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Bolsonaro tem coração populista e nada liberal, dizem banqueiros

Se, entre os empresários do setor produtivo o apoio ao presidente da República é crescente, entre os banqueiros impera o ceticismo em relação ao chefe do Executivo


17/08/2020 04:00 - atualizado 16/08/2020 22:44

Vicente Nunes - interino
Bolsonaro monta cavalo no Piauí e saúda apoiadores. Atitudes geram desconfiança entre executivos do setor financeiro(foto: Alan Santos/PR %u2013 30/7/20)
Bolsonaro monta cavalo no Piauí e saúda apoiadores. Atitudes geram desconfiança entre executivos do setor financeiro (foto: Alan Santos/PR %u2013 30/7/20)

Se entre os empresários do setor produtivo o apoio ao presidente da República é crescente – pesquisa Datafolha mostra que a aprovação de Jair Bolsonaro nesse público pulou de 48% para 58% entre junho e agosto –, entre os banqueiros impera o ceticismo em relação ao chefe do Executivo federal. Para essa ala, no peito de Bolsonaro bate um coração populista e nada liberal. E esse não é o perfil ideal para conduzir um país com a grandeza dos problemas que se vê no Brasil.
 
Os banqueiros reconhecem, porém, que votaram em peso, no segundo turno, para a eleição do atual presidente. Não queriam a volta da esquerda ao poder, justamente por medidas populistas que encantam Bolsonaro, como gastança desenfreada, assistencialismo para garantir currais eleitorais e Estado inchado, com estatais que deveriam ser privatizadas, mas servem para abrigar aliados políticos – no caso do atual governo, também de militares da reserva que encontraram um filão para engordar as contas bancárias.
 
Nas análises mais recentes que fazem do governo, os banqueiros acreditam que o compromisso com o ajuste fiscal será testado a todo momento – isso ficará mais evidente a partir do segundo semestre de 2021, quando Bolsonaro estará mergulhado de vez na campanha à reeleição – e que quase nada será feito para conter desmatamentos e invasões na Amazônia. Para esse grupo, mesmo com uma possível saída de Paulo Guedes do Ministério da Economia e da alta dos juros que será promovida pelo Banco Central, são relevantes as chances Bolsonaro reeleger-se em 2022.
 
O ideal, na visão dos banqueiros, é que fosse construída uma candidatura de peso de centro, com força para ir ao segundo turno das disputas pela Presidência. Mas, hoje, não há tal perspectiva, o que favorece muito o presidente, pois ainda impera, entre os eleitores mais conservadores, o temor de que o PT ou qualquer candidato de esquerda assuma o Palácio do Planalto. Mesmo esse grupo de eleitores tendo ressalvas a Bolsonaro, prefere ele a qualquer um que lembre Lula ou Dilma Rousseff.

O risco de se repetir Maurício Macri

Maurício Macri (foto). É ao ex-presidente da Argentina que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e seus auxiliares mais próximos remetem quando se referem ao flerte do presidente Jair Bolsonaro com o aumento dos gastos e medidas populistas.
 
Macri, como se sabe, desesperado para se reeleger, recorreu a um pacote de medidas que resultaram na explosão de despesas e na derrocada financeira da Argentina. Justo ele que assumiu com um discurso liberal, de combate a todas as políticas assistencialistas de governos anteriores e de arrocho fiscal para retomar a credibilidade do país junto aos investidores.
Não custa lembrar: antes das eleições, Macri deu dois aumentos ao salário mínimo, instituiu bônus para servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada, aliviou impostos para a classe média, decretou moratória nas dívidas de pequenas e médias empresas e congelou os preços dos combustíveis por 90 dias.
 
Como diz um dos mais próximos auxiliares de Guedes, para ficar com a cara de Macri, basta Bolsonaro seguir os conselhos dos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Braga Netto (Casa Civil). Se insistir nesse caminho, ressalta o técnico, em vez de ficar mais quatro anos no Planalto, o presidente voltará para a Barra da Tijuca.

Cobra comendo cobra

Em períodos nos quais o chefe parece fraco, subalternos botam as asas de fora em busca de mais espaços. É o que se está vendo no Ministério da Economia. “A impressão que temos é a de que há cobra comendo cobra”, afirma um aliado de Paulo Guedes.

Waldery versus Sachsida

Quem acompanha o dia a dia do Ministério da Economia diz que já foi melhor a relação entre o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, e o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. Mas Paulo Guedes já entrou no circuito para acalmar os ânimos.

A política se sobrepõe à economia

Diante da crise que se instalou no Ministério da Economia, com a saída de Salim Mattar e Paulo Uebel e as declarações de Paulo Guedes, o cientista político Luiz Felipe D’Ávila, presidente do Centro de Liderança Pública (CLP), diz que o governo iniciou uma nova fase. Para ele, a agenda política, agora, vai se sobressair ante a agenda econômica. “A pauta liberal acabou”, afirma. Na opinião dele, o presidente Jair Bolsonaro deve iniciar um novo ciclo alinhado ao Centrão e com foco no desenvolvimentismo. A dúvida é se Guedes continuará à frente da Economia. “Se houver qualquer flexibilização do teto de gasto, acho que ele pode, sim, sair do governo.”

RAPIDINHAS


  • De olho na crescente demanda das médias empresas por produtos e soluções de negócios cada vez mais sofisticados, o Itaú Unibanco reformulou o atendimento e passou a imprimir a marca Itaú BBA à operação de Middle Market. Responsável por uma carteira de mais de R$ 50 bilhões, a área abrange mais de 20 mil clientes com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 500 milhões. São mais de 50 pontos de atendimento por todo o país, que, aliados ao contato virtual, garantem maior proximidade com os clientes e uma atuação mais especializada e com consultoria para acompanhar a evolução e o desenvolvimento desse grupo de companhias.

  • A Vale realiza, até o fim do ano, uma série de reuniões virtuais para conhecer fornecedores das cidades mineiras onde está presente, ampliando o número de empresas em seu cadastro para contratações. A iniciativa acontece em parceria com associações comerciais e outras instituições locais e tem como foco a captação de empresas para contratação de serviços pontuais via Solicitação de Pagamento de Serviço e fornecimento de materiais via cartão de crédito. Somente no primeiro semestre, 76% das compras totais da Vale em Minas Gerais foram feitas de fornecedores locais, o correspondente à R$ 6,6 bilhões.

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