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Estado de Minas

Esquema de corrupção na Petrobras tinha operador na Suíça

Diego, um subordinado de Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no esquema, morava no país europeu e vinha ao Brasil uma vez por ano para fazer a remessa ilegal de recursos desviados da Petrobras


postado em 24/01/2015 06:00 / atualizado em 24/01/2015 07:37

Em mais um termo de colaboração, prestado em 7 de setembro do ano passado, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa declarou que o esquema de corrupção na estatal contava com um operador na Suíça. Segundo informações prestadas pelo delator, Diego, um subordinado de Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB no esquema, morava no país europeu e vinha ao Brasil uma vez por ano para fazer a remessa ilegal de recursos desviados da Petrobras. “Diego era quem cuidava das operações financeiras no exterior de interesse de Fernando Baiano”, afirmou Costa.

No mesmo depoimento, o ex-diretor declarou que Baiano lhe ofereceu US$ 1,5 milhão para não causar problemas na reunião de aprovação da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O valor foi disponibilizado pelo em uma conta do Vilartes Bank, na Suíça. Costa salientou que, nessa mesma conta, recebeu valores da empreiteira Andrade Gutierrez. A construtora nega a informação.

Procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) estão na Suíça para tentar rastrear o caminho do dinheiro sujo repassado aos agentes públicos. Um dos principais objetivos é tentar reunir documentos para provar que a empreiteira Odebrecht pagou propina no exterior a Paulo Roberto Costa, como revelado por ele em depoimento prestado à Justiça Federal do Paraná. A empresa assegura que a informação não é verdadeira.

O ex-diretor informou ainda que, a partir de 2008 ou de 2009, a cobrança de propina passou a ser feita por Fernando Baiano, e não mais pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo o delator, “isso significou que os valores pagos (…) passariam a ser destinados ao PMDB, que tinha em Fernando Baiano seu operador, e não mais ao PP”, destacou.

Paulo Roberto Costa também contou à Polícia Federal que Nestor Cerveró, ex-diretor da empresa, o lobista Fernando Baiano e o PMDB podem ter recebido entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões de propina pela compra da Refinaria de Pasadena. Na quinta-feira, a defesa de um dos empreiteiros presos – Gerson de Mello Almada, da Engevix – acusou Costa de extorquir as construtoras para “gerar montantes” destinados a comprar o apoio dos partidos políticos que integram a base aliada do governo federal.

“O pragmatismo nas relações políticas chegou a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares”, diz um trecho da defesa apresentada pelo advogado Antonio Sergio de Moraes Pitombo. Almada é acusado de participar de um cartel criado para superfaturar obras que tinham como cliente a Petrobras. No último sábado, a Justiça Federal no Paraná negou o terceiro pedido de habeas corpus ao executivo.

Lista


A Justiça Federal do Paraná, à frente dos processos relativos à Operação Lava-Jato, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) trecho da investigação em que o deputado Nelson Meurer (PP-PR) é relacionado em uma lista por supostamente ter recebido R$ 159 mil do esquema de corrupção. O material, com o laudo da Polícia Federal, foi encaminhado ao gabinete do ministro Teori Zavascki, relator no STF dos processos da Lava-Jato.

Os lançamentos, feitos em 2008 e 2009, foram registrados em contabilidade do Posto da Torre, em Brasília, utilizado pela organização criminosa para lavagem de dinheiro. Até o fechamento desta edição, o Estado de Minas não havia conseguido entrar em contato com o parlamentar para que ele comentasse a denúncia. (JV)


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