade como um todo com cada um dos cinco componentes, a fim de verificar qual deles discriminaria melhor o processo de incapacidade. Concluiu-se que a lentidão da marcha, sozinha, foi o melhor componente para indicar o risco de incapacidade em atividades do dia a dia em ambos os sexos.
 
“É um indicador precoce. Com essa descoberta, é possível detectar o problema com mais facilidade. O profissional de saúde pode investigar com mais antecedência o que está causando a lentidão”, comenta Dayane Capra de Oliveira, autora do estudo. Tiago Alexandre ressalta que quanto mais rápido for identificado o problema, mais recursos e abordagens se tem para tratá-lo.
“Fica muito difícil agir quando o indivíduo já está com dificuldade de fazer várias atividades diárias. Existem alternativas, mas o resultado não é o mesmo de quando identificado precocemente. Por isso é tão importante termos uma maneira mais simples, segura e barata de prever riscos de perda funcional”, afirma.
 
Mulheres que se tornaram pré-frágeis apresentaram mais incapacidade para as atividades diárias. Isso não ocorreu com os homens. Por outro lado, mulheres e homens que se tornaram frágeis (condição mais grave) ficaram mais dependentes para as atividades do dia a dia.
 
Nos homens, problemas como acidente vascular cerebral, câncer e doença pulmonar, somados a hábitos comportamentais pouco saudáveis, como fumo, álcool e trabalho pesado, podem influenciar na fragilização e incapacidade, com evolução mais rápida para a morte. Diferentemente das mulheres, que convivem por mais tempo com doenças incapacitantes, como artrose, depressão e hipertensão.
“Nosso trabalho também sugere que homens passam por um processo muito curto de incapacidade por conta da carga de doenças mais graves que podem evoluir mais rapidamente para o óbito, enquanto as mulheres passam por um processo mais longo de fragilidade e incapacidade”, explica Tiago da Silva Alexandre.

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