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Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 19/04/2015 15:00 / atualizado em 19/04/2015 15:28



Uma missão impossível


Não, não se trata dos filmes, em que o mocinho sempre encontra um jeito de se dar bem no final. A missão impossível no Brasil é calcular o real valor da corrupção, o quanto é roubado da sofrida população brasileira nos negócios do governo. Basta ver o levantamento feito pelo repórter Daniel Camargos na reportagem publicada ontem. Só nas operações Lava-Jato e Zelotes, entre outras, o rombo já atinge R$ 40 bilhões. Por enquanto.

Tradução simultânea para a vida das pessoas. Os R$ 40 bilhões permitiriam a construção de 200 mil casas do programa Minha casa, minha vida. Tradução humanitária: considerando uma família com pai, mãe e três filhos, seriam 1 milhão de brasileiros que poderiam deixar os casebres de adobe em que vivem, os barracos feitos com compensado, e ter um mínimo de dignidade.

E, já que os números não mentem e ainda há inúmeras investigações bilionárias sendo feitas, vamos às palavras. Na inauguração de uma cervejaria em Pernambuco e com um copo de cerveja na mão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou: “Se alguém duvidar da capacidade de crescimento deste país, vai quebrar a cara”. E foi ainda mais otimista: “Quem acha que o Brasil vai acabar não tem noção do que é o Brasil. Não tem nenhum país no mundo que ofereça a oportunidade de crescimento que se tem no Brasil”.

E sobre a presidente Dilma Rousseff (PT), o que o seu padrinho político falou? Nada. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva simplesmente ignorou a sua sucessora no Palácio do Planalto.

E, para fechar com destaque, o PT acaba de tomar uma decisão importantíssima. Seus diretórios não mais poderão receber doações de empresas. Só os diretórios. Os candidatos continuam livres para ter ajuda das empresas nas campanhas. Última tradução: depois da casa arrombada, cadeado na porta.

Agressividade feminina

Chamou a atenção a reação da bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados diante da prisão do ex-tesoureiro do PT  João Vaccari Neto pela Polícia Federal. Enquanto os parlamentares petistas eram mais comedidos em seus discursos, as comunistas, aliás, a ex-comunista Maria do Rosário (RS) – que deixou o partido para se filiar ao PT e foi ministra dos Direitos Humanos – e a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) fizeram os pronunciamentos mais agressivos. Na base de seguir a estratégia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de colocar os exércitos do MST na rua, em ameaça clara para intimidar a sociedade.


Pacificação masculina

Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as comunistas pregam barulho nas ruas para intimidar, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), trabalha a todo vapor para tentar pacificar e trazer de volta a base governista na Casa, que está toda perdida diante dos últimos acontecimentos. Chama para negociar, mostra sinceridade sobre a gravidade da crise e tenta um acordo de cavalheiros, pelo menos por um tempo. Um põe fogo na rua, o outro tenta apagar o incêndio.


CPI do BNDES
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez questão de ligar para cumprimentar o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pelo trabalho feito na coleta de assinaturas para a CPI que vai investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É que, desde fevereiro, só haviam sido coletadas as assinaturas de 125 deputados. Delgado entrou em campo e conseguiu mais 74 entre os colegas socialistas, que são da base do governo, a turma da pelada que ele comanda e amigos de outros partidos. Eram necessárias 171 assinaturas, um número cabalístico, não? Mas a CPI foi protocolada com 199 subscrições.


Sem ser sexista

A Comissão Especial da Assembleia Legislativa que analisa proposta para garantir a presença de pelo menos uma mulher na Mesa Diretora debate o assunto na semana que vem. Relator da matéria, o deputado Fábio Cherem (PSD) usa um argumento, no mínimo, inusitado. Ele defendeu que a regra para garantir a participação feminina na Mesa da Assembleia não deve ser sexista. E explicou: “É preciso também garantir a presença masculina, no caso de, eventualmente, a Assembleia ser um dia composta por mais mulheres do que homens”. É... Quem sabe um dia isso aconteça? O plenário provavelmente ganharia em qualidade.


Voz do leitor

“Caro Baptista. Medalha da Inconfidência somente para o Stédille (João Pedro, do Movimento Sem-Terra – MST)? E o companheiro Vaccari (João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso pela Polícia Federal)?” Escreve o leitor Roberto Boris, de Betim (MG), sobre as condecorações do 21 de abril em Ouro Preto.

Caciques petistas estão em polvorosa com os rumores de que os próximos alvos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal serão os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu.

Perto de Palocci e José Dirceu, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, que domina as manchetes atualmente, vira peixe pequeno, miúdo mesmo, na mesma hora.

Se não bastasse, o PT não teme muito a prisão de Vaccari Neto. O maior medo é o ex-deputado André Vargas, que foi muito pressionado pelos caciques petistas para deixar o partido.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, vai receber o Grande Colar da Medalha da Inconfidência, a maior honraria concedida pelo estado.

A homenagem a Ricardo Lewandowski é mais que merecida. Quando era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ele foi o principal defensor da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve viver em outro mundo. Em contra-ataque oficial do Palácio do Planalto à oposição, disse que ela sofre de “desespero compulsivo”. A oposição? Eu, hein!


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