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Estado de Minas COPA DO MUNDO

Falta de sistema integrado de rádio cria receio sobre telefonia para forças policiais

Enquanto a bola rola, as polícias civil e militar terão de enfrentar problemas para se comunicar. Sem a integração dos dois sistemas de comunicação (via rádio) e do Corpo de Bombeiros, o diálogo entre as corporações ficará limitado aos telefones celulares ou aos antigos aparelhos de rádio da PM


postado em 25/05/2014 07:00 / atualizado em 25/05/2014 07:41

Naira Trindade

Brasília – A Seleção Brasileira entrará em campo daqui a 18 dias com uma missão maior do que vencer a Copa. Os jogadores encaram a pressão de superar as deficiências que os governos deixaram nos sistemas de mobilidade urbana, de saúde e de segurança pública. Das promessas de deixar legados nas 12 cidades sede, poucas foram concluídas a tempo do Mundial. Entre as que ficaram só no papel, está o sistema de rádio de comunicação da segurança pública nas cidades.

Enquanto a bola rola, as polícias civil e militar terão de enfrentar problemas para se comunicar. Sem a integração dos dois sistemas de comunicação (via rádio) e do Corpo de Bombeiros, o diálogo entre as corporações ficará limitado aos telefones celulares ou aos antigos aparelhos de rádio da PM. “Não há sistema de rádio integrado nas principais cidades sedes”, alerta o ex-secretário Nacional de Segurança Pública coronel José Vicente da Silva Filho.

“Imagine que a Polícia Militar esteja fazendo uma ação dentro do estádio, precise chamar a Polícia Civil, que está fora, e não tem como ligar pelo celular”, indaga o especialista em segurança pública. Geralmente, os telefones não funcionam plenamente quando há uma aglomeração de pessoas usando aparelhos em um mesmo lugar. Em Brasília, por exemplo, são comuns os relatos de usuários que perdem o sinal ou têm dificuldades de falar ao celular durante as partidas de futebol realizadas no Estádio Mané Garrincha.

Com a comunicação via rádio integrada, crimes como sequestros, arrastões, assaltos poderiam ser rapidamente solucionados num flagrante. Outra preocupação é com a possibilidade de manifestações em torno das arenas. A falta de contato eficiente entres as corporações pode transformar os protestos em uma real ameaça. Porém, o coronel ressalta que manter a segurança num evento grande é mais fácil. “O difícil é garantir a segurança nesses pequenos crimes.”

Das 12 cidades que receberão jogos do Mundial, só Recife mantém um sistema eficiente de rádio para atender a população, na opinião do ex-secretário Nacional de Segurança Pública coronel José Vicente da Silva Filho. Lá, as unidades foram unidas no passado e feitos ajustes que possibilitaram uma melhora no atendimento das corporações. O especialista cita capitais como Rio de Janeiro, Manaus, São Paulo e Brasília entre as precárias na comunicação.

PALIATIVO
Em Brasília, um recurso emperrou o processo de licitação. De acordo com o secretário Paulo Roberto de Oliveira, uma empresa recorreu à Justiça e atrasou a tramitação para a aquisição de um novo sistema de rádio. A saída foi implantar um paliativo. Foram comprados celulares e tablets que serão usados por policiais militares para enviar imagens, em tempo real, de qualquer parte do DF, aos centrais de comando. “Nosso objetivo é colocar a polícia no lugar certo, no momento certo, de forma a potencializar o aparato (humano e material) de que disponibilizamos”, disse o secretário. Além disso, haverá uma central integrada para unificar as informações que chegarem das ruas visando a uma rápida tomada de decisões pelas autoridades.

Foram investidos R$ 25 milhões na rede corporativa que abrange instalações de torres e transmissão de dados na central integrada de comando. Na capital, a licitação para a rádio comunicação está prometida para o terceiro trimestre. O legado da Copa do Mundo chegará só depois do evento.

Atendimento em vários idiomas
Brasília – O ex-secretário Nacional de Segurança Pública coronel José Vicente da Silva Filho diz que, o turista, entretanto, possivelmente não perceberá as deficiências no sistema integrado. Em São Paulo, o norte-americano que ligar para o 911, número de emergência nos Estados Unidos, será atendido por profissionais que atendem no 190, em inglês. O mesmo acontece se europeus discarem 211, com atendentes que dominam o espanhol e o francês. Duzentos e cinquenta profissionais com domínio de outros idiomas estarão disponíveis para diminuir as barreiras com a língua.

Só que a realidade paulista não valerá para todas as sedes da Copa do Mundo. “Nós passamos por um teste no ano passado, mas as ligações do Acre caíam aqui no Distrito Federal”, explicou o secretário de Segurança Pública em exercício no Distrito Federal, Paulo Roberto Batista de Oliveira. Ele alega que há uma promessa de os números internacionais funcionarem nas cidades sede a partir de 2 de junho, 10 dias antes da estreia, mas não há garantia de dar certo.

O Ministério da Justiça afirma que os órgãos de segurança pública no país utilizam, em sua maioria, rádios de comunicação com as tecnologias Tetra e Apco 25. O órgão diz ter implantado um projeto do “sistema Integrador que permitirá a formação de grupos de comunicação, envolvendo equipamentos dessas e de outras tecnologias, em que diferentes instituições interajam, possibilitando o atendimento, em menor tempo, para o cidadão e demais envolvidos”. (NT)


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