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Estado de Minas

Sucesso total


postado em 17/07/2019 04:00


Quando fui visitar a feira de tricô do Sul de Minas, nos fins do ano passado, se não estou enganada, funcionava no Minascentro e já interessava pela diversidade de ofertas. Passado o tempo, mudou-se para o Mercado Central, onde estive no último fim de semana, por duas vezes, para visitar a promoção. Meu queixo caiu diante da quantidade de estandes e o que era oferecido, do máximo ao mínimo, com um ponto em comum: ótimos preços. A feira, como já foi contado aqui, é uma descoberta dos artesãos de Jacutinga, que começaram tecendo seu produto com muita vontade, alguma esperança e acertaram na mosca. Atualmente, a cidade não só prosperou como tornou seus moradores livres da penúria brasileira. O que produzem conseguem vender.

E os estandes que foram montados no nível médio do Mercado Central tinham de tudo que pode ser produzido em tricô a máquina. Pelo resultado das peças à venda, dava para notar, com segurança, o que era produzido em máquinas maiores e de nível mais industrial e o que era produzido em pequenas máquinas domésticas. O sucesso dessa feira cresceu tanto que atraiu produtores de outras cidades de Minas – Monte Sião, Ouro Fino, Inconfidentes e Albertina – e também de outros estados, como São Paulo, Curitiba e outras. Até um estande belo-horizontino estava lá, vendendo blusas e túnicas de tecido com bordados de contas.

Destaque para as suéteres, cardigãs, blusas, calças, coletes e tudo que combina com o inverno, para adultos e crianças. Destaque especial para as peças em couro, as que vieram de Santa Catarina estavam atualíssimas, em cores e modelos. E para espanto dos compradores mais exigentes, além da modelagem e da matéria-prima – couro mesmo, o que encantava eram os preços. Podia-se comprar uma linda e moderníssima jaqueta por apenas R$ 400, que nas lojas de rua deve custar pelo menos o triplo. Além da modelagem fashion, a oferta cobria também os básicos, aquela peça que enfrenta anos e anos de uso numa boa.

Como agora existe na cidade de Jacutinga um serviço de pesquisa de tendência e modelagem para os produtores, as peças em estampa bicho apareceram em vários estilos, de blusas a cardigãs longos, bem legais. Outra modelagem muito bem reproduzida no tricô copiava as jaquetinhas Chanel em tecelagem tweed nos tons sóbrios de inverno, como preto, marrom, marinho, bege. “Sumiram” nos primeiros dias, já na sexta-feira não tinha uma só sobrando. A oferta para homens estava também mais do que perfeita. Além dos coletes, os cardigans estavam lindos. De acordo com o produtor, podiam fazer bonito em vitrine de lojas do primeiro time.

Aliás, não foram poucos os estandes que comercializaram peças de tecelagem mais pesada, bem para o inverno, contrapondo-se às mais leves para o nosso pouco frio. Além da proposta de mostrar coleções diversificadas, para todos os gostos, outro lance atraente foram os preços praticados. Um cardigã perfeito para qualquer ocasião custava no máximo R$ 50 e uma jaqueta não passava dos R$ 30. O que levantou uma constatação: o movimento do comércio estabelecido está às moscas por uma razão mais do que simples: ninguém aguenta os custos. Uma camisa de seda já ultrapassa os R$ 1 mil, conforme sua etiqueta. Pouca gente compra. Os vendedores creditam o alto custo aos pesados impostos cobrados – o que está fazendo com que muitas grifes fechem suas fábricas.

A feira, que foi aberta em 2 de julho, terminou no último domingo. No sábado, quem foi comprar teve que enfrentar um público recorde. Algumas alas estavam tão repletas que não dava para ninguém passar. Outra curiosidade é que as ofertas em malha preta já tinham acabado.

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