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Estado de Minas

Vereador banca concurso para ter assessores no Norte de Minas

Para contratar assessores em seu gabinete, vereador de Januária dá exemplo: esquece parentes e amigos e faz concurso público. Mais de 100 pessoas se candidataram ao cargo


postado em 22/05/2013 06:00 / atualizado em 22/05/2013 08:29

Em tempos de nepotismo e contratações no serviço público baseadas em interesses políticos e apadrinhamentos, o vereador de Januária, no Norte de Minas, Pedro Osório (PSDC), de 28 anos, resolveu inovar em seu primeiro mandato. Para contratar dois assessores parlamentares ele decidiu fazer um concurso público. O chamamento para o processo seletivo foi publicado em dois jornais da cidade, nas redes sociais e também divulgado por meio de cartazes afixados em vários locais. Os funcionários vão receber salário mínimo para trabalhar de segunda a sexta-feira. As horas não trabalhadas dos sábados vão compor um banco de horas para os dias de sessão da Câmara, que se reúne duas vezes por mês.


Ao todo apareceram 102 interessados, uma relação de 51 candidatos por vaga, concorrência parecida com o do vestibular mais disputado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o de medicina. A seleção vai ser feita em duas fases. Na primeira, encerrada semana passada, todos os candidatos tiveram que fazer duas redações com os temas “Por que o poder emana do povo?” e “Por que pretendo participar dessa equipe”.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


Na segunda fase, que começa semana que vem, os candidatos serão entrevistados um a um pelos dois consultores de recursos humanos, João Fernandes Paes e Stela Abreu, que colaboram com o vereador. O processo de escolha é baseado em um método norte-americano de seleção de pessoal que beneficia os pontos fortes do candidato e que vem sendo adotado por empresas do mundo inteiro. O vereador só vai conhecer seus assessores depois de todo o processo concluído. O salário será pago com parte de sua remuneração como vereador, cujo salário líquido é de R$ 4.555, pois os vereadores não têm direito a verba indenizatória nem a subsídio. Eles foram suspensos por determinação da Justiça depois de diversas denúncias de má aplicação dos recursos. Por causa disso, os vereadores não têm funcionários nos gabinetes. Contam apenas um servidor para cuidar dos serviços que exigem o uso de computador. Os vereadores de Januária chegaram a receber R$ 2,7 mil de verba indenizatória.

Primeiro colocado nas eleições de Januária, com 1.194 votos, Pedro Osório mora na cidade há apenas três anos. Ele se mudou do Sion, Zona Sul de Belo Horizonte, para o Norte mineiro para dar aulas de biologia aos alunos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Januária. Logo se envolveu em um movimento batizado de SOS Januária, em defesa do município de cerca de 64 mil habitantes e que teve sete prefeitos, a maioria por denúncias de corrupção, entre 2004 e 2010.

Resgate

De fala mansa e sempre fazendo referências à preservação da natureza, o biólogo disse que nunca se interessou por política até se mudar para a cidade. “Comecei a participar de um movimento para resgatar a cidade, que tem um povo maravilhoso, mas muito malcuidado pelo poder público. No movimento resolvemos lançar um candidato e acabei escolhido. Quero muito que Januária dê certo, por isso resolvi encarar o desafio”, disse o vereador, que não descarta a possibilidade de em 2016 disputar o comando da prefeitura. Segundo ele, o movimento tem apenas uma cadeira na Câmara Municipal, mas várias mentes. Osório disse que seu mandato vai ser participativo e diferente de tudo que já foi feito na cidade. “Por isso preciso ter uma equipe competente, afinada e não escolhida por interesses políticos”, disse o vereador, adepto da logosofia, ciência que prega a promoção do bem- estar próprio e da sociedade através do autoconhecimento e das relações harmônicas entre a sociedade e a natureza.

 


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