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Doenças dermatológicas podem ser detectadas por fitas adesivas

Estudo aponta eficiência do método, mas uso clínico das tiras pelos dermatologistas pode demorar um ano ou mais


08/09/2020 04:00

Psoríase e outras doenças dermatológicos podem ser revelas por fitas adesivas, aponta estudo(foto: Ralf Tooten Photographer/Pfizer/Divulgação)
Psoríase e outras doenças dermatológicos podem ser revelas por fitas adesivas, aponta estudo (foto: Ralf Tooten Photographer/Pfizer/Divulgação)
Em alguns casos, os médicos podem colher amostras da pele de indivíduos com dermatite atópica e psoríase com biópsias, principalmente para determinar o perfil imunológico da pele. Embora úteis pelas informações que fornecem, as biópsias são invasivas, causam dor e podem gerar cicatrizes. Mas uma nova pesquisa destaca que um tipo de fita adesiva que pode ser mais eficiente para avaliar amostras da pele.

“As tiras não apenas rivalizam com as biópsias na detecção precisa de perfil imunológico e de barreira distintas na dermatite atópica lesional e não lesional e na pele com psoríase: elas também revelaram um único biomarcador de gene, óxido de nitreto sintase 2 (NOS2), que diferencia a dermatite atópica da psoríase com 100% de precisão” explica a Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O estudo foi publicado no final de julho no Journal of Allergy and Clinical Immunology.

De acordo com a dermatologista, os médicos atendem pacientes na clínica e costumam investigar para saber se o paciente está com psoríase e dermatite atópica. “Quando o exame clínico detecta características das duas doenças, esses casos são chamados de dermatite psoriasiforme. Neles, se torna necessário fazer a biópsia para diferenciar e fechar o diagnóstico.

Um diagnóstico preciso é importante para acompanhamento e tratamento a longo prazo, explica a médica. “Tendo um biomarcador como este, você pode identificar a doença facilmente com uma única fita adesiva.” Embora o uso mais imediato das fitas seja para fins de pesquisa, a expectativa é de que essas fitas cheguem aos consultórios. “Prevejo que isso também ajudará no diagnóstico e no tratamento adequado tanto da psoríase quanto da dermatite atópica, porque os tratamentos a longo prazo são diferentes”, diz a médica.

Os pesquisadores obtiveram amostras em fitas que incluíram pele com lesões e sem lesões de 20 adultos com dermatite atópica moderada a grave, 20 adultos com psoríase moderada a grave, bem como pele de 20 controles saudáveis. O sequenciamento de RNA das tiras mostrou que a tecnologia não invasiva detectou perfis de sequência de RNA em 96 de 100 amostras. As fitas adesivas da pele com dermatite atópica revelaram 4.123 genes expressos que não estavam na pele normal. Na pele psoriática, foram expressos 5.390 genes que não estavam na pele dos controles.

Como nas biópsias, as fitas adesivas para dermatite atópica e psoríase cutânea mostraram níveis aumentados de células dendríticas e marcadores de células T, do sistema imunológico da pele. A remoção da fita na pele envolve a aplicação da fita várias vezes na mesma área, o que permite a extração de proteínas ou RNA para biomarcadores, de acordo com o estudo. A vermelhidão da pele resultante desaparece em cerca de 30 minutos.

“Os biomarcadores envolvidos nas doenças são diferentes: a dermatite atópica é uma doença induzida por Th2 (T-helper 2) e a psoríase é uma doença causada por TH17. Ambos são mensageiros inflamatórios, mas com ações diferentes. Outro achado é o de que o óxido de nitreto sintase 2 diferencia a dermatite atópica da psoríase com 100% de precisão. Pacientes com dermatite atópica têm óxido de nitreto sintase 2 zero, enquanto o biomarcador é muito elevado na psoríase”, afirma a médica.

Os pesquisadores continuarão a investigar o uso das fitas adesivas para amostragem de doenças dermatológicas. O uso clínico das tiras pelos dermatologistas pode demorar um ano ou mais. E as chances são de que os dermatologistas tenham que enviar as amostras a um laboratório para análise, pelo menos no início. “De qualquer maneira, essa é uma pesquisa importante para evitar as formas mais invasivas de biópsias da pele”, finaliza a médica. 

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