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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas Almeida


postado em 29/11/2015 12:00 / atualizado em 29/11/2015 12:03



Política triste e amigos infiéis


Que tristeza a política brasileira nos últimos dias. E não se trata de uma opinião, mas de uma constatação que estava estampada em cada semblante de senadores e deputados depois da votação aberta que manteve na cadeia o líder do Governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). A semana teve de tudo. De empreiteiras pagando multas bilionárias a outras prisões, além da de Delcídio.

Mas é o comportamento do PT que mais assusta. A começar pelo comandante-chefe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele simplesmente rifou o amigo, sem dor no coração. Classificou de “burrice” sua tentativa de calar o delator Nestor Cerveró, para quem chegou a traçar um plano de fuga do país, como revelam gravações da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato, devidamente autorizadas pela Justiça. “Imbecil” foi outra palavra carinhosa do ex-presidente Lula ao ex-amigo Delcídio.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, não consultou e irritou os colegas ao soltar nota oficial em nome do partido dizendo que a legenda “não se julga obrigada a qualquer gesto de solidariedade a Delcídio do Amaral”. Solidariedade que apareceu no placar eletrônico do Senado durante a sessão que manteve o senador preso com os votos de nove petistas, que deram a cara a tapa. Só Paulo Paim (PT-RS), coerente como sempre, e Walter Pinheiro (PT-BA) votaram sim pela libertação do colega de partido.

Em tempo: a nota desastrada de Rui Falcão derrubou a mínima chance de Delcídio escapar. Irritou até quem poderia votar de forma corporativista. Para ressaltar: verdadeiro desastre. Com amigos assim, o senador não precisa mesmo de inimigos.

E o governo, agora, depois de tantos escândalos bilionários, quer implantar um manual de integridade nas estatais. É ditado pronto e acabado: “Depois da casa arrombada, cadeado na porta”.

Em números
Em recente pesquisa para consumo interno encomendada pelo PSDB, foi feita uma avaliação dos três últimos presidentes do Brasil. E o resultado é estarrecedor para a presidente Dilma Rousseff (PT). Ela teve 0,7% de aprovação. É isso mesmo, não é erro de digitação: 0,7%. O ex-presidente Lula aparece em primeiro lugar, com 46% de aprovação, em empate técnico com Fernando Henrique Cardoso, que atingiu 44%. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda fez troça: “Onde a Dilma arranjou estes 0,7%?”


Ficou bravo
Animado com o resultado, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi apresentar a pesquisa pessoalmente ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto) (PSDB). Ao ver os números, veio a surpresa. FHC não gostou dos percentuais, apesar de estar afastado da Presidência da República há tantos anos. Ele ficou bravo e se queixou alto e bom som: “Estou perdendo? Eu não estou ganhando não?”. É bem ao estilo do ex-presidente, que tanto gosta de estar no pedestal.


O dito...
...pelo não dito

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que está preso, declarou que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi indicado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Em nota, o Palácio do Planalto se apressou em negar: “a presidente Dilma Rousseff nunca consultou o senador Delcídio do Amaral ou qualquer outra pessoa acerca da nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria da Petrobras”. E fez questão de dizer: “No período em que exerceu a função de ministra de Minas e Energia, nunca sequer foi consultada ou mesmo participou, em qualquer medida, dessa indicação”. Uai, não era a gerentona e, por isso, virou candidata?

Filet-mignon
Pelo jeito, a família Prado está resolvendo suas pendências. Depois de ser escorraçado no PT, Weliton Prado aproveitou a janela e foi para o Partido da Mulher Brasileira (PMB), recém-criado. Já a ex-deputada Liza Prado foi absolvida pelo Tribunal de Justiça (TJ) de acusações de improbidade administrativa quando estava à frente do Procon de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Liza denunciou a compra de pescoço de frango para alimentar animais do zoológico da cidade por um preço equivalente ao de filet-mignon e, por isso, foi condenada em primeira instância.


A hipocrisia
Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) condenou “a hipocrisia da classe política e da imprensa” no caso do senador Delcídio do Amaral (PT). Isso mesmo. Incluiu a imprensa. E foi além. Acrescentou que parte da classe política não assume claramente suas posições por temer a imprensa. E, provavelmente, por também temer, tucanou e elogiou a decisão do Senado de manter, pelo voto aberto, a prisão do senador.


PINGAFOGO

• É, o jeito é parar de falar que não falta mais nada. O filho caçula do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, usou trechos tirados do site Wikipedia para a consultoria que prestou ao escritório de advogados Marcondes e Mautoni.

• Pela manobra, que nem a maioria dos estudantes faz mais, porque os professores conferem, a LFT Marketing Esportivo, de Luís Cláudio, recebeu R$ 2,5 milhões. Ah! A presunção da impunidade.


•  Olha o mosquito (foto) aí, gente! O governo de Minas quer combatê-lo. Tanto que lançou campanha de mobilização e combate à dengue, chikungunya e zika vírus. De fato, todo mundo tem que fazer a sua parte.

•  Quer saber por quê? Só este
ano – e até o momento, é isso mesmo, até o momento – foram confirmados 143.890 casos de dengue em Minas. Quer mais? Tem ainda 35.340 casos considerados suspeitos.

• A República vai tremer. Delcídio Amaral (PT-MS) está sendo pressionado até pela família para fazer delação premiada. Lembram-se da preocupação do Palácio do Planalto relatada aqui semana passada? Pois é!

• Agora, é aguardar a semana no Congresso. Pelo andar da carruagem, deputados e senadores vão continuar curtindo uma profunda ressaca política. Eu disse política, não etílica.


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