Um jeito com o PT outro com o PMDB
Quando o ministro é do PT, ou simpático à esquerda, a presidente Dilma Rousseff (PT) não hesita. Nomeia rapidamente. É o caso, por exemplo, do novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, que tem vasto currículo na área, é escritor e já ganhou um Prêmio Jabuti. Torcer para ter também eficiência administrativa.
Janine será empossado em 6 de abril, depois da semana santa. Quem sabe não quer aproveitar o feriado para exorcizar a rápida passagem de seu antecessor, o ex-governador do Ceará Cid Gomes (Pros), que deu espetáculo na Câmara dos Deputados antes de entregar o cargo de volta à presidente Dilma?
Já o novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva, nem quis esperar passar o “traumann” do documento de seu antecessor no cargo, Thomas Traumann e seu maluco relatório sobre a comunicação do governo, que enfureceu a presidente Dilma.
Edinho Silva tem mais trânsito. Sociólogo, ele foi o encarregado de assumir a coordenação financeira da campanha da reeleição da presidente no ano passado e desistiu de disputar eleições. Agora o tesoureiro recebe a recompensa com gabinete no próprio Palácio do Planalto.
Com os ministros do PT é assim, no vapt-vupt. Mas quando chega na hora do PMDB, tem sempre um pormenor, um atraso, mais uma conversa a fazer, uma consulta daqui e dali. É nessa situação que está o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que escapou da Operação Lava-Jato e está de olho no Ministério do Turismo.
Dilma já decidiu que Henrique Eduardo Alves vai integrar o ministério, mas como o PMDB é o PMDB, quer ter antes uma conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para bater o martelo devidamente avalizada. Já o ex-presidente da Câmara deve ter sido avisado antes de Renan. Já procurou apartamento em Brasília. Será que vai dar confusão?
Psicologia da crise
O deputado Lincoln Portela (PR-MG) foi buscar no psiquiatra Carl Gustav Jung, que criou a análise na psicologia, para comentar a atual situação econômica e política no Brasil. “Carl Jung falava que o sincronismo é negativo, que é como pegar o sinal vermelho o tempo todo”, diz Lincoln Portela, acrescentando que “o governo precisa reverter este sincronismo e ir ao encontro das necessidades do povo brasileiro”. Comentário da coluna: o que a presidente Dilma Rousseff (PT), mais envolvida em demitir ministros, não está conseguindo. E a situação piora a cada dia que passa sem iniciativas concretas do governo.
Choque elétrico
Quem pegou pesado mesmo na audiência pública na Câmara dos Deputados esta semana sobre o risco de racionamento de energia foi José Carlos Aleluia (DEM-BA). A certa altura, responsabilizou a própria presidente Dilma Rousseff (PT) pela crise: “Ela destruiu o setor porque não tem competência. Não poderia ser secretária de Estado de Energia, Minas e Comunicações no Rio Grande do Sul, nem ministra de Minas e Energia no governo de Luiz Inácio Inácio Lula da Silva (PT) e muito menos presidente da República”. Detalhe importante: Aleluia é engenheiro elétrico.
Fechar vazamentos
Quem está encarregado de importante missão na Câmara dos Deputados é Mário Heringer (PDT-MG), relator do projeto de alteração da Lei 8.666/93, a Lei das Licitações. Ele chama a atenção para o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que permite firmar contrato sem concorrência. É a modalidade que a Petrobras usou e abusou em seus negócios com as empreiteiras. E deu no que deu. Quase todas estão sendo investigadas na Operação Lava-Jato. Heringer já convidou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o de Minas para debater o projeto e pretende chamar várias entidades para descobrir por onde o dinheiro escorre e como fechar os vazamentos.
Conselho de irmão
Mesmo com o acordo acertado para a votação do Orçamento do estado para este ano, na semana passada, o líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Durval Angelo (PT), ainda tentou atrapalhar. Disse ter pontos a rebater. Quem salvou a situação foi o veterano deputado Dilzon Mello (PTB), do alto de seus sete mandatos. Ele subiu na tribuna e falou diretamente para Durval: “Vou te dar um conselho de irmão. Agora que você já tem barba branca, devia ouvir o que ensinava o ex-governador Hélio Garcia: ‘Governo não discute. Vota!’”
Quanta demora!
Já começam a surgir, daqui e dali, críticas à presidente Dilma Rousseff (PT), que, às vezes, parece querer distância do Poder Judiciário. Não bastasse a demora na substituição do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que não foi feita até hoje. Se assim é com o Supremo, imagine o Tribunal Regional Federal (TRF) que Minas Gerais e outros travam árdua batalha para serem instalados e não conseguem, obrigando que as causas sejam julgadas em Brasília, onerando autores e obrigando advogados a viajar.
PINGAFOGO
O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, aquele que está com a batata assando, diz que redução de ministérios não traria economia significativa. Então, mostra as contas e deixa o contribuinte decidir.
Enquanto isso, seu superior hierárquico, o vice-presidente Michel Temer (PMDB), prega exatamente o contrário. Diz que seu partido é a favor do enxugamento. Com quem Dilma ficará?
A Assembleia Legislativa publicou a nomeação de 35 aprovados em concurso público na Casa. São homens e mulheres que tiveram colocações em primeiro, segundo e terceiros lugares em suas áreas.
Prepare o bolso ou se comporte nas rodovias mineiras. O DER fará licitações de radares, que foram suspensas em outubro do ano passado. E estima que os novos equipamentos aumentarão a fiscalização em 63%.
O senador Paulo Rocha (PT-PA), absolvido do mensalão, ganhou prêmio de consolação. Será o presidente da CPI do HSBC. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) será o relator.
Mas eles terão que se comportar direitinho, já que o autor do requerimento para a CPI, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), será o vice-presidente. E é ferrinho de dentista e não vai deixar assar pizza.