De maneira geral, a partir dos 30 anos já é possível observar marcas de expressão. Isso tem relação com o envelhecimento natural – afinal, produzimos menos colágeno a partir dos 25 anos. No entanto, algumas pessoas podem notar rugas mais profundas, pele mais seca, manchas e flacidez mais aparente. Isso tem relação com os hábitos de vida. “Adotando cuidados diários como hidratação, proteção solar e hábitos saudáveis, é possível postergar em cinco a 10 anos a evolução de rugas”, afirma Mário Farinazzo, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
De acordo com o cirurgião plástico, muitos hábitos estão ligados à aceleração do envelhecimento do corpo. Um dos mais importantes é a alimentação. “A pele é o maior órgão do corpo e, como tal, vai ser influenciada diretamente pela oferta de alimentos a que é exposta. Em geral, qualquer alimento que cause inflamação e liberação de radicais livres é danoso para o corpo e a pele. Os mais comuns são os carboidratos de menor valor glicêmico, como açúcares e massas de farinha branca, e alimentos com gordura saturada, como as frituras”, diz o médico.
Por isso, Farinazzo orienta dar preferência a produtos integrais, que, além de causar menos inflamação, contêm mais fibras. “As gorduras boas presentes nas castanhas, por exemplo, são uma forma de cuidado com a pele e prevenção do envelhecimento. A vitamina C, presente em sucos cítricos como laranja, acerola e limão, é potente antioxidante e está envolvida com a produção de colágeno e elastina, que dão mais firmeza e mantêm a pele saudável. Frutas vermelhas, como maçã, uva e ameixas, contêm substâncias antioxidantes que retardam o processo de envelhecimento”, orienta o médico.
Outro problema é o estresse, desencadeado principalmente pelas relações de trabalho e pessoais. “Graças a ele, produzimos os radicais livres responsáveis pela oxidação e envelhecimento precoce das células. O corpo precisa de descanso para se restabelecer depois das atividades do dia a dia. A prática de atividade física, pausas de descanso e meditação podem ajudar no controle do estresse”, enfatiza o médico.
Uma consequência do estresse pode ser a falta de sono, que também colabora para o surgimento de rugas ou aprofundamento das marcas de expressão. “O momento do sono é restaurador para a pele e outros órgãos do corpo. Quando não dormimos direito, não permitimos que as células sejam renovadas e os radicais livres eliminados. Isso prejudica o aspecto da pele e predispõe ao aparecimento de rugas”, diz o médico.
Outros cuidados se tornam necessários. A proteção solar eficiente e a hidratação são fundamentais para a proteção da pele. “Dê preferência à exposição solar antes das 10h e depois das 16h, quando os raios ultravioleta são menos danosos. Use filtro com a fotoproteção correta, além da quantidade e intervalos adequados. A proteção deve ocorrer no dia a dia, principalmente em áreas mais expostas, como face, mãos e colo”, recomenda o especialista.
Evitar cigarro e bebidas alcoólicas também ajuda. “O cigarro prejudica a circulação de sangue na pele, prejudicando tanto a chegada de nutrientes quanto a liberação de toxinas. É como se fosse uma horta pouco irrigada, que seca e produz poucos alimentos. Além disso, as rugas ao redor da boca, conhecidas como 'código de barra', acentuam-se muito nos fumantes pelo próprio movimento de segurar o cigarro entre os lábios”, enfatiza.
No caso da bebida, além de causar desidratação, o excesso de álcool aumenta o estado “inflamado” do corpo pela liberação de radicais livres. “Isso prejudica não só a pele, como todos os outros órgãos. Apesar disso, sabe-se que o consumo de 30g de vinho tinto por dia pode ter efeito benéfico para os vasos e, consequentemente, para a pele. O resveratrol, substância presente no vinho tinto, é um antioxidante que retarda o processo de envelhecimento”, diz o médico. Por fim, ele lembra que a hidratação é fundamental para a boa circulação sanguínea, por isso é necessário beber bastante água.