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Labirintite e hipotensão postural não são a mesma coisa

Quem fica tonto ao se levantar depressa deve investigar as causas do problema, que é diferente da labirintite


25/01/2021 04:00


Em certas ocasiões, sou campeã de labirintite, e o especialista Humberto Guimarães dá sempre conta do recado, com uma manipulação que faz da cabeça, colocando o labirinto no lugar. De vez em quando, o problema fica tão cansativo que ele me manda para a fisioterapeuta Angela Bessa, para ela descobrir onde é mesmo que está meu labirinto.

Conheço Angela há séculos, antes que ela transpusesse as fronteiras mineiras e fosse aumentar seus conhecimentos de distúrbios de equilíbrio e vertigens nos mais famosos especialistas da França (é tão conhecida, que nesse fim de semana deu uma aula em vídeo para uma dessas sociedades internacionais, que está promovendo um curso). E esses mais de 10 meses dentro de casa, com a maior preguiça para fazer exercícios físicos, deram onde tinham que dar – instabilidade de equilíbrio, que, junto com a idade, pode, a qualquer distração, me jogar no chão.

E é esse tipo de desequilíbrio que provoca as maiores quedas e respectivas sequelas em idosos. Resultado: fui parar no Harmoniza, onde Angela está cuidado de minha recuperação de equilíbrio.

Não sou a única: você sente tontura ao se levantar rápido demais? Fica com a impressão de que desmaiará? Então, atente-se: talvez você tenha uma condição chamada hipotensão postural (HP). Quando uma pessoa se levanta rapidamente, pode sofrer abrupta queda na pressão arterial, eventualmente originando tontura, sensação de visão turva e até fraqueza. Em casos mais intensos, há os que desmaiam. Problema que não é tratado por fisioterapeuta, mas por médico especializado.

Quem fala sobre o assunto é Cristiana Borges, coordenadora, entre outras coisas, do Ambulatório de Distúrbios Vestibulares do Equilíbrio do Hospital das Clínicas da FMUSP: “Uma hipotensão postural ocorre isoladamente ou pode estar relacionada a certos problemas de saúde, como as doenças cardíacas, as neurológicas e a hipertensão. Aliás, é uma condição que, em algumas oportunidades, talvez decorra de várias outras situações, sendo essencial investigar bem”.

Entre as doenças neurológicas com tendência à hipotensão postural, a principal é degenerativa: a atrofia de múltiplos sistemas. Pacientes com doença de Parkinson, às vezes, também podem apresentar os sintomas. Segundo a especialista, ocorre inclusive em pessoas sem qualquer doença, absolutamente saudáveis. Por exemplo, alguém na praia, tomando sol o dia inteiro, sem se hidratar e se alimentar adequadamente, pode ser pego pela HP ao se levantar depressa.

“Quem tem sintomas recorrentes deve procurar um especialista. A primeira coisa a descobrir é o que está causando a hipotensão postural. Medidas como se hidratar bem e praticar atividades físicas ajudam no controle. Exercícios, principalmente de movimentação e contração das pernas, são salutares”, explica a neurologista.

Para aqueles com tendência à HP, é indicado sempre se levantar com vagar, sem pressa. Em caso de tontura, o melhor é se sentar ou deitar-se. Cristiana relata que assim a pessoa não mais desmaiará e os sintomas passarão.“A pressão se restabelece normalmente e começa a melhorar. Truques como colocar sal debaixo da língua ou comer uma azeitona são mitos e não funcionam. Bom mesmo é hidratação e alimentação nutritiva, além de orientação médica para corrigir os facilitadores à hipotensão, se necessário, com medicação.”

Existem remédios específicos, mas só se deve adotá-los sob prescrição de um especialista, já que eventualmente provocam efeitos colaterais.“Se o paciente usa alguma medicação para a hipertensão em dosagem inadequada, pode vir a ter hipotensão postural”, informa a neurologista. Ela conta que, em certas ocasiões, a hipotensão postural é tão severa que a pessoa não consegue ficar em pé por muito tempo. A pressão despenca. Nesses episódios, é necessário recorrer a um fármaco, devidamente ministrado por um médico.

Cristiana registra que a HP pode ser limitante a tarefas do dia a dia, devendo ser encarada com toda a seriedade por quem sofre os sintomas. E frisa que se trata de condição totalmente diferente da labirintite.

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