De acordo com o prefeito, a decisão foi tomada porque seu carro foi multado pela Polícia Militar por estar estacionado na vaga reservada a veículos oficiais. “Eu não uso carro de placa branca, não sou explorador de prefeitura e nem ladrão”, conta o prefeito, gerente bancário aposentado.
Segundo ele, a colocação da placa não causou nenhum problema com a população. “Isso é coisa da oposição. Mas nem ligo. Minha prefeitura é a única da região que está com o salário dos funcionários em dia e que não deve um centavo para nenhum fornecedor”, afirma o prefeito, que garante não ser candidato à reeleição.
No ano passado, Pacífico se envolveu em outra polêmica. Em um áudio que vazou nas redes sociais, ele se refere aos moradores de uma comunidade quilombola da cidade, como “negraiada a-toa”. A declaração quase terminou com a cassação do prefeito. Vereadores chegaram a abrir um processo de cassação, mas ele não foi adiante porque Pacífico tem o apoio da maioria dos parlamentares. Sua fala também provocou manifestações de repúdio por parte de entidades do movimento negro.
O primeiro-secretário da Câmara, Vinícius Apolinário Lima, 29 anos, que é do mesmo partido que o prefeito, mas faz parte da oposição, disse que foi pedido um estudo jurídico para saber se o prefeito pode reservar uma vaga para seu carro particular. Ele disse que a decisão de Pacífico dividiu a cidade, principalmente porque todo o estacionamento na região da prefeitura foi proibido pelo prefeito, que já foi presidente do Conselho Municipal de Trânsito de Paraopeba.
Eleito pela primeira vez em 2012, Pacífico não era o candidato oficial de sua coligação. Ele disputava a vaga de vice de Salésio Loch (DEM), impedido de disputar por ter sido enquadrado pela Lei da Ficha Limpa. Pacífico então assumiu seu lugar dia 6 de outubro, um dia antes da eleição, e acabou eleito. Sua vitória foi contestada pela oposição na Justiça, mas acabou validada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Atualmente, a legislação proíbe a substituição de candidaturas um dia antes do pleito. Ela só pode ser feita 20 dias antes da disputa. Depois desse prazo, só em caso de morte do titular da chapa.