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Estado de Minas

Polícia Federal indicia ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada

Jorge Zelada é suspeito de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas


postado em 01/08/2015 15:57 / atualizado em 01/08/2015 17:56

Zelada foi preso pela PF na 15ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Mônaco, no início de julho(foto: PAULO LISBOA/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADAO CONTEUDO)
Zelada foi preso pela PF na 15ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Mônaco, no início de julho (foto: PAULO LISBOA/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADAO CONTEUDO)

A Polícia Federal indiciou o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada e o lobista João Augusto Henriques, ambos ligados ao PMDB, e o empresário Raul Schmidt, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O delegado Filipe Hille Pace, do grupo de trabalho da Operação Lava-Jato, ainda indiciou por corrupção ativa os operadores Hamylton Padilha, que fechou delação premiada, e os dirigentes da empresa Vantage Drilling Paul Alfred Bragg e Hsin Chi Su, conhecido como Nobu Su. O relatório de indiciamento foi produzido na noite na sexta-feira (31/7) e obtido neste sábado (18/) pelo Correio. Com base nele, o Ministério Público pode decidir oferecer denúncia à Justiça contra Zelada nos próximos dias.

Segundo a PF, Zelada, que foi preso em 2 de julho na 15ª fase do caso, recebeu propina para viabilizar a contração do navio-sonda Titanium Explorer, da Vantagem Drilling, em 2008, e a contratação de um pacote de serviços de saúde, segurança e meio ambiente executado pela Odebrecht a partir de 2010. A Polícia ainda destaca que é necessário investigar um repasse de US$ 8 milhões que Henrique admitiu ter feito à campanha presidencial do PT em 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez. Segundo ele admitiu em conversa gravada com a revista Época em 2013, o dinheiro saiu do contrato da Odebrecht.

Segundo Filipe Pace, a apuração da polícia, do Ministério Público e de auditoria interna da Petrobras mostrou que Zelada teve participação “efetiva” na contratação do navio-sonda junto com Pinheiro e o ex-dirigente da Petrobras Eduardo Musa, que não foi indiciado, embora já tenha sido acusado de corrupção pelo ex-gerente da petroleira Pedro Barusco. Auditorias da estatal mostram que a contratação foi desvantajosa para a empresa.

Hamylton Pinheiro fez delação premiada e confessou que repassou dinheiro para Raul Schmidt na Suíça a fim de beneficiar seu sócio na empresa TVP Solar: Jorge Zelada. Ele recebeu US$ 10,8 milhões de comissão da empresa TMT, ligada à Vantage, para fechar o negócio do navio com a Petrobras. Mas repasse US$ 4,9 milhões em forma de propina para Zelada, conforme exigência feita por Schmidt.

No caso do contrato de SMS da Odebrecht, a PF diz que há provas de que a Odebrecht usou contas intermediárias, como a Arcadex Corp, para pagar Zelada na Suíça. Para isso, foi usada a conta Klinfield. Uma auditoria da estatal avaliou prejuízos na contratação, que aconteceu às vésperas do segundo turno das eleições de 2010. “Outra conclusão não há que senão que tais valores foram creditados Jorge Luiz Zelada em virtude de sua atuação na celebração do contrato entre a Petrobras com a Construtora Norberto Odebrecht”, afirma o delegado Filipe Pace.

O delegado diz que esse contrato “supostamente foi utilizado para abastecer o cofre do Partido dos Trabalhadores”, conforme afirmou, em conversa gravada, o lobista João Augusto Henriques. “Reitero que tal comprovação deste fato depende de novas diligências”, ponderou o policial.

Só no processo
A Odebrecht, o PT e os demais acusados têm negado qualquer irregularidade. Ontem, a Odebrecht informou ao jornal que não comentaria a existência das contas bancárias porque isso só será explicado nos autos da Operação Lava-Jato.

Em depoimento ao procurador do Ministério Público Federal Diogo Castor de Mattos na última terça-feira (28), ele afirmou que não sabia que estava sendo gravado pela revista Época e disse desconhecer qualquer pagamento de corrupção ou ilegalidade na Petrobras. Ele negou ser ligado ao PMDB, embora conhecesse o falecido deputado peeemedebista Fernando Diniz (MG). A reportagem não localizou as defesas de Henriques, Padilha, Bragg e Hsin Chi Su.

A defesa de Zelada não retornou os contatos feitos, mas o advogado Alexandre Lopes já disse em entrevista ao site do Correio que as contas bancárias no exterior não pertencem a seu cliente. Ele também afirmou que as contas podem ter sido abertas em nome do ex-diretor sem o conhecimento dele. Só em Mônaco, há cerca de 10 milhões de euros no banco Julius Bar, valores registrados como pertencentes a Zelada.


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