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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 19/05/2015 12:00 / atualizado em 19/05/2015 12:34

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Prepare o seu bolso, que o governo vem aí


Pegue o disco de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, e prepare o seu coração – e principalmente o bolso – para as coisas que eu vou contar. Depois de fazer reunião no domingo e de ter convocado outra para ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu esperar as votações das medidas provisórias do ajuste fiscal para decidir o tamanho dos cortes no Orçamento da União deste ano, o que significa menos investimentos em infraestrutura e, é claro, menos emprego.

Mas prepare mais o seu coração e o bolso com as intenções do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Depois de ter aprovado na Câmara dos Deputados a medida provisória que dificultava e aumentava o tempo para o trabalhador se aposentar – com a conta 85/95 na soma de contribuição e idade para mulheres e homens respectivamente modificada –, Levy já busca alternativa.

E qual é? Aumentar as alíquotas de alguns impostos já existentes por decreto, o que não necessita passar pelo Congresso. É, no mínimo, curioso o PT se valer do decreto-lei, que tanto combateu e é uma herança da época da ditadura. E é também o legado da presidente Dilma ao partido, por não ter tomado as providências necessárias no início do ano passado, só para não arriscar a reeleição.

Enquanto Dilma vaza informações à imprensa de que pretende vetar a medida provisória das aposentadorias, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prepara novas armadilhas para a presidente. Reúne esta semana a maioria dos governadores para oficialmente discutir o pacto federativo. Na prática, no entanto, será um pacto contra as medidas do governo federal.

E um palco para que os governadores possam descascar de vez a presidente, subir no muro de lamentações, reclamar verbas que não recebem e da queda de arrecadação. Para ficar só nisso.

Voz do leitor

Comentário do leitor que assina Meirelles: “Entre os assuntos, o mais engraçado foi o do Kassab em BH para discutir investimentos para os municípios mineiros. Isto é o PT que fala tanto dos outros que faz o mesmo que todos sempre fizeram. BH é uma cidade que pode caminhar sozinha, mas, como possui quase dois milhões de eleitores, não pode ser esquecida pelos políticos. A reunião de Kassab com Pimentel deveria acontecer em Ribeirão das Neves, Ibirité, Santa Luzia, Sabará, Brumadinho ou Sarzedo. Os caciques políticos não vão sujar os sapatos caros de barro nestas cidades”.

Na hora certa

O estado de Israel será homenageado pela Assembleia Legislativa em reunião especial. O autor do requerimento é o deputado João Leite (PSDB). Ele justificou a homenagem para “destacar as medidas de desenvolvimento tecnológico, sustentável e econômico do país”. Mas o verdadeiro motivo ainda estava por vir e o próprio João Leite revela: “Israel é o país líder em reciclagem de água no mundo, alcançando índice superior a 70%. O Brasil, que passa por enormes problemas no setor de abastecimento de água, pode aprender muito com a experiência israelense”.

Cálculo otimista


Na contramão dos mais pessimistas, o Sebrae Minas calcula que o estado vai receber investimentos de R$ 47 bilhões nos próximos dois anos. Além de serem em todas as regiões, os investimentos trazem uma novidade. Em lugar de setores mais tradicionais, como a indústria automobilística e de fertilizantes, entram geração de energia e infraestrutura de transportes. No estado chamado Minas Gerais, só uma coisa não mudou: a mineração concentra a maior parte dos recursos que serão investidos.


Bengala para todos

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) esperou 12 anos para apresentar seu projeto de lei complementar que estabelece 75 anos como idade-limite para aposentadoria de todo o funcionalismo público. Era uma antiga ideia, que apresentou em discurso na Câmara dos Deputados, em 2003. Mas, antes, precisaria ser rompido o princípio constitucional vigente dos 70 anos, que ocorreu há dias com a aprovação da emenda constitucional da chamada Lei da Bengala, restrito aos ministros dos tribunais superiores.

Sem bengala

“Até essa idade, homens e mulheres estão com plena capacidade intelectual e laboral. É a data de aposentadoria em quase toda a Europa, e nos Estados Unidos não há limite etário para trabalhar”, observa o deputado. Em sua argumentação, Aleluia vai bem mais longe. E gasta conhecimentos históricos. Conta que, aos 90 anos, o doge de Veneza, Enrico Dandolo, comandou um exército de 24 mil soldados e 480 navios, em 1202. Derrotou o exército bizantino e tomou Constantinopla, hoje Istambul. Sem bengala.

 

PINGAFOGO

Nada menos que oito deputados integrantes da CPI da Petrobras estão em Londres para tomar depoimento de Jonathan David ex-diretor da empresa SBM Offshore sobre repasses que alimentaram o esquema de corrupção.

Tudo bem que é preciso levar a fundo as investigações e seguir todas as pistas possíveis. Mas, cá para nós, precisava de oito integrantes da CPI iram a Londres? Dois ou três não seriam capazes de ouvir os dirigentes da empresa?

O site da Agência Minas no portal do governo do estado, citando o Super Esportes do Estado de Minas, traz a notícia: “Atleta mineira é heptacampeã brasileira de wakeboard”, no torneio realizado em Nova Lima.

E mostrou que é bastante democrático. A reprodução de parte da matéria fala da vitória de Tereza Lobato Anastasia. Percebeu? Apesar do parentesco, o site do governo petista não se furtou a registrar o feito de Tereza.

Se não bastassem os graves problemas na economia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse, em entrevista ao jornal britânico Financial Times que “o sistema político brasileiro está quebrado”.

Uai, mas não era o país que estourou as contas e o governo federal que quebrou, depois de não fazer as correções de rumo quando deveria ter feito? E olha que FHC ainda citou Dilma Rousseff: “Os sinais de que isso está acontecendo está na baixa popularidade da presidente”.


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