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Estado de Minas

Curador acusa governo mineiro de 'destruir' exposição do Palácio da Liberdade

Governo mineiro é acusado de desmontar mostra permanente da antiga sede do Executivo sem comunicar o idealizador


postado em 28/04/2015 13:50 / atualizado em 28/04/2015 14:27

(foto: Bruno Magalhães/Divulgação)
(foto: Bruno Magalhães/Divulgação)

O designer e curador de exposições Marcello Dantas publicou um post indignado no Facebook, ao ser informado que exposição permanente que criou para o Palácio da Liberdade foi, nas palavras dele: “destruída”. “Fiquei estarrecido com a notícia de que o Governo do PT de Minas Gerais mandou destruir a exposição feita por mim e uma grande equipe no Palácio da Liberdade em Belo Horizonte. A exposição foi inaugurada há dois anos, e usava tecnologia de ponta para contar a história daqueles que passaram pelo Palácio desde 1906 e os episódios que aconteceram a partir daquele espaço que afetaram a história do País”, escreveu Dantas em sua página pessoal no Facebook. Até 13h50 desta terça-feira o post dele tinha 50 mil visualizações e quase dois mil compartilhamentos.

A exposição foi inaugurada em agosto de 2013 e custou ao Sesi, que foi o patrocinador, cerca de R$ 800 mil, segundo Marcello, que é designer e curador de exposições, além de diretor de documentários. “Foi feita com recursos do Sesi sem ônus aos cofres públicos e permitiu que o palácio tivesse visitação pública pela primeira vez em sua história. Uma vergonha e tanto para um governante fechar o acesso do público ao mais antigo e principal ícone da capital mineira”, escreveu o curador, que também é responsável pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

Questionado se a exposição poderia ter algum componente político que desagradaria ao PT, que governa o estado pela primeira vez, Marcelo disse não há nada nesse sentido. “Todos os personagens já estão mortos. Em momento algum fala do Aécio Neves”, frisou o curador. Ele cita alguns trabalhos que faziam parte, como o telefonema do então governador Magalhães Pinto articulando os momentos finais do golpe militar de 1964 e um diálogo entre Juscelino Kubitschek e Oscar Niemeyer.
Marcello lembra que o trabalho da exposição começou em 2011, dois anos antes da inauguração. “Foi um trabalho de chinês. Sem intervir no patrimônio histórico”, detalha. Marcelo explica que foram feitas réplicas de molduras para adornar as telas, foram passados cabos por baixo dos rodapés e cabos por dentro dos armários. “Os visitantes podem tirar foto do museu e não percebem nenhuma alteração”, explica o designer.

A reportagem procurou governo do estado para saber se a exposição está sendo realmente desmontada. O governo passou a atribuição da resposta ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), que enviou a seguinte nota, sem deixar claro se a exposição foi desmontada:

" A visitação ao Palácio da Liberdade - que abriga a exposição “Palácio da Liberdade: Memórias e Histórias” - foi interrompida, em janeiro deste ano, para análise e avaliação da nova gestão do Circuito Cultural Praça da Liberdade. O Governo, por meio da Superintendência de Palácios e do Iepha, esclarece ainda que está desenvolvendo um projeto de reestruturação do espaço, bem como ações complementares para a adequada visitação do público. Com a conclusão destes serviços, será anunciada em breve a data de reabertura do Palácio da Liberdade"


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