Abandonado pelo governo e até pela oposição, que passou a alvejar o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, ganhou uma sobrevida, com o apoio recebido de 38 deputados de seu partido, o PP. Os parlamentares da legenda assinaram um manifesto para que Negromonte continue na pasta, no jantar realizado na semana passada na casa do deputado João Pizzolatti (PP-SC). Entusiasmado, o deputado Vilson Covatti (PP-RS), disse que foi tudo "muito lindo e entusiasmante".
"Construímos a unidade. Agora as chances de Negromonte aumentaram e nós não vamos perder o ministério", afirmou Covatti evidenciando a expectativa de convencer a presidente Dilma Rousseff a deixar o PP comandando um dos maiores orçamento da Esplanada, de R$ 22 bilhões. "Com a nossa desunião, iríamos perder não apenas o ministro, mas também a pasta", constatou o deputado.
Sandes Júnior relevou o descaso com o seu indicado, dizendo que Negromonte queria que a indicação fosse do partido. O deputado se declara surpreso pela unificação do partido e a manifestação em favor do ministro. "O partido fez o que entendeu politicamente correto para ele ficar na pasta", afirma.
Os deputados Sandes Júnior e Covatti afirmam que até o presidente do partido, senador Francisco Dornelles (PP-RJ), teria apoiado o manifesto de apoio a Negromonte. "Dornelles ficou entusiasmado com o entrosamento da bancada", afirma o deputado gaúcho.
A posição do senador fluminense é outra. Dornelles diz que quer muito ter o partido unido, sem que isso esteja relacionado à manutenção de um ministério. "Eu não participo desse assunto", rebate. "Não gosto nem de falar, porque quem nomeia ministro é a presidente Dilma. Acho o Mário Negromonte sério e trabalhador. Agora é um problema da presidente", disse Dornelles.