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Estado de Minas

Manutenção de Foster na Petrobras pode ser insustentável

Presidente da estatal é envolvida em novas denúncias que a ligam ao esquema de corrupção. Oposição cobra demissão dela e aliados acreditam ser esse o melhor caminho para o Planalto


postado em 13/12/2014 06:00 / atualizado em 13/12/2014 07:35

Emails da ex-gerente-executiva de Refino e Abastecimento Venina Velosa da Fonseca (D) teriam alertado Graça (E) sobre os desmandos na estatal(foto: Ana Paula Migliari/TV Brasil - DIDA SAMPAIO/ESTADAO CONTEUDO DF - LAVA JATO/PETROBRAS/GEOLOGA - (ARQUIVO))
Emails da ex-gerente-executiva de Refino e Abastecimento Venina Velosa da Fonseca (D) teriam alertado Graça (E) sobre os desmandos na estatal (foto: Ana Paula Migliari/TV Brasil - DIDA SAMPAIO/ESTADAO CONTEUDO DF - LAVA JATO/PETROBRAS/GEOLOGA - (ARQUIVO))
Novas denúncias colocam a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, blindada pelo Planalto, no centro do escândalo de corrupção entranhado na petrolífera. Mensagens de e-mails encaminhadas desde 2009 pela ex-gerente-executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento Venina Velosa da Fonseca, indicam que Graça foi alertada sobre ilegalidades em contratos e licitações. Ontem, a oposição cobrou a demissão da presidente da empresa e confirmou que o nome dela será incluído na lista de indiciados do relatório paralelo da CPMI da Petrobras. O documento, preparado pelos oposicionistas, será apresentado na próxima quarta-feira.


A denúncia contra a presidente da Petrobras foi publicada na edição de ontem do jornal Valor Econômico. Informações de bastidor apontam que as revelações causaram um grande mal-estar no Planalto. Dentro do PT, a avaliação é de que a situação de Graça ficou insustentável. Petistas consideram que a presidente deve agir rapidamente para tentar evitar novos ataques.

De acordo com a reportagem, a presidente da estatal foi alertada, inicialmente, a respeito de contratações irregulares na área de comunicação da Diretoria de Abastecimento, administrada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012. As primeiras denúncias de Venina tiveram como foco pagamentos de R$ 58 milhões por serviços que não foram realizados na área de comunicação da estatal, em 2008. Ela teria procurado o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa para reclamar das irregularidades.

Um ano depois, Venina encaminhou um e-mail para a diretoria de Gás e Energia, comandada por Graça Foster na época, informando sobre desvios na implantação da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras, que inicialmente foram orçadas em US$ 4 bilhões, chegaram a US$ 18 bilhões após assinaturas de contratos aditivos. Depois que as denúncias foram encaminhadas, a ex-gerente foi transferida para Cingapura, na Ásia, e, em novembro, afastada da petroleira. Conforme a reportagem, nesse ano, antes da deflagração da Operação Lava-Jato, Graça Foster foi alertada novamente. Desta vez, as mensagens indicavam cometimento de fraudes em unidades da Petrobras no exterior.

Ontem, a Câmara dos Deputados encaminhou ao Ministério da Justiça pedido de proteção policial para Venina. A solicitação foi feita pela liderança do DEM na Casa. “Os integrantes da diretoria não têm a menor condição de permanecer, a começar pela presidente Graça Foster. Diante dessas graves denúncias com provas publicadas no Valor Econômico, o mínimo a fazer é substituir toda a cúpula da empresa em nome da preservação da estatal, destroçada pelo governo do PT. Graça Foster se omitiu, o que é inadmissível”, declarou o líder da legenda, deputado Mendonça Filho. Ele confirmou ainda que a nova CPMI, que deve ser instalada no início da próxima legislatura, terá como uma das primeiras providências o depoimento de Venina da Fonseca.

COMISSÕES INTERNAS
Em nota oficial, a Petrobras comunicou que, após receber as denúncias, instaurou comissões internas “em 2008 e 2009 para averiguar indícios de irregularidades em contratos e pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento”. Ainda de acordo com o comunicado, “o ex-gerente da área foi demitido por justa causa em 3 de abril de 2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da companhia. Porém, a demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica, vindo a ocorrer em 2013.”

