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Estado de Minas

Graça confessa que se sente "envergonhada" diante da corrupção na Petrobras

No seu primeiro depoimento após deixar a Petrobras, Foster admite que a estatal merecia uma presidente mais eficiente


postado em 27/03/2015 06:00 / atualizado em 27/03/2015 07:12

Foster defende o controle estatal da empresa
Foster defende o controle estatal da empresa "sem os corruptos" (foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados)

Brasília – Ouvida messa quinta-feira pela quinta vez no Congresso Nacional – a primeira como ex-presidente da Petrobras – para dar explicações sobre as suspeitas de irregularidades na empresa, Graça Foster admitiu que a estatal “merecia uma presidente mais eficiente”. Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados, ao ser perguntada se o sistema de governança e de auditoria da Petrobras  confiável, ela lembrou que a estatal teve um sistema de fiscalização que não funcionou: “Temos um sistema que não detectou os desvios. A Petrobras merecia uma presidente mais eficiente do que eu na gestão. Não acredito na gestão perfeita. Acredito na melhoria da gestão sempre”.

Graça afirmou se sentir “envergonhada” e ter um “constrangimento muito grande” pelos relatos de propina na estatal. Graça ainda confirmou a tese levantada pelo também ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli de que a corrupção se formou fora da Petrobras e não foi possível de ser detectada pelo controle interno nem pelas auditorias externas. Segundo ela, as suspeitas de corrupção envolvendo a estatal vieram à tona devido ao trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF). De acordo com Graça, mecanismos de controle interno e externo, como Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU), não conseguiram detectar as irregularidades. “Eu lógico que passo horas do meu dia pensando em tudo que está acontecendo na Petrobras. Eu entrei aqui nas outras CPIs, em audiências, com muito mais coragem do que entro hoje aqui. (…) Eu tenho realmente um constrangimento muito grande por tudo isso, de olhar pra vocês”, declarou a ex-presidente.

Funcionária de carreira da petroleira, Graça Foster deixou o comando da empresa em fevereiro desgastada pela crise motivada pelas revelações da Operação Lava-Jato, que apura desvio de dinheiro e pagamento de propina na estatal. Contou aos deputados ter se aposentado há cerca de dois meses. Para ela, a Lava-Jato muda a estatal “para melhor”: “Nós não vamos esquecer nunca o ano de 2014, mas a Lava-Jato realmente muda a Petrobras para melhor, não tenho dúvida disso”. Graça defendeu que a companhia continue sendo de controle estatal. “Privatizar a Petrobras e deixar os corruptos lá dentro não faz sentido. Manter a Petrobras e também deixar os corruptos, não faz sentido”, disse, afirmando que é preciso “acertar a gestão da companhia”.

JOSÉ DIRCEU A Justiça Federal deu prazo de 10 dias para a empreiteira Camargo Corrêa entregar cópia de todos os contratos celebrados com a empresa JD Assessoria e Consultoria, controlada pelo ex-ministro José Dirceu. A ordem judicial atende pedido da Procuradoria da República, que investiga a empreiteira no esquema de corrupção na Petrobras. A investigação mostra que a Camargo Corrêa firmou contratos com a JD de Dirceu no valor de R$ 844,6 mil, pago parceladamente entre maio de 2010 e fevereiro de 2011.

‘Estelionato eleitoral’

A revista britânica The Economist publica um novo editorial sobre o Brasil na edição que chega às bancas neste fim de semana. Com o título “Lidando com Dilma”, a publicação diz reconhecer os motivos que deixam brasileiros “fartos” da presidente Dilma Rousseff. Para a The Economist, Dilma mentiu na campanha e os eleitores estão percebendo que foram vítimas de um “estelionato eleitoral”. “Mas um impeachment seria uma má ideia, pois enfraqueceria as instituições”, diz a revista, que argumenta: erros cometidos no primeiro mandato de Dilma é que teriam levado o Brasil à situação atual que exige corte de gastos públicos e aumento de impostos e juros.


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