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Estado de Minas

Rede Sustentabilidade rompe com PSB em Minas

Avanço da tese de aliança com os tucanos no estado leva legenda de Marina Silva a desistir de candidatura própria ao governo e a declarar independência do partido de Eduardo Campos


postado em 21/06/2014 07:45 / atualizado em 21/06/2014 07:58

Pressionado pelo comando do PSB mineiro, Apolo Heringer abriu mão de sua pré-candidatura (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Pressionado pelo comando do PSB mineiro, Apolo Heringer abriu mão de sua pré-candidatura (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, rompeu ontem com o PSB e retirou a pré-candidatura do médico e ambientalista Apolo Heringer ao Palácio da Liberdade. A decisão foi tomada depois que o grupo da ex-parlamentar em Minas, que venceu a disputa para a Presidência da República em Belo Horizonte em 2010, não teve acesso a dados sobre o número de delegados e à organização da convenção estadual do PSB, que acontece hoje. Os dois partidos se uniram no ano passado depois de a Rede não ter conseguido reunir número suficiente de assinaturas para registro da legenda na Justiça em tempo hábil para as eleições de outubro.

Apolo vinha sofrendo pressão do comando do PSB em Minas para que desistisse da pré-candidatura ao Palácio da Liberdade desde o momento em que lançou seu nome, em março. A vontade da cúpula do partido no estado era o apoio ao PSDB, do senador e presidenciável Aécio Neves. Ao mesmo tempo em que lutava contra a candidatura de Apolo, o presidente estadual do PSB, deputado federal Júlio Delgado, passou a admitir a possibilidade de se lançar na disputa ao governo estadual. O parlamentar é aliado de Aécio. A decisão será tomada hoje na convenção.

Em nota divulgada ontem, a Rede Sustentabilidade em Minas condena as articulações do agora ex-partido aliado. “Essas posições revelam um PSB a reboque da conjunção de forças que não quer largar a Cidade Administrativa (a sede do governo de Minas), que hoje se volta mais para uma candidatura nacional e a sobrevivência de seus mandatos parlamentares que para solucionar as contradições de Minas Gerais. O jogo travado veio empobrecer a perspectiva política e sinaliza um caminhar com cartas marcadas na eventualidade de segundo turno, em planos estadual e nacional. O PSB está mesmo interessado em construir uma terceira via no Brasil?”, indaga o texto.

A nota lembra ainda que as relações da Rede com o PSB não são boas também em outras unidades da federação. “Em vários estados brasileiros a aliança Rede-PSB tem se mostrado conflituosa e problemática. Segundo relatos da reunião do Diretório Nacional da Rede, realizada em 19/06, estão nessa situação Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Pará, com mais da metade do eleitorado brasileiro.”

Ao final, a Rede afirma que a situação em Minas não deixou outra saída que não o abandono da aliança no estado. “Não tivemos acesso às informações relativas ao congresso, aos delegados nem à sua organização. Entendemos que diante do quadro colocado devemos exercer nossa influência programática nas eleições estaduais de 2014, abrindo mão de apresentar nosso nome ao governo do estado no Congresso Estadual do PSB e também de seguirmos juntos com o PSB nas eleições majoritárias de Minas Gerais.” Apesar do cenário desfavorável, Apolo, que ontem passou a tarde em reunião com correligionários, disse que comparecerá hoje à convenção do PSB.

PREFEITOS A opção pela aliança com o PSDB, do candidato a governador Pimenta da Veiga, é reforçada por prefeitos filiados ao PSB, que também terão votos na convenção. A grande maioria é ligada ao Palácio da Liberdade ou apoia deputados da base de sustentação do atual governo estadual. “Eu entendo que a candidatura própria não é o melhor caminho para nosso partido, que tem uma relação muito próxima com o PSDB. Além disso, o PSB não tem grupo formado no estado com condições para vencer uma eleição estadual”, afirma o prefeito de Lontra, no Norte de Minas, Evando Gonçalves da Silva. Segundo ele, “90% dos prefeitos” do PSB de Minas estão “fechados” com Pimenta. Ele lembra que os chefes de Executivo também têm uma grande ligação com o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), candidato a vice-governador na chapa tucana.

“Na reeleição do prefeito Marcio Lacerda, em 2012, o PSB teve o apoio decisivo do PSDB e a vitória em Belo Horizonte foi de grande importância para a estruturação do nosso partido no estado. A aliança PSB/PSDB tem sido muito benéfica ao partido e ao povo mineiro e entendo que ela deve ser mantida na eleição deste ano”, afirma Heliomar Valle da Silveira, o Léo Silveira, prefeito de Pirapora, também do Norte de Minas.

A adesão à candidatura tucana conta também com o aval de Lacerda, que já anunciou sua opção. No entanto, ontem à tarde, a assessoria de Lacerda informou que na agenda dele para hoje não estava prevista a participação na convenção do PSB.

Enquanto isso...

… Coligação com o PT


Enquanto em São Paulo o PSB acertou o apoio à candidatura à reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin, no Rio de Janeiro o partido se aliou ao candidato petista, Lindbergh Farias. Em convenção realizada ontem, o diretório do PT fluminense confirmou, como era esperada, a candidatura de Lindbergh a governador, tendo como vice Roberto Rocco (PV). A novidade é que a chapa terá o atual deputado federal Romário (PSB) como candidato a senador. Até então, a candidata a senadora na chapa seria a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). O PSB planejava apoiar o deputado federal Miro Teixeira (PROS) ao governo do Rio, mas, na quinta-feira, o parlamentar anunciou ter desistido de concorrer ao cargo.


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