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Estado de Minas

Como ficar livres de gambás sem ser preso?

Animais têm mania de invadir casas e não podem ser mortos, já que é crime inafiançável. Bichos não respeitam nada e também fogem de arapucas


postado em 22/08/2019 04:00 / atualizado em 21/08/2019 18:51


Já contei aqui como estou amando o canal novo de TV Love Nature, onde aprendo cousas e lousas e me distraio vendo maravilhas, principalmente do fundo do mar. A proposta geral de todos os capítulos é o amor à natureza e a preservação do mundo animal em qualquer situação. Só não vi até hoje como é que uma família que mora em casa térrea se livra de um inimigo incontrolável: o gambá. Protegido pelas leis ambientais, o bichinho não dá folga e não há como se ver livre dele. Vivo casos e mais casos em que ele é o personagem principal e até hoje não descobri como é que se faz para ele ir morar em outra freguesia.

Logo que me mudei, deixaram a porta da cozinha para a área externa aberta e, chegando do trabalho, o que é que vejo encarapitado na porta do meu armário de serviço? Um experto gambá, procedendo como se a casa fosse dele. Como estava sozinha, resolvi apelar para a vizinhança, os soldados que tomam conta da casa do general. Primeiro, veio um. Como não deu conta, chamou outro e com muito custo eles conseguiram não só expulsar como matar o gambá invasor. Linguaruda que sou, contei o caso aqui, e pronto. Um belo dia bateu em minha porta um funcionário do órgão do governo que toma conta dos bichos para me contar que matar gambá é crime inafiançável. Quem fez essa lei não deve morar onde tem gambá,precisava ter caridade com os humanos que moram em casa térrea.

Fiquei num beco sem saída e uma amiga muito querida me presenteou com uma gaiola de caçar gambá. O exercício não podia ser mais simples: a gaiola devia ser colocada numa área onde eles pululam, com um pedaço de fruta dentro. O bichinho entra, a porta cai e, depois, você leva a gaiola para soltar o gambá no mato. Simples, não? Gambá nenhum gostou da novidade e durante meses montei a arapuca sem pegar um só deles. Desisti. E eles continuaram numa boa. Até que um dia tive uma outra agradável surpresa: uma vizinha bateu em minha porta pedindo para que eu cortasse a hera do meu muro do fundo porque os gambás estavam passando para a casa dela. Achei a maior graça e quase perguntei se ela não queria um para assar. Só não posso entender por que eles têm essa preferência exagerada pela minha casa, já que moro ao lado do general da 4ª Região. Fico imaginando que eles não vão lá, com receio dos soldados, preferem o meu jardim, por causa do excesso de verde e, eventualmente, de alguma fruta.

Já virei mundos e fundos atrás de uma empresa que se ocupe em caçar gambás e até hoje não encontrei. Eles não respeitam nada, viram as tampas das latas de lixo, furam os sacos de plástico que esperam o bota-fora para os lixeiros, transitam calmamente por áreas externas, como se a casa fosse deles. Já nem sei mais o que é que vou arrumar para ficar livre deles – sem ser presa por matar gambá.
nnn

Correção: A coluna enganou-se identificando no artigo de ontem (21) que Tatiana Pimenta é psicóloga. Ela é na realidade fundadora da Vittude.

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