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O avanço do diabetes e a perda da visão

Doença pode aumentar em até 25 vezes o risco de cegueira. Diagnóstico precoce é o melhor remédio para evitar alterações na retina


postado em 05/11/2019 04:00



Meu abençoado médico – há 30 anos – Walter Caixeta que me perdoe. Mas não consigo, tratando com ele, encarar o diabetes como uma doença que acaba com o paciente – que não se precavenha, nem se cuide, diga-se. Mas, nos últimos tempos, quando a folhinha de datas avança, vou escutando coisas que nem precisava saber. Como já contei aqui, minha labirintite, tratada muito bem por Humberto Guimarães, que sempre acaba com umas três manipulações, desta vez resistiu a sete. Ele me mandou fazer exame com Angela Bessa, que resultou numa novidade: o diabo do diabetes estava lá, um pouco só, mas onde não devia estar, no labirinto...

Outro lance foi que apareceram no meu rosto umas feridinhas cascudas. No começo eram poucas, depois aumentaram um pouco. O médico que fui, Luiz Maurício Costa Almeida, diagnosticou como herpes-zóster – mais conhecida no bom português como cobreiro. Acabei com ele em uma semana – mas uma das causas, sem falar na catapora que tive na infância (um vírus nunca morre, já pensou), pode muito bem ser uma queda de resistência provocada pelo diabetes. Então, aprendi em pouco tempo que é bom prestar atenção no diabetes.

Eu e muito mais gente, porque pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que de 2008 a 2018 o diagnóstico do diabetes cresceu 24% entre brasileiros com 18 anos ou mais. Saltou de 6,2% para 7,7%. Entre mulheres é maior. Atinge 8,1% da população feminina, contra 7,1% dos homens. O envelhecimento aumenta a prevalência. Dos 45 aos 54 anos é de quase 10%, índice que salta para 23% aos 65 anos ou mais. E uma das grandes preocupações é com a perda de visão. A doença pode aumentar em até 25 vezes o risco de perda definitiva da visão.

A boa notícia é que 88,7% dos diabéticos no país fazem tratamento medicamentoso para controlar a doença, segundo a pesquisa. A má é que um levantamento realizado pelo oftalmologista paulista Queiroz Neto mostra que 47% dos brasileiros entre 25 e 65 anos só consultam um oftalmologista quando sentem alguma dificuldade para enxergar. A maioria das doenças oculares não apresenta sintomas logo no início, adverte. “A hiperglicemia predispõe a alterações na retina. Por isso, requer diagnóstico precoce para manter a visão. A falta de acompanhamento oftalmológico regular faz mais da metade dos diabéticos correr o risco de cegar”, explica.

O especialista afirma que quanto maior o tempo convivendo com o diabetes até pessoas com glicemia bem controlada por medicamentos e dieta balanceada correm risco de contrair retinopatia. Por isso, quem tem diagnóstico da doença deve fazer exame oftalmológico anualmente. Na consulta, o especialista percebe se o diabetes está causando alguma alteração na retina, antes dos primeiros sintomas, pelo exame de fundo de olho. O tratamento pode ser feito com aplicação de laser, medicamento dentro do olho e em alguns casos pela associação dessas duas terapias. Evita a perda irreparável da visão em 90% dos pacientes. O médico explica também que os depósitos de glicemia nas paredes do cristalino, lente interna do olho, somados às oscilações glicêmicas, comuns entre diabéticos, aumentam a formação de radicais livres, aquelas moléculas que em excesso danificam nossas células. Por isso, o diabetes dobra o risco de contrair catarata, afirma.

Apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a maior causa de cegueira tratável no mundo, a catarata responde por 49% dos casos de perda da visão entre brasileiros. Geralmente, está associada ao envelhecimento e quanto mais avança maior a dificuldade de enxergar, até a completa cegueira. O único tratamento é a cirurgia. A operação substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular transparente. Deve ser feita antes da completa opacificação do cristalino, especialmente entre diabéticos. “Se a doença estiver muito avançada, o oftalmologista não consegue enxergar as alterações na retina. Para quem tem diabetes isso pode significar a perda permanente da visão”, alerta. 


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