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Estado de Minas

Empresa fantasma foi abastecida pela Delta

Documentos obtidos pela CPI revelam que outra empreiteira envolvida no esquema montado pelo bicheiro, a Adécio e Rafael, também recebeu recursos da construtora


postado em 07/07/2012 06:00 / atualizado em 07/07/2012 07:12

Brasília – As informações contidas nas quebras de sigilos enviadas à CPI do Cachoeira esta semana comprovam que a Alberto e Pantoja não foi a única empresa irrigada pela construtora Delta a fazer depósitos para o radialista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou na campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A Adécio e Rafael Construções também foi agraciada com vultuosos recursos vindos da empreiteira: R$ 13,3 milhões entre julho de 2011 e fevereiro deste ano. O extrato da conta de Bruna Bordoni, filha do jornalista, aponta dois lançamentos de R$ 45 mil cada: um da Pantoja e outro da Adécio. Ele afirmou em seu depoimento que esses R$ 90 mil se referem ao pagamento por serviços prestados ao governador.

A comprovação de que a Adécio também foi abastecida pela Delta reforçam as suspeitas de que Marconi usou empresas de fachada ligadas à organização criminosa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que seria sócio oculto da construtora. A Polícia Federal concluiu que a empreiteira tem forte influência em Goiás. As investigações já haviam apontado ainda a ligação da Pantoja e da Adécio e Rafael com a quadrilha. Os dados enviados pelo Banco Central à comissão mostram, porém, que a segunda também faz parte da rede de abastecimento da empreiteira. Só de uma das contas da Delta saíram 34 lançamentos de vários valores, que vão de R$ 60 mil a 623 mil.


O CNPJ da Adécio e Rafael está registrado no banco de dados da Receita Federal em nome de G&C Construções, com situação cadastral ativa desde 19 de maio de 2010. O endereço, porém, é inexistente ou incompleto. O Estado de Minas tentou encontrar a sede da empresa no local informado à Receita, no centro de Novo Gama (GO). Sem sucesso. No bairro, todas as pessoas procuradas pela reportagem disseram não conhecer a Adécio nem a rua em questão.

Campanha


Na conta da filha de Bordoni, a Adécio depositou os R$ 45 mil em 18 de maio. O lançamento da Pantoja foi feito cerca de um mês antes, em 14 de abril. O jornalista reafirmou que o dinheiro dizia respeito ao valor que o governador de Goiás lhe devia. “Combinamos que ele me pagaria R$ 120 mil, mais um bônus de R$ 50 mil, caso fosse eleito. Até abril do ano passado, ele só tinha pago uma parte. O restante chegou por meio dessas duas empresas", explicou o jornalista, que, em seu depoimento, admitiu não ter declarado no Imposto de Renda parte do que arrecadou. Na ocasião, ele afirmou ainda que o governador lhe entregou em mãos um pacote, guardado em um frigobar, com parte do dinheiro.


O governador respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que as afirmações de Bordoni são mentirosas e irresponsáveis. Argumenta que ele foi contratado por R$ 33,3 mil como locutor pelo comitê de campanha para prestar serviços de gravação de áudio, valor “compatível com os praticados pelo mercado”. Ainda de acordo com Perillo, o pagamento foi feito em prazo legal, não restando débito algum, de acordo com as regras da prestação de contas da campanha aprovada pela Justiça Eleitoral. Conclui, reafirmando que exigirá reparação do jornalista num processo judicial.


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