(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Petistas podem enfrentar urnas pelo país sem Dilma e Lula


postado em 28/05/2012 07:18 / atualizado em 28/05/2012 07:23

Brasília – O PT enfrenta dificuldades em formar alianças com os principais partidos da base aliada e vê os seus candidatos amargando percentuais pífios de intenção de voto – o principal nome, Fernando Haddad (SP), não decola dos 3% nos quais estacionou há seis meses. E corre o risco ainda de ter de enfrentar a disputa municipal sem as duas principais estrelas no plano nacional: a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma emitiu sinais de que pretende participar só nos casos de “extrema necessidade”. Já Lula terá uma atuação em comícios e caminhadas reduzida devido às debilidades provocadas por um câncer na laringe.

Nos dois casos, a prioridade já foi estabelecida. Esforço total para tentar eleger o ex-ministro da Educação Fernando Haddad como prefeito de São Paulo. O PT tem como estratégia vital derrotar o PSDB na capital paulista para, em 2014, obter uma inédita vitória no governo estadual, considerado o último reduto tucano no país. Dilma e Lula já estiveram em eventos ao lado de Haddad – o ex-presidente fez questão de viajar a Brasília, em pleno tratamento quimioterápico, para prestigiar a saída de seu pupilo do Ministério da Educação.

Fora isso, cada questão será analisada pontualmente. Por enquanto, a presidente tem demonstrado pouca disposição para abrir exceções. No ano passado, Dilma já havia dito que não participaria de eventos políticos nas capitais onde a base estivesse desunida – exemplos não faltam (veja quadro). Nas últimas semanas, emitiu sinais de que prefere permanecer em Brasília nos próximos meses.

O recado chegou ao PT. O partido ouviu da presidente que existe uma crise internacional em curso no exterior e que o Brasil, apesar de estar “300% preparado para enfrentar as turbulências”, não pode se descuidar. “Essa é uma batalha que ela tem disposição de comprar. Batalha eleitoral, nem tanto”, disse ao Estado de Minas um interlocutor da presidente.

A situação do ex-presidente Lula é diferente. Ele tem gana por disputas eleitorais. Durante os oito anos em que exerceu a Presidência da República, foi acusado de utilizar o cargo para ajudar na eleição dos aliados. Planejava “exterminar” a oposição no país. O câncer de laringe o fez rever os planos. Os médicos ordenaram e ele teve que acatar as recomendações. “Participar de eventos públicos, este ano, será bem difícil”, admitiu um assessor.

Na semana que passou, essa debilidade ficou clara. Lula recebeu, na última segunda-feira, o título de cidadão honoris-causa da cidade de São Paulo. Em cerimônia concorrida na Câmara Municipal paulistana, discursou por quase meia hora, disse que o mensalão foi uma tentativa de golpe e declarou que a senadora Marta Suplicy (SP) não foi reeleita prefeita da cidade por um “preconceito das elites”.

No dia seguinte, tinha programado uma entrevista no Programa do Ratinho. Seria a primeira em um programa popular desde que foi confirmado o desaparecimento do câncer. Teve que adiá-la por uma semana. “Seriam dois eventos noturnos seguidos, ele ainda não tem condições de enfrentar isso”, reconheceu ao Estado de Minas uma pessoa próxima do ex-presidente. Uma saída, ainda não definida, é Dilma e Lula gravarem mensagens de apoio aos candidatos da base aliada.

Indefinição em BH

Em Belo Horizonte, o PT ainda precisa superar uma crise interna antes de definir quem será o vice na chapa do prefeito Marcio Lacerda (PSB), que tenta a reeleição com o apoio dos petistas. A escolha, prevista para o dia 10, movimenta vários nomes do partido, dividido entre o grupo do atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, rompido com Lacerda, e os militantes ligados ao presidente estadual da legenda, Reginaldo Lopes. O PT enfrenta ainda a pressão de tucanos e de pré-candidatos a vereador do PSB para não fechar uma coligação para a chapa proporcional. Do outro lado, o PMDB terá candidatura própria, mas precisa resolver a disputa interna entre o deputado federal Leonardo Quintão e o estadual Sávio Souza Cruz para resolver qual nome representará o partido no pleito. Com mais de uma candidatura de sua base aliada, a presidente Dilma Rousseff (PT) deve ficar de fora dos palanques na capital mineira.

Como está

Confira a situação da relação do PT com partidos aliados nas discussões para formação das alianças municipais em algumas capitais.

» SÃO PAULO
O candidato do PT, Fernando Haddad, patina nos 3%. PMDB, PDT e PRB, que integram a base de apoio no governo federal, têm candidatos próprios na disputa paulistana.

» RECIFE
O PT briga internamente para escolher o candidato à Prefeitura do Recife. As prévias realizadas no último domingo foram anuladas pela Executiva Nacional. O PSB espera a escolha de um nome com viabilidade eleitoral e ameaça lançar candidato próprio se isso não ocorrer.

» FORTALEZA
A prefeita Luizianne Lins (PT) lançou o nome de Elmano de Freitas, secretário municipal de Educação. O governador, Cid Gomes (PSB), reclama que ele não tem viabilidade eleitoral e prefere outro nome.

» JOÃO PESSOA
O PSB defende a reeleição de Luciano Agra. O PT lançou o deputado estadual Luciano Cartaxo.

» PORTO ALEGRE
O PCdoB queria o apoio para Manuela D’Ávila. O PDT lançará José Fortunatti para a reeleição e o PT apresentou o nome de Adão Villaverde.

» CURITIBA
Uma parcela do PT defende o apoio a Gustavo Fruet (PDT) e outra parte é a favor da candidatura própria.

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)