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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas Almeida


postado em 23/08/2015 12:00 / atualizado em 23/08/2015 12:33

(foto: EM/D.A PRESS )
(foto: EM/D.A PRESS )
 

O que parecia doce acabou-se

Veio antes que o Palácio do Planalto esperava. “Além da violação à legislação eleitoral, há potencial relevância criminal nas condutas”. Este é apenas um trecho do despacho do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Polícia Federal, em que pede a investigação das contas da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

Em nota, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo, Edinho Silva, sustentou: “Todas as contribuições e despesas da campanha de 2014 foram apresentadas ao TSE, que após rigorosa sindicância, aprovou as contas por unanimidade”. Só esqueceu-se de citar que elas foram aprovadas “com ressalvas”.

Já estão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quatro ações apresentadas pelos tucanos pedindo o impeachment da presidente Dilma. E caciques do PSDB tramam com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está mordido com o governo, uma estratégia para também colocar o impedimento presidencial em votação.

Se os últimos dias deram um fôlego e animaram os estrategistas do Planalto, a semana terminou jogando balde de água fria na euforia petista. Só a volta da palavra impeachment ao noticiário já provoca danos em quem já tem índices recordes de impopularidade, de acordo com as pesquisas de opinião pública. Não será uma novela de poucos capítulos, muito antes pelo contrário. O que não é bom para o Brasil. A situação econômica, que já beira a catástrofe com índices de desemprego batendo recordes atrás do outro, ficará ainda mais conturbada, diante da insegurança política e da indefinição institucional.

De volta a Gilmar Mendes para entender: “Não bastasse o suposto recebimento pelo partido e pela candidata de dinheiro de propina em forma de doação eleitoral, há despesas contabilizadas na prestação de contas da candidata de duvidosa consistência”.

Ainda dá lucro
Muitos deputados acham difícil o Senado aprovar a janela para que eles possam trocar de partido. Se a previsão não se concretizar, no entanto, algumas legendas podem sair no lucro. O PR, por exemplo, já foi sondado por oito parlamentares dispostos a se filiar ao partido. Mas também deve perder dois ou três deputados. Mesmo assim, a conta acaba sendo favorável.

Prisões paradas
A choradeira da bancada petista na Assembleia Legislativa com o governador Fernando Pimentel (PT) por causa das parcerias público-privadas (PPPs) na construção de presídios pode até demorar a fazer efeito. Mas mesmo com um assunto tão sério, teve parlamentar disposto a fazer troça com o programa que se arrasta há vários governos. Avisou que a PPP não sai do papel por causa da sigla, que pode ser traduzida para “Prisões Praticamente Paradas”.

Alto risco

Está ruim? Pode ficar pior. Se a crise política já está fervendo com a hipótese do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), ela pode entrar em ebulição. Corre a boca miúda no Congresso sobre as investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que apontavam para cerca de 40 parlamentares envolvidos, são café pequeno. Já há quem fale em 163 inquéritos contra deputados e senadores. É caos político na certa.

Ligação direta

Antonio Anastasia, senador

‘‘Não acredito que governo seja olhar pelo retrovisor’’

1) Seis meses como senador. Cite um orgulho e uma frustração.
Organizar a representação de Minas Gerais com muito trabalho. A frustração está na demora da tramitação dos projetos legislativos.
2) Governar, legislar, ensinar. Em qual atividade o sr. se sente mais à vontade?
Esta é difícil de responder. Todas têm encantos e dissabores, mas me considero mesmo um professor.
3) Alguma chance de disputar a Prefeitura de Belo Horizonte no ano que vem?
Nenhuma!
4) Como analisa os seis meses de governo Pimentel?
Pelo fato de ter governado Minas Gerais até um ano atrás me reservei a postura única de observador. Não acredito que governo seja olhar pelo retrovisor. Torço pelo desenvolvimento do estado.
5) Qual será o candidato tucano à Presidência da República em 2018?
Na minha opinião, percepção, minha vontade, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Pingafogo
. O número inquietante de 163 inquéritos contra deputados e senadores na Justiça Federal vem da delação premiada de Renato Duque e Fernando Baiano. Daí o mau humor no Congresso.

. Não é para menos. Afinal, Renato Duque (foto) é o operador do PT no esquema. E Fernando Baiano, o do PMDB. Nada mais que as duas maiores bancadas na Câmara dos Deputados. Tirem suas próprias conclusões.

. Os parlamentares mais bem informados sobre a Operação Lava-Jato da Polícia Federal fazem questão de ressalvar: “Tem muita gente que é citada, mas que pode não ter culpa no cartório”. Ah, bom!

. Até o PSDB está com um pé atrás, diante das investigações da Lava-Jato. Os tucanos, pelo menos antes da possibilidade de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, estavam cautelosos.

. A ordem no ninho tucano era, nas palavras de um cacique do partido, “não blindar, não defender, não acusar e deixar a Justiça atuar”. Depois reclamam quando acusados de ficar em cima do muro.


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