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Carboidratos de baixa qualidade elevam risco de doença cardíaca e morte

Estudo com mais de 137 mil pessoas concluiu que dieta com índice glicêmico mais alto aumenta em 20% o risco de ataque cardiovascular


17/03/2021 04:00

Estudo concluiu que excesso de carboidratos de baixa qualidade aumenta em 20% o risco de ataque cardiovascular, mesmo para quem não tem condição preexistente da doença (foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press)
Estudo concluiu que excesso de carboidratos de baixa qualidade aumenta em 20% o risco de ataque cardiovascular, mesmo para quem não tem condição preexistente da doença (foto: Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press)

Grande estudo com 137.851 pessoas dos cinco continentes acompanhadas por quase 10 anos foi liderado por pesquisadores das universidades McMaster e de Toronto. A pesquisa concluiu que dieta rica em carboidratos de baixa qualidade, como doces, massas e arroz branco, aumenta risco de ataques cardíacos, derrames e morte.

Não é difícil prever que a rotina dos brasileiros inclui ingestão em excesso de pão, arroz branco e batata, além dos doces. Isso significa que é hora de rever seu plano alimentar. O estudo realizado nos cinco continentes descobriu que uma dieta rica em carboidratos de baixa qualidade leva a um risco maior de ataques cardíacos, derrames e morte.

“Os maiores riscos de uma dieta rica em carboidratos de baixa qualidade, chamada dieta de alto índice glicêmico, eram semelhantes, independentemente de as pessoas terem ou não doenças cardiovasculares anteriores. É importante deixar claro que existem carboidratos de baixo índice glicêmico, como a maioria das frutas, vegetais, feijão e grãos. Eles contam com fibras, o que evita os picos de insulina. No entanto, o pão, o arroz branco e a batata têm alto índice glicêmico”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.

O estudo, publicado no “New England Journal of Medicine”,  em 24 de fevereiro, é o maior de uma população geográfica e dieteticamente diversa sobre esse assunto, já que levantamentos anteriores focaram principalmente em países ocidentais de alta renda. Um total de 137.851 pessoas com idades entre 35 e 70 anos foram acompanhadas em média por 9,5 anos por meio do Prospective Urban and Rural Epidemiology (Pure), conduzido pelo Population Health Research Institute (PHRI) da Universidade McMast.

A equipe de pesquisa usou questionários alimentares para medir a ingestão alimentar de longo prazo dos participantes e estimar o índice glicêmico (a classificação dos alimentos com base em seu efeito sobre os níveis de açúcar no sangue) e carga glicêmica (a quantidade de carboidratos em um alimento vezes seu índice glicêmico) de dietas. Houve 8.780 mortes e 8.252 eventos cardiovasculares maiores registrados entre os participantes durante o período de acompanhamento.

As pessoas que consumiram uma dieta com o índice glicêmico mais alto em 20% tinham 50% mais probabilidade de ter um ataque cardiovascular, derrame ou morte se tivessem uma doença cardíaca preexistente, ou 20% mais probabilidade de ter um evento se eles não tinham uma condição pre-existente. Esses riscos também eram maiores entre as pessoas obesas.

“Este estudo também deixa claro que, entre uma população diversa, uma dieta baixa em índice e carga glicêmica tem um risco menor de doença cardiovascular e morte”, afirma a médica nutróloga. “Os dados presentes, junto com outras publicações anteriores, enfatizam que o consumo de carboidratos de baixa qualidade é provavelmente mais adverso do que o consumo da maioria das gorduras na dieta. Isso exige uma mudança fundamental em nosso pensamento sobre quais tipos de dieta podem ser prejudiciais e quais são neutras ou benéficas”, destaca a médica.

Segundo Marcella, o impacto das dietas com alto índice glicêmico vem sendo estudado por muitas décadas e este trabalho ratifica que o consumo de grandes quantidades de carboidratos de baixa qualidade é um problema mundial. “As dietas ricas em carboidratos de baixa qualidade estão associadas à redução da longevidade, enquanto as dietas ricas em carboidratos de alta qualidade – como frutas, vegetais e legumes – têm efeitos benéficos”, finaliza a médica nutróloga.



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