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Estado de Minas PREOCUPAÇÃO

Prefeitos tomam posse em cidades importantes com o desafio de colocar a folha de pagamento em dia

Grande parte dos novos administradores vai receber as prefeituras com os cofres vazios e com salários ou benefícios dos servidores em atraso


postado em 02/01/2013 00:12 / atualizado em 02/01/2013 07:18

Maria Clara Prates, Luiz Ribeiro, Simone Lima


A posse dos prefeitos eleitos em Minas, estado brasileiro com maior número de municípios, ofereceu o mais variado cardápio de prioridades para as administrações, mas pelo menos um ponto muitos deles têm em comum: a preocupação com a folha de pagamento do funcionalismo municipal. Grande parte dos novos administradores vai receber as prefeituras com os cofres vazios e com salários ou benefícios dos servidores em atraso. Em Uberlândia, no Triângulo mineiro, o prefeito Gilmar Machado (PT), ex-deputado estadual, terá que pagar as férias dos servidores em atraso. Será sua prioridade, além da melhoria da qualidade na saúde pública.

“Uberlândia é o único município com mais de 200 mil habitantes que não tem implantada a unidade de pronto atendimento (UPA) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Além disso, as cirurgias eletivas estão suspensas desde setembro”, afirmou. Para Machado, primeiro petista eleito para a prefeitura, os três primeiros meses de sua administração serão dedicadas apenas a arrumar a casa. “Esse é o meu desafio e vou me dedicar”, afirmou, admitindo em seguida que a realidade encontrada na Prefeitura de Uberlândia é a mesma que em outras cidades do interior de Minas.

Também tomado pela preocupação em razão da crise financeira da Prefeitura de Montes Claros, o prefeito Rui Muniz (PRB), no seu discurso de posse, disse que vai dar prioridade ao pagamento do funcionalismo, que está com o 13º salário em atraso. Além disso, ele prometeu a realização de um mutirão da limpeza pública e uma operação tapa-buracos. Anunciou também a recondução imediata de médicos e enfermeiros que tiveram contratos extintos em 31 de dezembro, para garantir o funcionamento dos postos e outras unidades de saúde. Para redução de custos, ele promete um corte de 1,7 mil funcionários contratados e comissionados da prefeitura, reduzindo as secretarias de 18 para 12. Com as medidas, ele espera uma economia de R$ 6 milhões por mês na folha de pagamento.

Além dos problemas administrativos, Muniz afirmou que não vai permitir que a prefeitura sirva como um “balcão de negócios” e um “cabide de empregos”. A declaração soou como uma crítica ao seu antecessor, Luiz Tadeu Leite (PMDB), embora, durante o discurso, ele tenha feito elogios ao peemedebista, que lhe deu apoio discreto na campanha. Mas foi principalmente um recado aos vereadores. Isso porque, na gestão anterior, havia a indicação de ocupantes de cargos comissionados na prefeitura pelos vereadores e partidos em troca de apoio político, o que contribuiu para o aumento do empreguismo e do inchaço da maquina administrativa. Ruy Muniz promete pôr fim à prática.

Nomeações
Em Juiz de Fora, a primeira preocupação do prefeito empossado, Bruno Siqueira (PMDB), foi a nomeação oficial de seu auxiliares, cujos nomes foram anunciados semanas antes. Ele tomou passe na Câmara ao lado de 19 vereadores e depois seguiu para a sede da prefeitura onde recebeu o cargo das mãos de Custódio Mattos (PSDB). Carlaile Pedrosa (PSDB) é outro prefeito que teve pressa em formar sua equipe para garantir a administração de Betim. Hoje, ele promoverá uma solenidade simbólica de posse para sua equipe, que tem nomes que participaram dos outros dois mandatos do tucano.

Como não poderia deixar de ser em um estado com as dimensões de Minas, onde um prefeito chegou para a posse em uma carroça, o mais jovem prefeito do estado, Antônio Pinheiro Neto (PP), com apenas 21 anos, também assumiu ontem a responsabilidade de administrar Ibirité, uma cidade de 150 mil habitantes e inúmeros problemas. No estado, o prefeito mais velho a tomar posse foi Jair Toledo (PMDB), de 87 anos, que comandará o município de Paiva. A cidade da Zona da Mata é uma das menores de Minas, com área de apenas 64 quilômetros quadrados. Sua população de 1.560 habitantes ocupa-se de agricultura e pecuária.

Povo Apesar de a posse parecer apenas um protocolo oficial, os eleitores também marcaram presença. Um exemplo é Divinópolis, na Região Centro-Oeste, onde apesar do intenso calor mais de mil de pessoas compareceram à posse do prefeito reeleito Vladimir Azevedo (PSDB) e do vice Rodrigo Rezende (PDT). Em seu discurso, o tucano reafirmou compromissos antigos, como o fim da construção do hospital público e a despoluição do Rio Itapecerica, mas evitou assuntos polêmicos, como o projeto de venda dos 242 imóveis da cidade, para reforçar os cofres municipais e viabilizar a construção de um conjunto habitacional, a conclusão da obra do novo centro administrativo, além da quitação de dívidas. A polêmica parece mesmo ser uma marca da administração de Azevedo. Para conseguir fechar as contas até o fim de 2012, a prefeitura teve que tomar uma série de medidas voltadas para redução de gastos. Além de cortar gratificações e horas extras, o município exonerou 220 funcionários comissionados, sob protesto da população.

Mas nem tudo foram flores para os novos prefeitos, muito deles tomaram posse com processos de cassação em tramitação na Justiça eleitoral. Entre eles, está o prefeito de Pirapora, Heliomar Silveira, acusado de abuso de poder econômico.


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