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Estado de Minas

Procuradoria diz que ex-governador do Rio Sérgio Cabral 'apadrinhou' corrupção

A Operação Saqueador investiga desvios de recursos públicos pela construtora Delta Engenharia, do empresário Fernando Cavendish, antigo aliado de Cabral que está preso preventivamente


postado em 25/10/2016 07:31 / atualizado em 25/10/2016 08:00

Sérgio Cabral foi governador do Rio de Janeiro entre 2007 e 2014 (foto: Tânia Rego/ABR )
Sérgio Cabral foi governador do Rio de Janeiro entre 2007 e 2014 (foto: Tânia Rego/ABR )

São Paulo - A Procuradoria da República afirmou em manifestação na Operação Saqueador que o "gigantesco esquema de corrupção de verbas públicas" instalado no Rio teve o "apadrinhamento" do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que chefiou o Estado entre 2007 e 2014.

A Operação Saqueador investiga desvios de recursos públicos pela construtora Delta Engenharia, do empresário Fernando Cavendish, antigo aliado de Cabral que está preso preventivamente.

São réus no processo, além de Cavendish, o contraventor Carlinhos Cachoeira, o lobista Adir Assad e outros 20 investigados.

O documento anexado na ação penal da Saqueador é subscrito pelos procuradores da República Rodrigo Timóteo C e Silva, Eduardo Ribeiro El Hage, Lauro Coelho Júnior, Renato Silva de Oliveira, Leonardo Cardoso de Freitas e pelo procurador regional da República José Augusto Vagos.

"Tal esquema delituoso, como descreve a denúncia, envolveu desvio de verbas destinadas a importantes obras públicas a exemplo da construção do Parque Aquático Maria Lenk, para os Jogos Panamericanos de 2007 e a reforma e construção de Estádios para a Copa do Mundo de 2014 (Maracanã)", assinalam os procuradores.

"As investigações produziram fortes elementos que apontam para a existência de gigantesco esquema de corrupção de verbas públicas no Rio de Janeiro, que contou, inclusive, com o apadrinhamento do então governador de Estado Sérgio Cabral, conforme se extrai das declarações de colaboradores", destacamos procuradores.

Segundo a operação, entre 2007 e 2012, a Delta teve 96,3% do seu faturamento oriundo de verbas públicas em um montante de quase R$ 11 bilhões.

Deste total, R$ 370 milhões teriam sido lavados por meio de 18 "empresas" localizadas em endereços onde funcionam consultório de dentista, loja de gesso e onde existe um matagal na beira de estrada. Alguns endereços não existem.

Cavendish, alvo da Saqueador em junho deste ano, negocia acordo de delação premiada sobre supostos pagamentos de propinas a políticos do PMDB e do PSDB relacionados a obras nos governos de São Paulo, Rio e Goiás, além de estatais federais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Petrobrás.

Em um trecho da proposta de colaboração, o dono da Delta relata seu relacionamento com Sérgio Cabral e desvios praticados para obter contratos de obras, como a reforma do Estádio do Maracanã, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, realizado com dispensa de licitação, e da transposição do Rio Turvo.

Anel


Na semana passada, o ex-governador admitiu que sua mulher, Adriana Ancelmo, recebeu um anel de presente do Cavendish. A informação foi divulgada em nota enviada ao Estado por sua assessoria, em resposta a reportagem publicada no jornal O Globo. De acordo com o jornal carioca, o presente teria custado ao empresário 220 mil euros (cerca de R$ 800 mil) e foi dado quando Cabral exercia o cargo.

Defesa


Com relação à manifestação da Procuradoria da República, a assessoria de Cabral diz que o ex-governador "repele com veemência" a declaração. "O ex-governador Sérgio Cabral repele com veemência a declaração e manifesta a sua indignação e o seu repúdio ao envolvimento de seu nome com qualquer ilicitude."


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