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Estado de Minas

Candidatos temem fraude em concurso da Prefeitura de Itaúna


postado em 02/02/2012 06:00 / atualizado em 02/02/2012 07:23

Mesmo antes de as provas serem aplicadas, o concurso público da Prefeitura de Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, que será realizado domingo, provoca polêmica na cidade. Alguns dos 6 mil candidatos questionam a inscrição de funcionários de alto escalão da atual administração no processo seletivo, incluindo dois secretários, e acreditam na possibilidade de alguns cargos serem direcionados a essas pessoas. As suspeitas ganharam não apenas as ruas: por e-mails e pelo Facebook, candidatos tentam alertar a população sobre mais uma possível irregularidade no poder público municipal.

As inscrições para o concurso público da Prefeitura de Itaúna foram abertas em 21 de novembro e encerradas no último dia 10. São oferecidas 156 vagas, sendo 12 para deficientes. Os salários dos 55 cargos oferecidos (nível fundamental a superior) variam de R$ 562,65 a R$ 2.092,64. Pelo menos 14 nomes ligados à atual administração participam do processo seletivo.

Para a chefe de gabinete Íris Leia Rodrigues da Cruz, que no domingo disputará o cargo de fiscal de tributos, com salário de R$ 1.410,73, as denúncias são infundadas. “O concurso sequer é administrado pela prefeitura. Temos direito de fazer as provas como qualquer outro cidadão. Tendo capacidade e preenchendo os requisitos  não há nada que impeça”, diz. A irmã e o cunhado da chefe de gabinete também fizeram inscrição para o processo seletivo.

Surpreso, o diretor de compras da prefeitura, Eduardo Cosenza, que disputa o cargo de oficial administrativo, também com salário de R$ 1.410,73, afirma nunca ter ouvido falar sobre os “boatos” e nega haver qualquer tipo de irregularidade no processo. “Não acredito que isso esteja acontecendo. São denúncias feitas sem provas”, declara.

Um dos secretários municipais que estão na lista de candidatos é o de Finanças, Adriano Machado Diniz, que tenta o cargo de procurador, com salário de R$ 2.092,84. O outro é o de Administração, Afonso Custódio do Nascimento, que disputa a vaga de fiscal de obras (R$ 1.410,73). Este último nega qualquer tipo de irregularidade no processo seletivo e defende o colega: “O Adriano Machado já participou de pelo menos  três concursos da prefeitura e não passou em nenhum deles. Sempre que se abre processo seletivo aqui na cidade, a polêmica começa. Acontece que não há provas de irregularidade. Se todos passarem, aí até eu ficaria na dúvida, mas temos que esperar o resultado para saber”, diz.

Dois cargos

Como o edital prevê que “é permitida a inscrição para mais de um cargo, desde que haja compatibilidade de horário para realização da prova objetiva de múltipla escolha”, alguns candidatos que trabalham na prefeitura tentam mais de uma vaga. É o caso da auditora interna Daniela Alves Corradi Fonseca, que disputa as vagas de telefonista (salário de R$ 1.073) e fiscal de posturas (R$ 1.410,73). Ela acredita que cabe aos denunciantes provarem que o concurso foi forjado. “Estou estudando para esse concurso há algum tempo e posso passar ou não. Meu cargo atual é comissionado e eu tenho o direito de me inscrever para este concurso”, afirma.

O Ministério Público informou que foi acionado sobre possíveis irregularidades no processo seletivo. O órgão começou a analisar o edital do concurso no início da semana e alguns pontos da publicação foram considerados “inadequados”. Com isso, a Promotoria marcou para hoje uma reunião com representantes da prefeitura. O objetivo é propor uma adequação em alguns trechos do texto. Dependendo da resposta da administração municipal, a data do concurso pode ser alterada, já que não há tempo suficiente para publicar essas alterações. A prefeitura informou que até a tarde dessa quarta-feira não havia sido comunicada sobre a reunião.

 


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