Brasília - O financiamento de campanhas políticas voltou a ser tema de audiência pública nessa segunda-feira no Supremo Tribunal Federal (STF). Iniciado na última segunda-feira (17), o debate foi convocado pelo ministro Luiz Fux, que relata a ação de inconstitucionalidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pelo fim das doações de empresas a candidatos.
Cientistas políticos da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto e Max Stabile destacaram que 68% dos 120 parlamentares ouvidos em pesquisa defendem o financiamento público exclusivo de campanhas. “A mudança no sistema eleitoral também ocasiona uma mudança de vencedores e perdedores de uma eleição, e por isso há tanta dificuldade entre os partidos em se chegar a um consenso”, analisou Barreto.
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) criticou a “demonização” das doações privadas e disse que o financiamento público exclusivo é um “um convite à transgressão e à criminalização da política”, pois haveria poucos recursos disponíveis para atender a todos os candidatos. Ele defendeu controles de transparência e divulgação das correntes políticas em que determinado setor empresarial concentrou suas doações.