Primeiro dia
A fase inicial do julgamento, que começou na quinta-feira, foi destinada a ouvir as testemunhas de acusação. Por causa de interrupções devido ao clima tenso entre os senadores, apenas duas pessoas foram ouvidas entre as 9h e a meia noite.
No principal momento de tensão do dia, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) provocou tumulto no plenário ao dizer que “metade do Senado” não teria moral para julgar Dilma.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), líder do partido no Senado, interrompeu e disse que não era “assaltante de aposentados”. A referência à prisão do marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo, levou a petista a retrucar que o líder do DEM “é (assaltante) de trabalhador escravo”. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) entrou na discussão, e Lewandowski suspendeu a sessão.
“Qual é a moral que vocês têm? Porque a metade aqui não tem”.
Gleisi Hoffmann, senadora (PT-PR), dirigindo-se aos integrantes do Senado
“Assaltantes de aposentados”
Ronaldo Caiado, senador (DEM-GO), em resposta a provocação de Gleisi Hoffmann
Segundo dia
A sexta-feira também foi marcada por duras trocas de acusações e mais discussão que levou a atrasos na sessão no plenário do Senado. Em discurso, Renan Calheiros (PMDB-AL) criticou duramente os colegas pelas brigas no plenário e chamou as discussões de “espetáculo” e “demonstrações de que a burrice é infinita”.
Ele acrescentou que os parlamentares estão passando a imagem de que o Senado é um “hospício”.
Ele também atacou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e disse afirmou que conseguiu “desfazer o indiciamento” da petista e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Fico triste porque essa sessão é uma demonstração de que a burrice é infinita”.
Renan Calheiros, presidente do Senado
“Que baixaria, Renan”
Lindbergh Farias, senador (PT-RJ), reagindo à fala de Calheiros
Terceiro dia
O sábado foi o dia menos tenso e mais vazio das três sessões de julgamento no Senado. Nem por isso o procedimento foi rápido no plenário, tendo durado 12 horas, desta vez destinado às testemunhas de defesa da presidente Dilma.
O primeiro a falar foi o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, que defendeu a edição de decretos que liberam créditos suplementares, dizendo que Dilma “seguiu estritamente o que está na lei”.
O momento mais descontraído ficou com a gafe do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que provocou risos no plenário ao chamar o senador Cristóvam Buarque (PPS-DF) de Cristóvão Colombo. O último a falar foi o professor de direito Ricardo Lodi Ribeiro, como informante.
“Se quiser, pode me chamar de Cristóvam Colombo Buarque de Hollanda”
Cristóvam Buarque, senador (PPS/DF), ao ser chamado de Cristóvão Colombo pelo ministro Ricardo Lewandowski
“Não há base para crime de responsabilidade da presidente, nem na edição de decretos, nem na questão do pagamento de passivos”
Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda