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Reformar casas nos Estados Unidos é uma praticidade só

Arquitetura americana, com a maioria das construções erguidas com ripas de madeira e paredes de driwall, permite que reformas sejam muito mais fáceis


06/07/2021 04:00


Parece que a vida nos ensina tudo, mas para falar o óbvio, só vivendo para saber. Trabalho desde os 17 anos, e não me arrependo dessa precocidade. Acontece que durante todos esses anos, as férias eram sempre os períodos esperados e programados. Não sabia da missa a metade. Minhas férias durante esse terrível período de pandemia me mostraram que não pode existir coisa pior na vida de ninguém. Sem trabalhar, mesmo em home office, os dias ficam completamente vazios. E a procura do que fazer acaba dando no mais fácil, que é ligar a TV.

Curiosamente, parece que o pessoal da área resolveu exorcizar o interesse dos prisioneiros da COVID-19 para esse tipo de distração. O que vemos, o que nos oferecem, são os filmes repetidos ad infinitum, sem falar nos seriados. Praticamente todas as estações entram de vez nos seriados, e já nem digo séries, que vez ou outra mostram alguma novidade, mas seriado mesmo, esses de capítulos seguidos por capítulos.

O caminho que resta é buscar novidades que nem sempre nos atraem quando a vida está em seu seguimento normal, com obrigações e relacionamentos funcionando dentro do habitual. Nesse busca que busca, tenho visto com frequência as séries americanas de decoração, principalmente os de recuperação de casas, que em uma semana ou pouco mais de tempo são totalmente transformadas, a toque de marteladas e umas maravilhosas máquinas de aplicar pregos e parafusos, que ainda não vi por aqui.

Esse desmonte é mais do que fácil, por causa da maioria das construções americanas, erguidas com muitas ripas de madeira e paredes de drywall. O que, por coincidência, conheço de especular. Tenho um sobrinho que mora no Canadá, numa bela casa de quatro andares, que parece de cinema, de tanto conforto e praticidade. Quem não repara muito no que vê acredita que ela é construída como as nossas: com belas escadas, confortáveis varandas dotadas de espaço para churrasqueira, cozinha que funciona muito bem, banheiros confortáveis.

Como fui ocupar o basement da casa, com outro hóspede, nunca vi tanto conforto: sala imensa, dotada de lareira, decorada com um aquário imenso, cheio de peixes, chão aquecido e tudo mais que se pode esperar e encontrar numa casa daquele tipo. Por acaso, minha curiosidade bateu em uma porta extra do meu quarto, que dava para a estrutura de toda a construção: vi as fundações de todos os andares escorados em ripas de madeira de várias larguras e espessuras e paredes que não levam nem tijolos, nem reboco: são todas feitas com drywall. Quer dizer, a construção não leva nem tijolos, nem cimento, nem nada desses materiais que estamos acostumados a usar por aqui e que são trabalhosos.

É por isso que gosto de ver os programas de TV com a reforma e restauração de casas. As duplas de profissionais requisitam os donos e seus amigos ou familiares, as paredes são quebradas com a maior facilidade, as modificações de espaços são verdadeira brincadeira. O trabalho dá uma inveja danada em quem curte essa história de reformar casas. Acho a maior graça é que nada é aproveitado. Não tem essa história de aproveitar armários de cozinha, peças de banheiro, decoração de lareira. Tudo é quebrado e jogado fora, não se aproveita nada. Mesmo que as peças estejam perfeitas. Não tem aquela história de modificar armários com uma mão de tintura colorida ou outro qualquer puxador.

Fico totalmente encantada. Outro dia, vi a reforma de uma dessas casas em que os puxadores dos armários de cozinha eram uma pequena colher produzida para ser usada dessa forma. E como as paredes vão embora de um golpe só, novos espaços e novas aberturas recebem novas janelas, ou parede de vidro, uma inveja só. Outro programa mostra reforma de jardins e espaços que cercam as casas. Deixam evidente uma preferência dos donos das propriedades pelas pequenas quedas d'água, pelos toldos que serão usados para a montagem de uma área de refeição ao ar livre e até pelas lareiras que funcionam no jardim, nas regiões americanas onde o frio é grande.

Dia desses, tive a experiência de como é botar paredes e tetos de casa abaixo, sem a menor confusão. Uma construtora desmanchou duas casas na rua abaixo da minha para construir um prédio e elas foram destruídas a toque de marreta e trator. Cada maretada que davam lá em baixo era tão poderosa que balançava até a mesa da minha sala. Aprendi a razão que a construtora tomou ao mandar uma equipe fotografar o fundo do meu jardim, chão e tudo mais. O que não aconteceu quando construíram outro prédio que dá literalmente para o fundo do meu jardim. Só estou esperando quando as escavadeiras começarem a funcionar para a construção das fundações do prédio.

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