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Estado de Minas

Dilma adia acerto com PR

Alegando cansaço pela viagem a Roma, presidente recebeu líderes do partido mas não teria conversado sobre participação da legenda no governo. Conversa ficou para a semana que vem


postado em 22/03/2013 06:00 / atualizado em 22/03/2013 06:42

Presidido por Alfredo Nascimento, o PR ainda não tem nome de consenso para a Esplanada dos Ministérios (foto: José Cruz/Abr - 2/8/11)
Presidido por Alfredo Nascimento, o PR ainda não tem nome de consenso para a Esplanada dos Ministérios (foto: José Cruz/Abr - 2/8/11)
  O cansaço decorrente da diferença de fuso horário após a longa viagem a Roma para visitar o papa Francisco fez a presidente adiar ontem as conversas marcadas para definir os próximos passos da reforma ministerial. Um novo encontro com o PR, do senador Alfredo Nascimento (AM), está previsto para a terça-feira de manhã para definir se a legenda reassume o Ministério do Transporte. A pasta atualmente está sob o comando do ministro Paulo Sérgio Passos, que, apesar de ser do partido, é considerado cota pessoal da presidente.

Dilma pode conversar, ainda hoje, com o PTB, que reivindica o Ministério da Ciência e Tecnologia e, com mais ênfase, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, pasta que tem status de ministério e desprezada pelo PSD. Alfredo Nascimento estava preparado para definir ontem o retorno oficial da legenda ao governo federal. Mas, ao término da audiência com o presidente do PR – ele estava acompanhado do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) —, Dilma desculpou-se, afirmando que ainda estava cansada da viagem, já que chegara ao Brasil às 2h30 da manhã. “A nossa conversa para tratar sobre o partido será na terça, às 10h”, teria dito ela, segundo relato do senador amazonense à reportagem.

A futura reunião terá ainda a presença do líder do partido na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), e do vice-líder no Senado, Antônio Carlos Rodrigues (SP). Embora o presidente nacional da legenda demonstre tranquilidade, o clima interno do PR ainda é de divisão quanto ao nome que o partido apoiará para ocupar o ministério.

O Planalto tem dado demonstrações de preferência pelo deputado mineiro Jaime Martins. Na conversa informal que teve anteriormente com as lideranças do partido, Dilma indagou se o PR tinha algum “nome de Minas” para indicar. A opção por Martins passou a ser considerada natural, pela própria formação acadêmica que ele tem. Engenheiro, com atuação na área de transportes, ele já presidiu a Comissão de Viação e Transporte da Câmara. Mas entre seus pares é visto como um parlamentar “personalista”, mesma restrição que o partido faz ao nome do senador Blairo Maggi (MT), outro preferido pela presidente Dilma em negociações anteriores.

Sem tutela

O PR também luta para evitar que aconteça com a legenda o mesmo que aconteceu com o PMDB mineiro, que indicou Antônio Andrade para o Ministério da Agricultura influenciado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Depois de quase dois anos afastado do governo, o PR não quer que seus passos sejam tutelados por um petista. “Esperamos que a presidente paute sua escolha no desejo de encontrar um nome que unifique a legenda, e não, alguém para, simplesmente, atender os interesses do PT em Minas Gerais”, confidenciou um cacique partidário.

A princípio, segundo articuladores que acompanham o desenrolar das negociações, Dilma continuaria disposta a convidar Jaime Martins. Ela não quer a indicação de Luciano Castro (RR) nem de Antônio Carlos Rodrigues. Além de achar que existem paulistas demais na Esplanada, Dilma não quer dar espaço a um parlamentar ligado ao deputado Valdemar Costa Neto (SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a sete anos e 10 meses de prisão em regime semi-aberto no julgamento do mensalão.

A única certeza no PR é que a legenda não aceitará outra proposta que não seja a retomada do comando do Ministério dos Transportes. O partido rejeita qualquer oferta que envolva diretorias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Valec ou diretorias criadas em bancos estatais, como a Caixa Econômica Federal.

A disposição intensificou-se após Dilma “reabilitar” o PDT do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que, a exemplo de Alfredo, deixou a Esplanada dos Ministérios no rastro da “faxina ética” promovida pela presidente no início do mandato.


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