A estatal assegurou que o resultado das análises realizadas foi encaminhado às autoridades competentes. “Como mencionado em comunicados anteriores, a Comissão Interna de Apuração constituída para avaliar os processos de contratações para as obras da RNEST (refinaria Abreu e Lima) concluiu as apurações e encaminhou o relatório final aos órgãos de controle e autoridades competentes”, diz a nota. A companhia alega que apurou todas as informações repassadas pela ex-gerente.

Sobre as denúncias relacionadas a negócios no exterior, a petroleira ressalta que aprimorou os procedimentos de compra e venda e adotou as providências administrativas e negociais cabíveis. Segundo a Petrobras, a área responsável pela fiscalização e pelo controle de perdas de óleo combustível não constatou nenhum problema entre 2012 e 2014. (Colaborou Grasielle Castro)

Na corda bamba

Os principais executivos da Petrobras e seus padrinhos


l Maria das Graças Foster, presidente
l Eleita em fevereiro de 2012, tem mais de 30 anos de experiência na empresa. É integrante do Conselho de Administração e diretora da Área de Negócio Internacional da companhia. Já foi presidente da Petrobras Química S.A. (Petroquisa) e presidente e diretora-financeira da Petrobras Distribuidora S.A.
n Quem indicou: Dilma Rousseff

Almir Guilherme Barbassa, diretor Financeiro e de Relações com os Investidores
l Ocupa o cargo desde 2005. Foi gerente-executivo de Finanças de 1999 a 2005. Atuou como gerente financeiro da subsidiária Petrobras América em Houston por três anos. É integrante do Conselho de Administração da Braskem S.A. desde 2010.
n Quem indicou: José Sérgio Gabrielli,
petista e ex-presidente da Petrobras

José Miranda Formigli Filho, diretor de Exploração e Produção
l Está no cargo desde 2012. Em 2008, foi nomeado gerente-executivo da área criada para o planejamento e desenvolvimento das descobertas do pré-sal. Ingressou na Petrobras em 1983 e fez o curso de formação em Engenharia de Petróleo. É integrante do Conselho de Administração da Petrobras Gás S.A. (Gaspetro).
n Quem indicou: Maria das Graças Foster

José Alcides Santoro Martins, diretor de Gás e Energia
l Responde pela diretoria desde 2012 e tem mais de 30 anos na empresa. Também é presidente da Petrobras Gás S.A.(Gaspetro). Foi gerente-executivo de Operações e Participações em Energia, diretor presidente das termelétricas Celso Furtado, Termoceará e Mário Lago e diretor da Sociedade Fluminense de Energia. É integrante do Conselho de Administração da Petrobras Gás S.A., da Petrobras Transporte S.A.(Transpetro) e da Braskem S.A..
n Quem indicou: Maria das Graças Foster

José Carlos Cosenza, diretor de Abastecimento
l Em 2012, assumiu a diretoria após a demissão de Paulo Roberto Costa. Tem mais de 30 anos na estatal. Antes de assumir a Diretoria de Abastecimento, foi gerente executivo de Refino. Consenza atuou também como gerente geral das refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar) e Paulínia (Replan) e como presidente da Petrobras Argentina e da Petrobras Uruguai, além de diretor da Área Comercial (Retail) da Petrobras Energia S.A. (Pesa).
n Quem indicou: indicação conjunta do PT,
do PMDB e do PP da Câmara

José Antônio de Figueiredo, diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais
l Assumiu o cargo em 2012. É engenheiro, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1978 e ingressou na Petrobras um ano depois. Na companhia, exerceu diversas funções gerenciais, entre as quais a de gerente executivo de E&P Sul-Sudeste e gerente executivo de Serviços de E&P.
n Quem indicou: Maria das Graças Foster

José Eduardo de Barros Dutra, diretor Corporativo e de Serviços
l Também assumiu o cargo em 2012. Presidiu a Petrobras de 2003 a 2005 e fez parte do Conselho de Administração da companhia e da Petrobras Distribuidora S.A. Foi ainda presidente da Petrobras Distribuidora S.A. Presidiu os conselhos de administração da Petrobras Gás S.A.(Gaspetro), Petrobras Transporte S.A.(Transpetro), Petrobras Química S.A. (Petroquisa), Petrobras Energia (Pesa) e Liquigás. Exerceu mandato de senador pelo estado de Sergipe.
n Quem indicou: PT

 


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