(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Nas eleições de 2014, futebol ganha espaço nos discursos dos candidatos

Presidenciáveis e candidatos que disputam vagas no Congresso usam o futebol após a goleada sofrida pela Seleção Brasileira no jogo contra a Alemanha


postado em 28/07/2014 00:12 / atualizado em 28/07/2014 07:31

O Projeto de Lei 7.807, do deputado federal Romário (PSB-RJ), tem dois números sete, mas não é uma provocação sobre a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1 nas semifinais da Copa do Mundo. Apresentado no dia 16, uma semana depois da maior goleada sofrida pela Seleção na história, a proposta do ex-jogador pretende impor maior fiscalização e controle sobre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pode ser considerada uma reação à derrota, que se soma a vários outros projetos de lei tramitando sobre o esporte preferido dos brasileiros.


No Congresso Nacional há ainda propostas que tratam das dívidas dos clubes, elevam os impostos sobre a CBF, alteram a divisão dos direitos de transmissão, proporcionam mais verba para o futebol feminino e até criam benefícios para treinadores de futebol (veja quadro). Além das propostas dos parlamentares, o meio político se movimenta na tentativa de melhorar a situação do futebol brasileiro e, de quebra, angariar votos.

Na última semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez dois movimentos nesse sentido. Na segunda-feira, encontrou-se com os representantes do movimento Bom Senso F.C de jogadores de futebol. Na sexta-feira, ela se reuniu com os presidentes dos 12 maiores clubes de futebol do país. Na primeira reunião, recebeu as propostas de jogadores, que pediram normas mais claras e rígidas para fiscalizar e punir os clubes devedores. No encontro com os dirigentes, ouviu as queixas sobre as dívidas e alternativas para os clubes tentarem quitá-las.

Além de Dilma, que tenta se reeleger, a candidata Luciana Genro (Psol) se manifestou sobre o assunto. Na última semana, ela incorporou ao programa de governo propostas elaboradas por uma série de especialistas e atletas brasileiros para modernizar as políticas esportivas. As propostas já haviam sido apresentadas há 12 anos em uma plataforma para o Ministério do Esporte e foram entregues a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dias antes da posse do ex-presidente em seu primeiro mandato, em janeiro de 2003. Porém, não foram implementadas e, segundo afirmou a candidata do Psol, seguem atuais.

Luciana Genro disse também que se for eleita convidará o zagueiro Paulo André para assumir o Ministério dos Esportes. O jogador, de 30 anos, atua no Shanghaï Greenland, da China, após uma vitoriosa passagem pelo Corinthians, e é um dos principais articuladores do Bom Senso, junto com Alex (Coritiba), Dida (Internacional), Rogério Ceni (São Paulo) e Zé Roberto (Grêmio).

A principal pressão do Bom Senso FC no momento é para que a presidente Dilma Rousseff não aprove o projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE) como está, pois daria autonomia financeira aos clubes e isentaria de punições seus dirigentes, principais eleitores da CBF. Além dos 20 presidentes dos clubes da Primeira Divisão, os 27 presidentes de federações estaduais podem votar para eleger o presidente da CBF.

Paulo André usa as redes sociais para expor suas ideias e escreveu na última semana: “Não aprove a LRFE do jeito que está. É preciso aproveitar a oportunidade e exigir dos clubes, em contrapartida pelo parcelamento da dívida (dinheiro público), a regulação e a democratização do estatuto da CBF, limitando o mandato dos dirigentes a quatro anos, com apenas uma recondução, dando voz e direito de voto aos atletas, treinadores, árbitros e demais clubes filiados à entidade. Essa diversidade permitirá abordar todas as dimensões e interesses do futebol brasileiro”.

FUTEBOL NO CONGRESSO

Aperto na CBF
Projeto de Romário (PSB-RJ) pretende ampliar a fiscalização e o controle na CBF. Apresentado uma semana após a goleada da Alemanha na Seleção Brasileira, o PL 7.087/2014 pega carona no frenesi nacional que busca encontrar soluções para o futebol. Foi apresentado e aguarda despacho do presidente da Câmara para começar a ser apreciado nas comissões.

Sem reeleição

O PL 6.400/13, do Senado Federal, limita a reeleição dos dirigentes de entidades esportivas a uma única vez. O projeto altera a Lei Pelé (Lei 9.615/98) e determina que cada mandato seja de, no máximo, quatro anos. Os atuais dirigentes que já ultrapassaram o limite estabelecido de dois períodos de quatro anos consecutivos estarão proibidos de se reeleger. O autor do projeto é o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Dívidas dos clubes
Dá prazo maior e condições diferenciadas para o pagamento das dívidas tributárias e trabalhistas dos clubes mediante mudanças de gestão. O PL 5.201/2013, de autoria de André Figueiredo (PDT-CE) cria também um fundo para o fomento da iniciação esportiva. Está pronto para ser votado no plenário da Câmara.

Mais impostos sobre a CBF

O PL 5.593/2013 aumenta a tributação sobre os lucros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e destina o dinheiro ao pagamento de pensões para ex-atletas e para a formação de jogadores. De autoria do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), está parado na Comissão de Esportes.

Direitos de transmissão

Apresentado pelo líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), para tornar mais equânime entre os clubes a distribuição da renda da transmissão televisiva dos jogos, o PL n° 2.019/2011 acabou retirado após resistências, mas deve ser reapresentado em breve.

Futebol feminino
O PL n° 5.307/2013 estabelece que pelo menos 5% dos patrocínios oferecidos por empresas públicas a times de futebol sejam repassados às equipes femininas dos clubes. O projeto é de autoria de José Stédile (PSB-RS) e está pronto para votação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP).

Fim dos portões fechados
De autoria do deputado Marcelo Matos (PDT-RJ), o PL n° 5.351/2013 estabelece que somente os torcedores envolvidos diretamente em atos de violência fiquem impedidos de acessar os estádios nos jogos seguintes, acabando com a prática de punir clubes com a proibição de presença de torcedores, o que afeta a renda.

Benefícios para treinadores
O PL n° 7.560/2014, apresentado pelo deputado José Rocha (PR-BA), cria benefícios para treinadores de futebol. Os profissionais teriam direito, por exemplo, a uma duração mínima de seis meses nos contratos com os clubes. Apresentado em maio, o projeto ainda aguarda a escolha do relator na CTASP. Projeto também prevê rebaixamento de clube que não pagar treinadores, atletas e funcionários. Atletas poderão ter descanso mínimo de 66 horas entre as partidas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)