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Estado de Minas POR DENTRO DA DELAÇÃO

Confira trechos da delação premiada do ex-diretor da Odebrecht

Veja o que Cláudio Melo Filho falou sobre Temer, Renan, Padilha, Jucá e outros políticos


postado em 11/12/2016 07:00 / atualizado em 11/12/2016 08:17

Michel Temer (PMDB), presidente da República
“No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10.000.000,00. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião. Inclusive, houve troca de e-mails nos quais Marcelo se referiu à ajuda definida no jantar, fazendo referência a Temer como 'MT'”.

Eliseu Padilha (PMDB), ministro da Casa Civil
“Ele atua como verdadeiro preposto de Michel Temer e deixa claro que muitas vezes fala em seu nome. Eliseu Padilha concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos.”

Moreira Franco (PMDB), secretário de Parceria de Investimentos do governo
“Acredito que há uma interação orquestrada entre ele e Eliseu Padilha para captação de recursos para o seu grupo do PMDB, pois Moreira Franco me solicitou um apoio de contribuição financeira, mas transferiu a responsabilidade pelo recebimento do apoio financeiro para Eliseu Padilha”

Eduardo Cunha (PMDB), ex-presidente da Câmara
“Nas vezes em que me reuni com o deputado Eduardo Cunha sobre assuntos legislativos de interesse da empresa, sabia que os pagamentos feitos me creditavam uma situação confortável e que seriam um elemento de atendimento às questões da Odebrecht, utilizei portanto esta força.”

Romero Jucá (PMDB), senador
“O pagamento que o senador Romero Jucá solicitou foi aprovado por Carlos Souza, que autorizou junto a área de operações estruturadas, conforme e-mail datado de 27 de abril de 2012. Esse pagamento foi feito em contrapartida ao decisivo apoio dado pelo senador Romero Jucá durante o trâmite do PRS 72/2010. Acredito que o valor total desses pagamentos seja da ordem de R$ 4.000.000,00, embora não me recorde com precisão. Esses pagamentos, segundo me foi dito por Romero Jucá, não seriam apenas para ele, mas também, como já havia ocorrido em outras oportunidades, para Renan Calheiros.”

Geddel Vieira Lima (PMDB), ex-ministro
“A relação criada com Geddel não se resumia a apoios financeiros em períodos eleitorais. Era muito mais forte do que isso. Geddel recebia pagamentos qualificados em períodos eleitorais e em períodos não eleitorais.”

Jaques Wagner (PT), ex-ministro da Casa Civil
“Nos anos de 2006 a 2010, fui eu quem, a pedido do agente político, viabilizei internamente contato de Jacques Wagner com a companhia para possibilitar contribuições a pretexto de campanha. Eu sempre fui o principal defensor de Jacques Wagner dentro da Odebrecht.”

Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado
“O senador Renan Calheiros, embora algumas vezes interagisse diretamente comigo, como detalho no Anexo 2.3, atuava, em regra, sob a representação do senador Romero Jucá, delegando a ele a tarefa de negociar, em seu nome, os repasses financeiros decorrentes de auxílios legislativos. Em 2010, como consta da planilha entregue pela minha empresa ao Ministério Público, ocorreu uma contribuição financeira a Renan Calheiros, com codinome 'Justiça'.”

Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados
“Durante a fase final da aprovação da MP-613, o deputado, a quem eu pedi apoio para acompanhar a tramitação, aproveitou a oportunidade e alegou que ainda havia pendências da campanha de prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o valor aproximado de R$ 100.000,00, que foi pago no início do mês de outubro de 2013.”

Gim Argello (PTB), ex-senador
“Eu recebi pedidos de apoio financeiro por parte de Gim Argello nos períodos em que ocorriam as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. Não tenho como dizer se os pagamentos em dinheiro que foram realizados efetivamente foram utilizados por Gim Argello para fins eleitorais.”

Ciro Nogueira (PP), senador
“Recebi, no segundo semestre de 2010, pedido do parlamentar de contribuição financeira. Esse encontro provavelmente deve ter ocorrido em seu gabinete, na Câmara dos Deputados. No segundo semestre de 2014, o senador Ciro Nogueira solicitou a mim, em reunião provavelmente realizada em seu gabinete, no Senado Federal, apoio para a campanha dos candidatos do PP.”

José Agripino (Dem), senador
“Por ocasião ainda da campanha de 2014, a pedido de Marcelo Odebrecht, comuniquei ao senador que a companhia iria fazer um pagamento a ele no valor de R$ 1.000.000,00. Destaco que o senador José Agripino não era candidato a cargo eletivo nas eleições de 2014.”

 Marco Maia (PT), ex-presidente da Câmara
“Durante a campanha eleitoral de 2014, aproximadamente no mês de agosto ou setembro, Marco Maia solicitou-me contribuições financeiras a pretexto de sua candidatura à Câmara dos Deputados.”

Kátia Abreu (PMDB), senadora
“Certa feita, recebi uma ligação no meu escritório da senadora Kátia Abreu – pessoa que não conhecia –, a pedido de Marcelo Odebrecht, segundo ela me relatou. Na ligação ela disse que Marcelo iria ajudá-la e por isso ela estava me ligando. Achei um absurdo a ligação e transmiti a Marcelo Odebrecht, que desmentiu o fato e disse que já havia pedido a Fernando Reis que fizesse um apoio.”

Heráclito Fortes, deputado (PSB)
Recebeu R$ 200 mil. Heráclito sempre ajudou na análise dos principais temas políticos. Esse acervo político e as suas fortes relações justificavam que fossem realizados pagamentos a pretexto de campanha.

Arthur Virgílio (PSDB), prefeito de Manaus

Recebeu R$ 300 mil. Ex-líder do PSDB, político importante, atual prefeito de Manaus/AM, sabia que, caso eleito – o que não ocorreu –, certamente seria um parlamentar de expressão no Congresso Nacional, o que justifica o pagamento a pretexto de contribuição de campanha, do qual participei como mensageiro da Odebrecht, pois não tinha relação de proximidade com esse agente político. O candidato não foi eleito.

José Carlos Aleluia, deputado (DEM)
“Recebeu R$ 300 mil. Certamente, na minha visão, ele poderia ser um ponto de entrada para discussão de temas da região Nordeste, como ocorreu quando da questão da grave crise de energia que afetaria as empresas eletrointensivas.”


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