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Saiba o que é lipoenxertia e quando o procedimento é indicado

Aproveitamento de gordura retirada do próprio organismo tem fins estéticos, mas também pode ser feito para alívio de dor crônica


08/03/2021 04:00


Cada vez mais, pacientes que fazem a cirurgia plástica de lipoaspiração buscam reaproveitar a gordura retirada com novos fins, que vão do rejuvenescimento facial ao tratamento de dores. “Como a gordura é do próprio paciente, a técnica é biocompatível e não há os riscos de rejeição”, afirma o cirurgião plástico Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS).

“O primeiro passo é retirar a gordura de outra região, que pode ser dos culotes, partes internas ou externas das coxas, costas ou abdômen — sendo que esta última área é a mais comum. O procedimento é feito através de uma cânula, que fará a lipoaspiração do material, levando-o para um recipiente separado. Nele, o médico eliminará partes desnecessárias para que a gordura fique limpa e pronta para ser enxertada no local desejado”, afirma o médico. Abaixo, o cirurgião plástico explica como funcionam os tratamentos com enxerto de gordura.

Utilizar a gordura do próprio corpo para rejuvenescer a pele é uma tendência entre os procedimentos estéticos. “Mesmo sabendo que cerca de 50% do material enxertado pode ser absorvido pelo organismo, a quantidade restante é repleta de células-tronco capazes de melhorar a qualidade e o aspecto da pele”, afirma o cirurgião plástico. A gordura é injetada na região facial com o objetivo de trazer efeito volumizador, tratando problemas como bigode chinês, olheiras profundas, rugas, promovendo a harmonização facial. Pode também ser utilizada para dar volume aos lábios, queixo e mandíbula.

O procedimento é feito sob anestesia local e sedação ou anestesia geral quando associado a outras cirurgias. “Além de promover a melhora na qualidade da pele do local, outra vantagem da lipoenxertia é o fato de ser um preenchimento definitivo”, afirma. Existe outro procedimento importante para melhorar a qualidade da pele: é o Nano Fat, que visa melhorar o aspecto geral da pele através da injeção de pequenas partículas de gordura no tecido cutâneo.

“No procedimento, utiliza-se a lipoaspiração para retirar uma pequena quantidade de gordura do próprio paciente, que é então transformada em partículas menores para ser novamente injetada na pele. Apesar de não conferir volume ou preenchimento, visto que as partículas de gordura são muito pequenas, a melhora no aspecto da pele ocorre devido à presença de células-tronco na gordura, que promovem uma potente regeneração dos tecidos da região tratada”, diz Rubez.

Realizado sob o efeito de anestesia local, o procedimento é feito em apenas uma sessão e não tem downtime, permitindo que o paciente retorne às atividades normalmente. No entanto, a aplicação de fotoprotetor é indispensável e atividades físicas só podem ser realizadas após sete dias.

Vários benefícios dos tratamentos com enxerto de gordura já foram publicados – e muitos deles para a dor. Um estudo de março de 2019 publicado no Plastic and Reconstructive Surgery Journal concluiu que os sintomas da enxaqueca foram reduzidos com sucesso na maioria dos casos com injeção de gordura. “Diferentes moléculas secretadas por células-tronco do tecido adiposo apresentam um efeito anti-inflamatório, melhorando a regeneração dos nervos, levando ao sucesso do resultado clínico. A dor melhorou em sete de nove pacientes no seguimento de três meses, segundo estudos”, diz o especialista.

O cirurgião destaca que a lipoenxertia tem se mostrado minimamente invasiva, com poucos riscos, de fácil execução, além de um procedimento seguro, tolerável e eficaz na redução ou eliminação completa da neuropatia persistente. A dor neuropática (dor nervos periféricos), juntamente com as dores de cabeça e enxaqueca, são alguns dos tipos mais graves de dor crônica. Com a epidemia do uso de analgésicos opioides (que podem causar vários efeitos colaterais) e a busca de formas de evitar narcóticos (medicamentos que adormecem ou eliminam a sensibilidade), os médicos estão buscando outras modalidades para o tratamento da dor neuropática, como a lipoenxertia.

Segundo o médico, o mecanismo preciso do papel da lipoenxertia na modulação da dor neuropática ainda não está claro. “A teoria mais aceita é de que há uma redução dos níveis de dor através dos efeitos anti-inflamatórios e de regeneração tecidual das células-tronco derivadas do tecido adiposo.”

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