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Portugal reserva boas lembranças e sabores

Restaurante Gambrinus, na Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa, é ponto de referência gastronômica na cidade


postado em 26/09/2019 04:00




Não sei a razão, mas encasquetei esta semana em pensar em Portugal, meu segundo país de coração e sabor. Já rodei por lá de cima a baixo, sem o menor contratempo, tinha sempre um motorista craque, possuidor de um Mercedes do ano, que nos levava a todos os cantos na maior segurança. E com uma garantia extra: guardando todas as compras no porta-malas do carro, entregando na volta na porta do hotel. 

Tenho um encantamento especial por alguns lugares e, curiosamente, o restaurante de Lisboa  que mais adoro, e não esqueço, é o Gambrinus, que encontramos por acaso na primeira vez em que fomos por lá. Subimos a Rua das Portas de Santo Antão em busca de uma loja especializada em presuntos e, quando voltamos, encontramos uma simpática porta de restaurante. Entramos e logo no primeiro ambiente um longo bar recebia comensais apressados para um almoço.

Mas lá dentro, há, logo na sala principal, uma longa e deslumbrante tapeçaria na parede (que depois fiquei sabendo ser de autoria de um artista chamado Sá Nogueira) que dava, de cara, o estilo do restaurante. Para completar, uma imensa lareira de pedra que estava sempre acesa nos dias de frio. Não estava cheio e, por isso mesmo, conseguimos ocupar uma mesa cheia de truques. Foi lá que vi pela primeira vez aquela cafeteira estilosa, de vidro, que faz um café ótimo e não existia por aqui. É claro que procurei até achar para comprar, está em minha casa, aposentada pelo café feito com aquela prática cápsula.

Adorei tudo: o tratamento, o luxo do lugar, a delícia da comida e o restaurante tornou-se nosso ponto de referência gastronômica na cidade. De tanto voltar, em todas as férias que começavam e terminavam sempre por Portugal, acabamos conhecidos pelo pessoal da casa, que nos saudava nominalmente, um charme a mais. Aprendemos depois que a casa tinha sido aberta em 1936 por um alemão, e restaurada depois, em 1964. Começou conhecida por seus croquetes e crepes franceses e transformou-se, pela cozinha, luxo informal do ambiente, numa casa de luxo e referência no Centro de Lisboa. Por lá passam reis, príncipes, presidentes, figuras públicas e a tradição oral é que “por norma, tudo passa pelo Gambrinus.”

Com a frequência, aprendemos também que era possível entrar por uma portinha nos fundos da sala pequena, que é equipada com um fogão à moda antiga, onde são confeccionados os famosos crepes suzette à vista dos clientes. Já falei que a comida era divina, mas, para mim, nada era igual ou melhor que o empadão de perdiz, que se não estou enganada era o prato do dia das segundas-feiras. Gostava tanto que tive a felicidade de receber um, inteiro, trazido por um amigo diretamente do restaurante em um avião da TAP. Naqueles tempos, esses truques eram mais fáceis de ser cometidos, a bagagem de volta vinha recheada de queijos da Serra da Estrela, presuntos espanhóis inteiros, com o osso e tudo.

Outra coisa boa do restaurante é que a cozinha não tem horário. Funciona o dia inteiro, até a 1h da madrugada, e é possível deleitar-se sem pressa e a qualquer hora que a fome chegue. Inteligentes, os portugueses descobriram que muitos turistas gostam de jantar cedo, e não fazem cerimônia com suas delícias.

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