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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 24/02/2015 12:00 / atualizado em 24/02/2015 12:10

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

É, foi apenas uma 'escorregadinha'


O governo escolheu péssima hora para anunciar o saco de maldades que a equipe econômica pretende fazer, a começar pela aposentadoria dos brasileiros. Quer mudar as regras e obrigar o trabalhador a ficar mais tempo no mercado, mesmo que tenha começado a trabalhar cedo. E escolheu o momento em que a presidente Dilma Rousseff (PT) amarga brutal queda de popularidade nas pesquisas de opinião pública. Com ministros como o da Previdência Social, Carlos Gabas, Dilma, definitivamente, não precisa de inimigos na oposição.

Até porque o sentimento no Congresso é exatamente o contrário. Pesquisas revelam que quase dois terços dos deputados, por exemplo, são a favor do fim do fator previdenciário. Será que vão mudar de ideia e aprovar a mudança que o ministro Gabas propõe, que é muito mais radical? É muito improvável.

Mesmo as medidas provisórias já enviadas ao Congresso não têm garantia de serem aprovadas. É aviso que chega ao Palácio do Planalto, por exemplo, pelos caciques peemedebistas. Não é à toa que os ministros petistas passaram a reclamar da atuação do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que ontem jantou com os colegas de partido.

Em temporada de impopularidade, o governo até que tentou atrair os antigos aliados socialistas para voltar à base de sustentação no Congresso. Recebeu sonoro não. Não seria diferente. Deputados do PSB, em privado, usam uma velha expressão diante do atual quadro do governo: “Antes só que mal acompanhado”.

E para fechar com chave de ouro, em evento com empresários, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diz que o Brasil sofreu uma “escorregadinha” no controle das contas públicas. Só se esqueceu de dizer que foi uma “escorregadinha” eleitoral. Para não prejudicar a campanha, a presidente Dilma atrasou as medidas necessárias. Perdeu o timing. Deu no que deu.

Haja ansiedade


Um grupo de tucanos graduados tem tentado pressionar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a apressar a apresentação da denúncia de envolvimento de parlamentares que teriam recebido propina no escândalo revelado pela Operação Lava-Jato na Petrobras. Como eles têm foro privilegiado, a ação é movida diretamente no Supremo Tribunal Federal (STF). Há informações de que tucanos conseguiram descobrir alguns dos deputados e senadores que estariam envolvidos. Se é verdade, difícil saber. Mas, se for, uma coisa é certa: os nomes estão guardados a sete chaves. É grande a ansiedade no Congresso.

Fora Maluf

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), convocou para hoje reunião da executiva nacional do partido para mudar o diretório em São Paulo e tratar da destituição do deputado Paulo Maluf da presidência. Ciro já tentou emplacar o deputado Guilherme Mussi no comando da legenda no estado, mas Maluf conseguiu liminar e voltou. Com um detalhe, liminar só para ele. O restante da executiva ficou de fora. Com a executiva nacional referendando, Maluf é obrigado a deixar o cargo imediatamente. Se vai continuar a briga judicial, é outra história, mas os pepistas avaliam que as chances de vitória na Justiça seriam mínimas.

Estilo trator

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já havia derrubado o então líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), logo depois de vencer a eleição na Casa. Agora, falou com todas as letras com vários deputados que já mandou recado ao ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, que seu gabinete está fechado para ele e que não o receberia. Vargas foi mantido por Dilma depois da vitória de Cunha, mas chegou a balançar no cargo. Bem ao seu estilo, Eduardo Cunha diz aos mais próximos que só trata da articulação política diretamente com a presidente Dilma.

Socialistas na CPI


Fracassou a tentativa do Palácio do Planalto de atrair o PSB de volta à base de sustentação da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso. Prova cabal disso é que o partido já assinou o pedido de instalação da CPI da Petrobras. E até já indicou os nomes: encabeçando a lista está o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que disputou a presidência da Casa. O outro socialista indicado é Rodrigo Martins (PI). Integrante do bloco com o PSB, o PPS também já fez sua indicação: é Sandro Alex (PR).

Fustigando o governo

Não é à toa que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pede, dia sim, o outro também, a instalação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela pode funcionar só com senadores, mas há tentativa de fazer uma CPI Mista. É que, como a Câmara dos Deputados já instalou cinco CPIs, tirando a da Petrobras, as outras quatro são chapa branca, para ter deputados, a do BNDES terá de ser mista. Tanto que a oposição na Câmara também já trabalha na coleta de assinaturas. Outro alvo, que também pode ser uma CPI Mista, é o setor elétrico.

PINGAFOGO


O nível continua baixando. Depois do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), agora é a vez de o Instituto Teotônio Vilela, ligado aos tucanos, chamar a presidente Dilma Rousseff (PT) de “mãe do petrolão”. Qualquer semelhança com o mensalão, no entanto, é mera coincidência, viu?

E o PT tenta dar o troco. Quer estender as investigações da CPI da Petrobras também para o período do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É a velha a história: chumbo político trocado não dói.

O prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), diz que está pouco envolvido com o processo de nomeações no governo Fernando Pimentel (PT). Mas conseguiu emplacar seu ex-secretário de Saúde Almir Fontes como diretor da Superintendência Regional da área.

Já Jaques Paulo, diretor de escola estadual, será o superintendente de Educação em Uberlândia, também um cargo do estado. Gilmar finge que não emplacou, que teve ajuda dos deputados da cidade os irmãos Weliton (federal) e Elismar (estadual). E fez questão de frisar: “Eles são muito influentes”.

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, almoçou com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No cardápio, apoio para aprovar o pacote do ajuste fiscal. Só que o governo pode acabar tendo uma indigestão com este assunto. Há muitas resistências no Congresso.

 


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