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Estado de Minas

História revisitada


postado em 10/07/2019 04:00


 
Há 262 anos, um ermitão português de origem simples, de nome Feliciano Mendes, fundou, como retribuição a uma graça alcançada, uma das maiores peregrinações brasileiras: a dedicada ao Bom Jesus de Matosinhos, na cidade mineira de Congonhas. O mistério sobre a verdadeira origem do fiel, responsável pelo início da construção do santuário – hoje considerado pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade –, só agora pôde ser revelada.

A revelação ocorreu durante o 1º Congresso Internacional do Bom Jesus de Matosinhos, evento que reuniu, em junho, no Norte de Portugal, representantes dos lugares ao redor do mundo com devoção semelhante. Após anos de pesquisa nos arquivos nos arredores do município português de Guimarães, foi encontrada a certidão de nascimento do ermitão. Os dados nela contidos abrem diversas perspectivas para os estudos sobre as origens desde que, ao longo dos anos, se tornou uma das maiores rotas de fé e devoção brasileira.

Feliciano Mendes foi batizado em 11 de junho de 1726, tendo nascido na véspera, e era filho de Francisco Mendes e de Rosa Ribeira. Para ampliar o debate e democratizar as novas descobertas, o Museu de Congonhas realiza o bate-papo “Feliciano Mendes e as origens da fé e devoção ao Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas”. O evento contará com a participação do escritor Domingos Costa, que está escrevendo o livro Congonhas: da fé de Feliciano à genialidade de Aleijadinho, do produtor do filme O ermitão, Edson Ferreira; e do diretor do Museu de Congonhas, Sérgio Rodrigo Reis, que falará sobre sua experiência em Portugal, quando participou do Congresso Internacional sobre as Devoções ao Bom Jesus de Matosinhos. O encontro será amanhã, às 19h30, com entrada franca, no Museu de Congonhas.

“O objetivo é reunir pesquisadores para juntos remontarmos a história de Feliciano Mendes, responsável pela construção da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. No Congresso em Portugal, foi revelada a verdadeira certidão de nascimento de Feliciano, o que nos possibilita fazer um raio-x com a história e a origem do ermitão fundador da devoção que fez com que Congonhas se tornasse patrimônio da humanidade”, explica Sérgio Rodrigo. 

A devoção ao Bom Jesus do Matosinhos em Minas Gerais é atribuída ao português Feliciano Mendes, responsável pela construção do famoso Santuário do Bom Jesus, em Congonhas. Na segunda metade do século 18, Feliciano Mendes contraiu uma grave doença cujo nome não se sabe, mas que segundo a tradição teria sido motivada pelos árduos trabalhos de mineração. As preces do devoto ao Senhor de Matosinhos para alcançar a cura foram atendidas e, a partir daí, Feliciano passou a se dedicar inteiramente à construção da igreja. Não uma igreja comum como as centenas que existiam espalhadas pela capitania das Minas, mas um santuário, como os dois que existiam na região em que nasceu, nas proximidades de Guimarães, Norte de Portugal – o Santuário de Braga e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, nos arredores do Porto.

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