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Envelhecimento e a vontade de dormir

Já nem me recordo mais do tempo em que batia a cabeça no travesseiro e só ia acordar no dia seguinte


20/10/2020 04:00


Depois que entrei para o segmento dos idosos, nem sei mais o que pode me acontecer, além do que sinto ao longo dos dias e das noites. Para quem avalia pelo comportamento social, idoso que “faz de um tudo” é digno dos maiores elogios. Vou avaliando o que consigo fazer, o que deixei de lado por pura seleção de prazeres e vou seguindo o que os especialistas vão relatando com os conhecimentos que têm.

Se é que alguém pode saber mesmo como é que funciona o cotidiano dos idosos que continuam ativos. Uma das últimas avaliações que recebi foi a respeito da relação das noites maldormidas e os idosos. Já nem me recordo mais do tempo em que batia a cabeça no travesseiro e só ia acordar no dia seguinte. Tenho saudades, mas vou levando como posso a vontade de dormir melhor. Vontade que acabou sendo muito prejudicada pela pandemia.

Um geriatra, Daniel Apolinário, do Hcor (Associação Beneficente Síria), entra no assunto baseado nas queixas que recebe em seu consultório, do idoso propriamente, e até de seus familiares. Ele acredita que o que às vezes é considerado um problema pessoal pode ser explicado com mudanças naturais no organismo de pessoas mais velhas.

De acordo com Apolinário, estudos conduzidos no Brasil e em outros lugares do mundo mostram que até 40% dos idosos relatam sono ruim. No entanto, para ele, é preciso que as pessoas dessa faixa etária conheçam as alterações naturais do envelhecimento para modular as suas expectativas com relação ao sono.

"O idoso que não aceita as alterações relacionadas ao envelhecimento e faz questão de ter oito horas de sono profundo corre o risco de acabar tomando medicações inapropriadas. Essas medicações funcionam bem nos primeiros dias de uso, mas, com o tempo, vão perdendo o efeito, e a pessoa passa a necessitar de doses cada vez mais altas, correndo o risco de desenvolver dependência", ressalta o geriatra.

O médico explica que, com o envelhecimento, a necessidade de sono naturalmente diminui e o tempo de intervalo entre a pessoa se deitar e efetivamente pegar no sono é um pouco maior. Além disso, o sono do idoso também é mais leve, o que faz com que eles despertem mais facilmente com pequenos estímulos.

Segundo o especialista, apesar de a dificuldade para dormir (insônia) geralmente estar associada a rotinas inadequadas, é necessário investigar outros problemas de saúde que podem estar ocasionando noites mal dormidas, tais como: transtornos depressivos e ansiosos, quadros de dores crônicas e a noctúria (necessidade de levantar várias vezes para urinar, que pode ser decorrente de problemas relacionados ao trato urinário).

Para ajudar, ele dá, no consultório, dicas para os idosos conseguirem dormir melhor. Segundo ele, as medidas abaixo podem ser utilizadas de forma integral ou adaptadas.

- Acorde no mesmo horário todos os dias, mesmo que precise utilizar um despertador e mesmo que tenha dormido um pouco mais tarde.

- Mantenha uma rotina diária de atividade física. Os exercícios podem ser realizados pela manhã ou à tarde; devem ser evitados no período noturno.

- Aumente a exposição à luminosidade, melhorando a iluminação dos ambientes de casa e passando mais tempo ao ar livre, sobretudo no período da tarde.

- Procure não tirar sonecas durante o dia e agende atividades dinâmicas nos horários que tem mais probabilidade de adormecer.

- Evite bebidas alcoólicas ou com cafeína à tarde e à noite.

- Implemente uma rotina preparatória para o sono, que pode incluir técnicas de relaxamento, para que o corpo entenda que está se aproximando a hora de dormir.


- Evite exposição a telas ao se deitar na cama, e garanta um ambiente escuro, sem ruídos e com temperatura agradável.

- Não leve preocupações para a cama. Se tiver uma rotina intensa na semana ou nos próximos dias, faça uma lista de tarefas e, em seguida, tente se desconectar.

- Se passar mais de 20 minutos na cama sem adormecer, levante-se e vá a outro cômodo para realizar uma atividade relaxante, retornando à cama quando tiver sono.

Como dá para ver, existe uma distância entre a realidade virtual e o sono, o item de não levar preocupações para a cama, por exemplo, é um desejo difícil – para não dizer impossível, de dormir bem.

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