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Estado de Minas GUERRA DECLARADA

Renan Calheiros parte para queda de braço com Cunha na batalha do impeachment

Presidente do Senado amplia disputa interna entre governistas e dissidentes dentro do PMDB


postado em 12/12/2015 07:00 / atualizado em 12/12/2015 08:10


A ofensiva da ala pró-impeachment do PMDB para derrubar o líder do partido na Câmara Leonardo Picciani (RJ), que acabou perdendo o posto para Leonardo Quintão (MG), escancarou mais uma vez o racha entre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. A queda de braço entre os dois vai definir o papel da legenda no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ontem foi a vez de Calheiros mandar seu recado, dizendo que independentemente do que a Câmara dos Deputados decidir sobre o afastamento de Dilma, o Senado tem autonomia para aceitar ou não processá-la.


Segundo documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Renan Calheiros, que integra a parte do PMDB alinhada ao Palácio do Planalto, mesmo que a Câmara autorize a abertura do processo de impeachment contra Dilma, o Senado pode recusar. O texto enviado ao ministro Luiz Edson Fachin, relator do caso no Supremo, registra que “eventual decisão da Câmara pela admissibilidade do processamento do impeachment – de caráter essencialmente político, como sublinhado pelo acórdão do STF – em nada condiciona ou vincula o exame do recebimento ou não da denúncia popular pelo Senado Federal”. Os advogados do Senado dizem ainda que, conforme a Constituição, o processamento é competência privativa do Senado.

Não demorou muito para Cunha contra-atacar. Ele anunciou que a consultoria jurídica da Câmara vai contestar, no STF, novo parecer. O deputado considerou a tese de Renan é “absurda”. Para ele, o Senado está querendo assumir um protagonismo no processo.

ROMPIMENTO O aviso de Renan veio depois de Cunha conseguir trocar o líder do PMDB na Câmara por um aliado seu, mais simpático à tese do impeachment. Logo depois da troca, Picciani iniciou, com a ajuda do governo federal, uma articulação para recuperar seu posto, o que gerou reação imediata dos peemedebistas que viabilizaram a liderança de Leonardo Quintão. O grupo ameaça antecipar o rompimento do PMDB com o governo diante de uma eventual atuação de Dilma. “Se a liderança for retomada por interferência do governo, a consequência vai ser essa”, afirmou o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Vieira Lima reclamou da ofensiva dos aliados de Dilma, que estariam correndo o país em busca de suplentes para dar de volta a liderança a Picciani. “Ele (Picciani) pediu a Dilma para ligar para os presidentes de partidos para liberar seus deputados para se filiarem ao PMDB, mas já falamos com o presidente nacional (o vice-presidente Michel Temer) e isso não vamos permitir. Não vão transformar o PMDB em barriga de aluguel”, afirmou o deputado baiano.

Dilma teria ligado da Argentina, onde participou da posse do presidente Mauricio Macri, para o ministro dos Transportes, Antônio Rodrigues (PR), e pedido que ele cedesse um deputado do seu partido para engrossar as fileiras de seus aliados no PMDB. Depois disso, Temer definiu que as novas filiações de deputados ao partido terão de passar pela Executiva Nacional. Entre os contrários a Dilma, também há um grupo que fala na expulsão de Picciani. O ex-líder, porém, diz que isso é apenas uma tentativa de assustar seus apoiadores e que espera apresentar uma lista de assinaturas para voltar à liderança na semana que vem. Ele recolhe adesões e tenta virar votos desde que foi destituído.

MAIRORIA Picciani diz já ter conseguido retirar dois nomes da lista que garantiu Quintão na liderança. O ex-líder também confirmou que dois secretários de Estado vão retornar aos cargos de deputado para assinar o pedido de restituição do seu cargo. Já Leonardo Quintão disse acompanhar a articulação do seu adversário para voltar a liderar o PMDB. O mineiro foi convidado a se reunir com Temer e Dilma na terça-feira que vem. Logo que tomou posse do cargo, porém, Quintão avisou que seu posicionamento sobre o impeachment será definido pela maioria da legenda. Postura bem diferente de Picciani, que trabalhava para indicar para a comissão que vai decidir sobre o tema somente os simpáticos à petista.

Em conversa com Dilma, na quarta-feira, Michel Temer pediu a ela que não interfira na situação do partido na Câmara e avisou que suas movimentações podem levar ao rompimento com o PMDB. Ontem, Eduardo Cunha disse que pelo menos 15 diretórios estaduais dos 27 existentes querem antecipar a convocação da convenção do partido, prevista inicialmente para março, na qual será definido o posicionamento da legenda em relação ao governo.

 


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