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Tuberculose continua matando em pleno século 21

No Brasil, são registradas por ano 4,5 mil mortes pela doença, causadas principalmente pelo abandono do tratamento. Só no ano passado, 75 mil novos casos da enfermidade foram computados no país


postado em 18/09/2019 04:00 / atualizado em 17/09/2019 16:55

(foto: Son Salvador)
(foto: Son Salvador)

 
A linha preferida do romantismo, lá pelo século 18, eram heróis ou heroínas sofrendo de uma doença fatal: a tuberculose. Doença que não perdoava nem ricos nem pobres. Em seu livro de memórias, Afonso Arinos de Melo Franco conta que, tuberculoso, foi se tratar na Suíça, onde se curou. Mas o tratamento era completamente diferente daqui. Ele ficou internado em um hospital onde, todas as noites, ia dormir debaixo de uma janela que dava para o clima gelado do país. O corpo todo era bem agasalhado, mas a cabeça e nariz ficavam de fora. Por aqui, frio e doença de pulmão eram dois temas incontornáveis e isso ocorria em pleno século 20. Em BH, o sanatório para doentes ficava no alto dos morros, um deles se transformou depois que a tisica foi desmistificada pelo tratamento no atual e excelente Hospital Madre Teresa.

Mesmo com todo o progresso, a doença continua mantendo suas dificuldades. E isso ocorre porque em cada 10 pessoas que iniciam o tratamento, pelo menos uma abandona os medicamentos. E interrupção traz complicações que podem levar à morte. Tem mais: a tuberculose é considerada uma das 10 principais causas de morte no mundo. No Brasil, são registradas por ano cerca de 4,5 mil mortes pela doença. Apesar de ter cura, o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose ainda continuar matando. O tratamento gratuito, o que não ocorria antes, ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS), dura, em média, seis meses. Apesar da melhora dos sintomas já nas primeiras semanas após início, a cura só é garantida ao final do esquema terapêutico.

No Brasil, de cada 10 pessoas que iniciam o tratamento, pelo menos uma abandona o uso dos medicamentos. A interrupção do tratamento antes da conclusão pode levar o paciente à resistência aos antibióticos ou mesmo a complicações que podem levar a óbito. Além disso, pode aumentar o risco de transmissão da doença para outras pessoas. Por isso, o tratamento diário e contínuo é fundamental para a cura da doença, que teve 75 mil novos casos registrados no ano passado no país.

Pela forte determinação social, a maior prevalência da doença é em países em desenvolvimento. O perfil clássico de quem tem tuberculose é de pessoas de classe baixa que acumulam vulnerabilidades sociais, econômicas e biológicas, moram às margens das grandes cidades urbanas, trabalham na informalidade ou percorrem longas distâncias para chegar ao trabalho. Quando essas pessoas começam o tratamento para tuberculose, ficam bem nas primeiras semanas. Voltam a seu peso normal, o cansaço diminui e o apetite melhora. Por isso, acham que já estão curadas e abandonando o tratamento. Mas essa melhora a partir do início do tratamento não é sinônimo de cura. A cura só vem com o tempo de tratamento, que precisa ser seguido até o final, tendo a confirmação de cura por exame laboratorial e avaliação clínica.

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