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Estado de Minas

Mostra fotográfica revela sensações e percepções de Israel

Obras de Helena Teixeira Rios, expostas na Funarte, tiveram intervenção da fotógrafa com o objetivo de expressar suas emoções diante de cenários de paisagem-história em Jerusalém, Telavive, Acre, Haifa, Safed, Massada e Nazaré


postado em 23/08/2019 04:00

Fotografias de Helena Teixeira Rios feitas em Israel têm intervenção da autora para expressar emoções experimentadas no país do Oriente Médio (foto: HELENA TEIXEIRA RIOS/divulgação)
Fotografias de Helena Teixeira Rios feitas em Israel têm intervenção da autora para expressar emoções experimentadas no país do Oriente Médio (foto: HELENA TEIXEIRA RIOS/divulgação)

Família grande é assim: aos poucos, as gerações vão aumentando, os mais velhos vão embora e fica difícil ter maiores relacionamentos com os novos. Outro dia, recebi e-mail sobre uma exposição de fotografias e lançamento de livro que seria realizado ontem. A autora é Helena Teixeira Rios. Encasquetei que devia ser minha parente e tanto futuquei que descobri: ela é neta de um primo querido, Carlos Martins Teixeira (que foi, enquanto viveu, médico e amigo de JK) e filha de Carlos Elísio Teixeira, que já se foi também. Só que podem acreditar: o que me chamou a atenção foi o diferente de suas fotos, numa época em que a cópia e a repetição são comuns. E ao telefonar para ela, descobri o parentesco e uma outra informação: na realidade, ela começou seu percurso na vida cultural criando mobiliários bem diferentes.

Depois dessa experiência, que foi mais do que bem-sucedida, passou para a foto. E é ela quem fala de seu trabalho, desenvolvido através das sensações e percepções que sentiu durante viagens: “Em Israel, foi possível perceber que determinados espaços carregavam diversas camadas de história, tempo e cultura, o que dificultava a apreensão do lugar como um todo. Por mais explícitos que fossem os relatos, o sentimento de incompletude permanecia, como se nenhuma síntese tivesse a capacidade de orientar. Determinados lugares deixavam perceber certo nível de densidade, dando a sensação de que uma névoa pairava sobre o todo”.



Durante viagem a Israel em 2018, a artista visitou as cidades de Jerusalém, Telavive, Acre, Haifa, Safed, Massada e Nazaré – locais que remontam ao quarto milênio a.C. Nesse período, só para citar alguns exemplos, Jerusalém foi devastada pelos efeitos de guerras pelo menos duas vezes, foi sitiada em 23 investidas, sofreu 52 ataques e foi invadida e recapturada 44 vezes. Berço das três grandes religiões monoteístas, cada esquina, prédio, monumento ou ruína ali estáticos são também arquétipos de expressiva significação para judeus, muçulmanos e cristãos.

Trata-se de um território político e religioso desafiador aos fotógrafos interessados por esses cenários de paisagem-história. Na atmosfera cúmplice de seu ateliê, Helena percebeu que as fotografias obtidas em Israel eram como uma argila a ser modelada. Percebeu que se fazia necessária uma ação de intervenção para torná-las uma instância visual e narrativa capaz de expressar suas emoções experimentadas naquele território. Por meio de distintas técnicas, as fotografias foram sendo transfiguradas até transbordar em outro dinamismo pelo emprego de camadas de tintas.

A ocupação do espaço da Funarte – Rua Januária, 68, Praça da Estação, Centro – se deu através da premiação do edital Paralelos Artes Visuais Funarte e tem curadoria de Eder Chiodetto e Fabiana Bruno.

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