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Estado de Minas

Caxumba ataca adultos em Minas Gerais por falta de vacinação

Doença já tem 80% mais casos que no primeiro semestre de 2016, ano com mais registros em uma década e meia. A maioria dos casos ocorreu entre jovens e adultos. A explicação está relacionada à falta de imunização da faixa etária de 19 a 49 anos, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde


postado em 07/07/2017 06:00 / atualizado em 07/07/2017 07:27

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
A chegada das férias escolares e a intensificação das viagens acende o alerta entre autoridades de saúde mineiras, diante do aumento dos casos de caxumba. De janeiro a junho deste ano, 1.883 pessoas foram infectadas pela doença no estado, o que representa aumento de 80% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram computados 1.043 diagnósticos. O ano passado teve recorde de casos da doença nos últimos 15 anos, com 3.011 pacientes infectados. Em relação a esse total, o acumulado de 2017 já representa 62,5%.

Também conhecida como parotidite, a caxumba geralmente tem sintomas considerados amenos. É caracterizada pelo aumento das glândulas salivares, o que provoca inchaço no rosto. Porém, em casos graves o quadro pode evoluir até para meningite. O contágio ocorre pelo contato com a saliva ou gotículas, por isso a preocupação das autoridades, agravada pelo fato de o contágio vir ocorrendo também em outros estados e no exterior, o que potencializa o risco de importação de casos.

Em Minas, dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde mostram média de 300 casos da virose por mês neste ano. Nos seis meses do ano passado, a doença não se espalhou com tanta força: a média mensal foi de 173 registros. “A vacina está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é segura. Então, nesse período de deslocamento, nas férias escolares, as pessoas devem receber a dose com antecedência. Por isso, é bom se programarem”, comenta Gilmar José Coelho Rodrigues, coordenador de Doenças Transmissíveis da SES.

No calendário de imunização, a vacina tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola) é administrada em bebês aos 12 meses e a tetraviral (que protege também contra catapora), aos 15 meses. Fora da rotina de imunização, a dose pode ser aplicada em pessoas até 49 anos e está disponível em todos os postos de saúde.

O período de transmissão da doença é de nove dias depois dos primeiros sintomas. Por isso, o recomendado é que os pacientes fiquem isolados e lavem as mãos com frequência, evitando compartilhamento de objetos como copos e talheres.

Em Belo Horizonte, nos primeiros seis meses deste ano houve 330 casos da doença, o que equivale a 56,2% do total do ano passado, quando 587 pessoas foram acometidas pela virose. Em 2015 foram 269 notificações na capital mineira.

Adultos vulneráveis ao risco de caxumba


A maioria dos casos de caxumba em Minas Gerais neste ano acometeu jovens e adultos. A explicação está relacionada à falta de imunização de pessoas entre 19 e 49 anos, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde. A vacina tríplice viral, que protege contra a doença, o sarampo e a rubéola e está disponível no Sistema Único de Saúde, entrou no calendário infantil somente em 2004. Por isso, muitos integrantes desse grupo não tomaram a segunda dose do imunizante ou sequer chegram a ser imunizados.

“Estamos percebendo nos últimos anos, no Brasil e no mundo, o ressurgimento da caxumba em forma de pequenos surtos. O aumento do número de casos passa pela questão vacinal. A maioria dos adultos e jovens que se vacinaram anteriormente receberam doses para proteção de sarampo e rubéola, ou não receberam as doses adequadas, que seriam duas da tríplice viral (que inclui a caxumba), ou de fato não foram vacinados”, explica Gilmar José Coelho Rodrigues, coordenador de Doenças Transmissíveis da SES.

Mesmo disponível no SUS, a vacina tem baixa procura por jovens e adultos, o que aumenta o risco de contaminação. “Normalmente as crianças tomam a primeira dose com 1 ano, depois com 15 meses, e estão protegidas contra caxumba, rubéola e sarampo. Já em relação aos jovens e adultos, normalmente não procuram a vacinação. Somente quando temos aumento de casos é que essa população se imuniza”, afirma Rodrigues.

O conselho para pessoas de 19 a 49 anos é que atualizem o cartão de vacinação. “A recomendação é que essas pessoas tomem a segunda dose. É importante verificar o cartão e complementar o esquema vacinal”, alerta o coordenador.

SARAMPO Também está ligado o alerta para a circulação do vírus do sarampo. Mesmo que o Brasil não registre diagnósticos desde julho de 2015, o aumento do contágio principalmente em países da Europa e da América do Norte e o registro de dois casos importados em 2017 na Argentina chamam a atenção das autoridades. Por isso, pessoas que vão deixar o país devem se imunizar o quanto antes.

Em Minas, os últimos casos confirmados de sarampo com transmissão dentro do próprio território ocorreram em 1999. Naquele ano foram nove pacientes. Em 2011 e 2013 o estado identificou três casos importados, sendo um no primeiro ano e dois no segundo. Na época, foi feito o bloqueio vacinal de pessoas próximas aos pacientes.


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